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sábado, 4 de março de 2023

Especialista em reprodução humana desmistifica cinco fake news sobre fertilidade

Médica e membro da AMCR reforça que todas as informações ligadas à saúde devem ser checadas com especialistas antes de serem colocadas em prática

 

Muitas mulheres que tentam engravidar acabam recorrendo à internet para buscar informações sobre a fertilidade. Embora a web seja um espaço importante para a disseminação de conhecimento, sabe-se que tudo o que está disponível por lá deve ser checado, uma vez que nem sempre determinados dados são propagados por especialistas. “Infelizmente, a área da Saúde é uma das que mais padece de fake news”, afirma Dra. Dorodina Correia, ginecologista, obstetra e membro da (Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil). 

A médica preparou uma lista de informações mentirosas que circulam na Internet sobre fertilidade. Elas seguem abaixo, desmistificadas:

 

1 - Ficar de pernas para cima depois da relação sexual facilita a fecundação 

Não existe nenhuma comprovação científica para esse boato, que não é recente. Também não há nenhuma comprovação científica associada a posições melhores ou piores para se engravidar, conforme ressalta Dra. Dorodina.
 

2 - Relação sexual no dia da ovulação é sinônimo de gravidez 

Isso também não é verdade. Estudos mostram que as chances de engravidar existem em dias antes e depois da ovulação. “Até cinco dias antes da ovulação, as chances são de 4%. Até dois dias antes, de 25 a 28%. Durante as 24 horas após a ovulação, 8 a 10%. Para o restante do ciclo, é de 0%”, revela a especialista.

 

3 - Ter relação sexual todo dia faz mal para a fertilidade 

Essa informação é puro mito. Segundo estudos publicados nos periódico cientificos Fertility and Sterility e Physiology and Behavior, quanto mais relações sexuais uma mulher tiver, mais frequentemente seu sistema imunológico receberá a mensagem de que é hora de engravidar. Portanto, quanto mais relações, melhor.

 

4 - Só a mulher pode ser infértil 

As causas da infertilidade são divididas igualmente entre homens e mulheres. Sabe-se que cerca de 33% dos casos são devido a fatores femininos e 33% a fatores masculinos. O restante são relacionados a fatores combinados (femininos e masculinos) ou aqueles em que a causa da infertilidade não pôde ser esclarecida.
 

5 - Uso prolongado de pílula anticoncepcional dificulta a gravidez 

As pílulas anticoncepcionais só impedem que a gravidez ocorra durante o seu uso. Assim que ele é suspenso, ou feito de forma irregular, a contracepção deixa de ser efetiva. Após a interrupção, os ciclos menstruais serão recuperados no período de alguns meses. “O que ocorre é que as mulheres, por fazerem uso prolongado dos métodos hormonais, acabam por desconhecer seu ciclo menstrual. Essa situação pode mascarar possíveis problemas de fertilidade que já existiam, mas só são descobertos ao interromper a pílula.


AMCR - Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil
amcrbrasil.org/#!/quem


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