Com o resultado, o IPCA acumula alta de
1,37% no ano e de 5,60% nos últimos 12 mesesMarcelo Camargo/Agência Brasil
O Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA), que apura a inflação oficial do país, subiu 0,84% em
fevereiro. Com o resultado, o indicador acumulou alta de 1,37% no ano e de
5,60% nos últimos 12 meses, percentual mais baixo do que os 5,77% verificados
no período imediatamente anterior.
Em fevereiro de 2022, a variação foi
1,01%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 10/03, pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O maior impacto no índice de fevereiro
foi causado pelo grupo Educação, que pesou 0,35 ponto percentual ao apresentar
a maior variação (6,28%). “É a taxa mais alta desde fevereiro de 2004, quando
teve variação de 6,7%”, informou o IBGE.
Na sequência ficaram Saúde e Cuidados
Pessoais, com alta de 1,26%, e Habitação que avançou 0,82%, em relação a
janeiro, influenciando o resultado com 0,16 e 0,13 ponto percentual,
respectivamente.
Em movimento contrário, Transportes
(0,37%) e Alimentação e bebidas (0,16%), mesmo com as elevações, recuaram na
comparação ao mês anterior. “Os demais grupos ficaram entre 0,11% de Artigos de
Residência e 0,98% de Comunicação”, completou o IBGE.
EDUCAÇÃO
Para o gerente da pesquisa, Pedro
Kislanov, o avanço da Educação em fevereiro já era esperado, porque os
reajustes aplicados pelos estabelecimentos de ensino na virada do ano são
contabilizados neste mês. “Normalmente, essa alta de educação fica indexada ao
próprio IPCA, ou seja, o reajuste das mensalidades é baseado na inflação do ano
anterior”, disse.
Entre os reajustes que mais impactaram
o grupo Educação estão o dos cursos regulares, que aumentaram 7,58%, puxados
pelas altas de ensino médio (10,28%), ensino fundamental (10,06%), pré-escola
(9,58%) e creche (7,20%).
O maior impacto individual no IPCA de
fevereiro foi o do subitem ensino fundamental, com 0,15 ponto percentual.
Tiveram destaques ainda os avanços no
ensino superior (5,22%), nos cursos técnicos (4,11%) e de pós-graduação
(3,44%).
SAÚDE
Em Saúde e Cuidados Pessoais, a alta de
2,80% nos preços dos itens de higiene pessoal foi o que contribuiu para a
variação de 1,26% no grupo. Depois de caírem 5,86%, em janeiro, os perfumes
subiram 7,50% e pesaram 0,08 ponto percentual no índice do mês.
Os preços dos produtos para pele
avançaram 4,54%, com impacto de 0,02 ponto percentual no IPCA de fevereiro.
“Houve, ainda, o resultado do plano de saúde (1,20%), que segue incorporando as
frações mensais dos planos novos e antigos referentes ao ciclo de 2022-2023”,
revelou o IBGE.
HABITAÇÃO E VESTUÁRIO
No grupo Habitação, que subiu 0,82%, a
maior pressão (0,05 ponto percentual) partiu da energia elétrica residencial
(1,37%). “As variações das áreas ficaram entre -2,04%, em Rio Branco, onde
houve redução de Pis/Cofins, até 6,98%, em Belo Horizonte, onde as tarifas de
uso dos sistemas de transmissão (TUST) e distribuição (TUSD) foram reincluídas
na base de cálculo do ICMS, a exemplo do que ocorreu também em outras áreas,
como Curitiba (5,94%) e Vitória (4,98%)”, relatou o IBGE, acrescentando que a
volta dessa cobrança adicional foi decorrente de decisão recente do Supremo
Tribunal Federal.
O grupo Vestuário foi o único, entre os
nove grupos de produtos e serviços pesquisados, que teve variação negativa
(-0,24%). Além disso, os recuos em roupas masculinas (-0,58%) e femininas
(-0,45%) reforçaram o resultado. “Esse grupo vinha apresentando sucessivas
altas há muito tempo. É natural, portanto, que os preços comecem a baixar”,
observou o gerente da pesquisa.
TRANSPORTES E ALIMENTAÇÃO
A alta de 1,16% na gasolina foi a maior
contribuição para o grupo Transportes (0,37%), com o peso de (0,05 ponto
percentual). O combustível foi o único que registrou elevação em fevereiro. As
quedas no Etanol (-1,03%), no gás veicular (-2,41%) e no óleo diesel (-3,25%)
foram superiores a 1%. Com o recuo de 9,38% nos preços, as passagens aéreas
contribuíram para a desaceleração do grupo em relação ao mês de janeiro
(0,55%).
A retração da alimentação no domicílio,
que saiu de 0,60% em janeiro para 0,04% em fevereiro, influenciou o resultado
do grupo Alimentação e Bebidas, que também contou com queda mais intensa nos
preços das carnes (-1,22%) e recuos nos preços da batata-inglesa (-11,57%) e do
tomate (-9,81%). No mês anterior, tiveram altas de 14,14% e de 3,89%,
respectivamente. “No sentido oposto, o destaque foi o leite longa vida (4,62%),
cujos preços voltaram a subir após seis meses seguidos de quedas”, apontou o
IBGE.
REGIÕES
O IPCA de fevereiro mostrou ainda que
houve alta em todas as áreas nos índices regionais. Os aumentos dos cursos
regulares (5,97%), da gasolina (3,37%) e da energia elétrica residencial
(5,94%) foram o motivo de Curitiba ter a maior variação no mês (1,09%). A menor
ficou com Rio Branco (0,44%). Lá a energia elétrica residencial registrou recuo
de 2,04%.
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