Sala de controle da usina nuclear Angra 2 na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Divulgação Eletronuclear
Conheça a
profissão e suas principais características.
Já pensou em ser um engenheiro nuclear e atuar nas
usinas nucleares do Brasil? Essa profissão é primordial para a Eletronuclear,
estatal criada em 1997 com a finalidade de operar e construir usinas
termonucleares no Brasil. O engenheiro nuclear é fundamental para o
funcionamento das usinas Angra 1 e 2 e também vai ser em Angra 3, quando
estiver em operação. Entre as frentes de atuação está a determinação do esquema
otimizado de recargas de Angra 1, Angra 2 e Angra 3, atendendo aos requisitos
de segurança na operação do reator; especificar espessuras mínimas de blindagem
radiológica para atender às especificações de segurança das instalações; e
verificar plantas de projeto de instalações nucleares e radioativas sob o ponto
de vista de proteção radiológica.
Mas como surgiu a engenharia
nuclear?
Ao longo da história, o homem desenvolveu e adaptou
inúmeras áreas da ciência para adequar suas invenções. Ao estudar os elementos
da física e da química, bem como o comportamento dos átomos e partículas em
seus núcleos, os cientistas perceberam que poderiam desenvolver novas formas de
energia. Nascia aí a engenharia nuclear.
No Brasil, a engenharia nuclear é recente, mas a demanda
por profissionais qualificados existe desde a construção de Angra 1 e 2, nas
décadas de 1970 e 1990. Atualmente, além da construção de Angra 3, o Programa
Nacional de Energia – PNE 2050, o Programa Nuclear da Marinha e o Programa de
Construção do Submarino Brasileiro à Propulsão Nuclear impulsionam a
profissão.
Para se tornar um engenheiro nuclear no Brasil é
necessário que o profissional conclua o curso de graduação ou pós-graduação em
engenharia nuclear. O curso deve ser reconhecido pelo Ministério da Educação
(MEC) ou pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(Capes).
Profissionais qualificados
Para o professor do Programa de Engenharia Nuclear
da COPPE/UFRJ, Aquilino Senra Martinez, os cursos de graduação em engenharia nuclear
são essenciais para o desenvolvimento de profissionais qualificados no mercado
de trabalho:
“O engenheiro nuclear deve ter uma sólida base técnica, científica e profissional, com capacidade para absorver e desenvolver novas tecnologias da energia nuclear. O curso de graduação estimula a atuação crítica e criativa dos estudantes na identificação e solução de problemas de engenharia, incentivando fortemente a inovação tecnológica. Conceitualmente, o engenheiro nuclear é um engenheiro de sistemas com forte interdisciplinaridade e, por esta característica, pode ser absorvido por empresas de diferentes segmentos da indústria nacional e estrangeira”, afirmou.
Martinez também acredita que para o futuro do
desenvolvimento do setor nuclear no país é primordial que mais jovens
qualificados concluam os cursos de engenharia nuclear: “Se não tem milho
não tem pipoca. Se não houver formação de recursos humanos em engenharia
nuclear no país não haverá setor nuclear brasileiro. O futuro do uso da energia
nuclear para geração de eletricidade e aplicações de radioisótopos, nos mais
diferentes segmentos da sociedade, depende fortemente da capacidade de atração
e retenção de jovens talentos no setor nuclear do país”, disse.
Novos empregados
Em 2022, a Eletronuclear realizou um amplo concurso
público para a contratação de novos funcionários. Com isso a empresa busca,
principalmente, atender às demandas de Angra 3. A engenheira nuclear e física
Beatriz Machado dos Santos é uma das 125 convocadas ainda em 2022. Mestre em engenharia
nuclear pela COPPE/UFRJ, ela detalhou como descobriu a existência do curso no
país, além da sua expectativa em ingressar na Eletronuclear. Confira:
O que te fez seguir a carreira
de engenheira nuclear?
Descobri a existência do curso de mestrado e
doutorado em engenharia nuclear na COPPE/UFRJ enquanto ainda estava na
graduação. A ideia de trabalhar com radiação e material nuclear me atraiu
muito, pois essa área proporciona desafios incríveis para a minha carreira.
Como foi essa experiência de
entrar na empresa pelo concurso público?
Fui aprovada recentemente no concurso da
Eletronuclear. Já era algo que eu desejava há muito tempo e quando surgiu a
oportunidade não poupei esforços e me dediquei bastante para conseguir essa
vaga tão sonhada. Ao saber da minha aprovação tive uma sensação incrível, foi
pura felicidade.
Qual a sua expectativa em
trabalhar na Eletronuclear?
Eu já trabalhei anteriormente na física de reatores
em Angra 1 e, com muito orgulho, estou lotada neste mesmo setor que me acolheu
tão bem anteriormente. Tenho altas expectativas quanto ao meu crescimento
profissional, fora a qualidade de vida que a região proporciona.
Qual a importância dessa
profissão na sua visão?
Essa profissão é de extrema relevância para o
futuro do país, pois a energia nuclear é uma fonte de energia incrível. É
limpa, barata e segura. Precisamos continuar nossos esforços de forma a
promover o crescimento do setor nuclear no país.
Como você enxerga a profissão
no futuro?
Eu acredito que teremos mais profissionais
dedicados a essa área, pois quanto mais informações nós passamos para a
sociedade sobre os benefícios da energia nuclear, maior a aceitação popular.
Infelizmente, não somos muitos ainda, mas somos um grupo forte e bastante
dedicado, tudo é feito com muita segurança e muito estudo.
Quais as principais funções de
um engenheiro nuclear?
O engenheiro nuclear pode aplicar seus
conhecimentos em diversos setores da área como na geração de energia, propulsão
nuclear, física nuclear, radioproteção e pesquisa. Enfim, existem muitas
oportunidades a serem exploradas tanto nacional quanto internacionalmente,
sempre priorizando a segurança e a eficiência das atividades.
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