Conheça as principais conquistas e leis em prol dos direitos
das mulheres e entenda sua importância para a luta por uma sociedade mais justa
e igualitária;
O Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, é uma data que celebra a luta das mulheres pela igualdade de direitos e reconhecimento de suas conquistas sociais, políticas e econômicas. Embora a data tenha sido oficializada pela Organização das Nações Unidas apenas em 1975, ela remonta a manifestações que ocorreram no início do século XX.
Desde lá, muitas lutas e avanços foram conquistados. No entanto, ainda há muito a ser feito para garantir a equidade de gênero, seja no ambiente de trabalho, no acesso à saúde, na educação e na vida em sociedade. Para se ter uma ideia, dados do IBGE relatam que uma mulher negra recebe cerca de 44,4% – menos da metade – da renda média dos homens brancos Ainda assim, é importante destacar as conquistas e leis que protegem o universo feminino.
Para a advogada com perspectiva de gênero, especialista em Direitos Humanos e Penal, Mayra Cardozo, essas conquistas são importantes, mas ainda há muito a ser feito em termos de igualdade de gênero. "Ainda vivemos em uma sociedade patriarcal e machista, que oprime as mulheres de diversas formas. É preciso continuar lutando por mais direitos e pela valorização das mulheres em todos os setores da sociedade", afirma.
Abaixo, a especialista destaca 5 conquistas e leis que são marcos na luta pela igualdade de gênero. Essas conquistas foram alcançadas a partir de muita luta, perseverança e representatividade feminina em diversos campos. Confira:
1. Direito ao voto: “Em 1932, as mulheres conquistaram o direito ao voto no Brasil. Antes disso, elas eram impedidas de participar das decisões políticas do país. No entanto, apesar desse avanço, a desigualdade política ainda é uma realidade presente no país. As mulheres, por exemplo, representam apenas 13% dos cargos eletivos do país, o que evidencia a necessidade de mais esforços para garantir a participação igualitária de todos os segmentos da sociedade nas decisões políticas”, explica.
2. Lei Maria da Penha: “A Lei Maria da Penha representa um importante avanço na proteção
dos direitos das mulheres no Brasil. Desde a sua criação, a lei tem sido uma
ferramenta fundamental para combater a violência doméstica e garantir a
segurança e o bem-estar das vítimas. Além de aumentar as punições para
agressores, a lei também estabelece medidas de proteção que podem incluir o
afastamento do agressor da casa da vítima, a proibição de se aproximar da
vítima ou de seus familiares e a garantia de assistência jurídica e social às
vítimas. Embora ainda haja muito a ser feito para erradicar a violência contra
as mulheres, a Lei Maria da Penha é um importante passo na direção de uma
sociedade mais justa e igualitária”, mostra.
3. Igualdade salarial: “A igualdade salarial entre homens e mulheres é um
princípio fundamental para garantir a equidade de gênero no mercado de trabalho
e na sociedade em geral. A Constituição Federal de 1988 estabelece claramente
que homens e mulheres devem receber salários iguais para trabalhos de igual
valor, mas, infelizmente, ainda há uma grande disparidade salarial entre os
gêneros em muitas empresas. Essa disparidade salarial prejudica as mulheres em
termos financeiros e também afeta sua independência econômica. É importante que
empresas e governos tomem medidas concretas para garantir a igualdade salarial
entre homens e mulheres, como a realização de auditorias salariais e a promoção
de políticas de igualdade de gênero no ambiente de trabalho”, indica Mayra.
4. Licença-maternidade: “A licença-maternidade é um direito fundamental para
garantir a proteção da saúde da mãe e do bebê e promover o desenvolvimento
infantil. As mulheres que trabalham têm direito a 120 dias de licença
remunerada após o nascimento do filho, podendo ser prorrogada em casos de
adoção ou de complicações de saúde da mãe ou do bebê. Durante a
licença-maternidade, a mãe pode se dedicar ao cuidado do filho e à sua própria
recuperação, sem prejuízo de seu emprego ou salário. Além disso, a
licença-maternidade é importante para incentivar a amamentação e a formação de
vínculos afetivos entre mãe e filho”, diz a advogada.
5. Lei do Feminicídio: “A Lei do Feminicídio, criada em 2015, é um importante
marco na luta contra a violência de gênero no Brasil. Essa lei tornou o assassinato
de mulheres em decorrência do gênero um crime hediondo, o que significa que os
agressores podem ser punidos de forma mais rigorosa. Além disso, a lei
reconhece que o feminicídio é uma forma extrema de violência de gênero e que é
preciso adotar medidas específicas para prevenir e combater esse tipo de crime.
Embora ainda haja muito a ser feito para erradicar a violência contra as
mulheres, a Lei do Feminicídio representa um importante avanço na defesa dos
direitos das mulheres e no combate à violência de gênero”, finaliza Mayra
Cardozo.
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