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quinta-feira, 9 de março de 2023

Descubra como se tornar um engenheiro nuclear e atuar nas usinas nucleares do Brasil

Sala de controle da usina nuclear Angra 2 na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Divulgação Eletronuclear


Conheça a profissão e suas principais características.


Já pensou em ser um engenheiro nuclear e atuar nas usinas nucleares do Brasil? Essa profissão é primordial para a Eletronuclear, estatal criada em 1997 com a finalidade de operar e construir usinas termonucleares no Brasil. O engenheiro nuclear é fundamental para o funcionamento das usinas Angra 1 e 2 e também vai ser em Angra 3, quando estiver em operação. Entre as frentes de atuação está a determinação do esquema otimizado de recargas de Angra 1, Angra 2 e Angra 3, atendendo aos requisitos de segurança na operação do reator; especificar espessuras mínimas de blindagem radiológica para atender às especificações de segurança das instalações; e verificar plantas de projeto de instalações nucleares e radioativas sob o ponto de vista de proteção radiológica.


Mas como surgiu a engenharia nuclear?

Ao longo da história, o homem desenvolveu e adaptou inúmeras áreas da ciência para adequar suas invenções. Ao estudar os elementos da física e da química, bem como o comportamento dos átomos e partículas em seus núcleos, os cientistas perceberam que poderiam desenvolver novas formas de energia. Nascia aí a engenharia nuclear. 

No Brasil, a engenharia nuclear é recente, mas a demanda por profissionais qualificados existe desde a construção de Angra 1 e 2, nas décadas de 1970 e 1990. Atualmente, além da construção de Angra 3, o Programa Nacional de Energia – PNE 2050, o Programa Nuclear da Marinha e o Programa de Construção do Submarino Brasileiro à Propulsão Nuclear impulsionam a profissão. 

Para se tornar um engenheiro nuclear no Brasil é necessário que o profissional conclua o curso de graduação ou pós-graduação em engenharia nuclear. O curso deve ser reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC) ou pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

 

Profissionais qualificados

Para o professor do Programa de Engenharia Nuclear da COPPE/UFRJ, Aquilino Senra Martinez, os cursos de graduação em engenharia nuclear são essenciais para o desenvolvimento de profissionais qualificados no mercado de trabalho:

“O engenheiro nuclear deve ter uma sólida base técnica, científica e profissional, com capacidade para absorver e desenvolver novas tecnologias da energia nuclear. O curso de graduação estimula a atuação crítica e criativa dos estudantes na identificação e solução de problemas de engenharia, incentivando fortemente a inovação tecnológica. Conceitualmente, o engenheiro nuclear é um engenheiro de sistemas com forte interdisciplinaridade e, por esta característica, pode ser absorvido por empresas de diferentes segmentos da indústria nacional e estrangeira”, afirmou. 

Martinez também acredita que para o futuro do desenvolvimento do setor nuclear no país é primordial que mais jovens qualificados concluam os cursos de engenharia nuclear: “Se não tem milho não tem pipoca. Se não houver formação de recursos humanos em engenharia nuclear no país não haverá setor nuclear brasileiro. O futuro do uso da energia nuclear para geração de eletricidade e aplicações de radioisótopos, nos mais diferentes segmentos da sociedade, depende fortemente da capacidade de atração e retenção de jovens talentos no setor nuclear do país”, disse. 

 

Novos empregados

Em 2022, a Eletronuclear realizou um amplo concurso público para a contratação de novos funcionários. Com isso a empresa busca, principalmente, atender às demandas de Angra 3. A engenheira nuclear e física Beatriz Machado dos Santos é uma das 125 convocadas ainda em 2022. Mestre em engenharia nuclear pela COPPE/UFRJ, ela detalhou como descobriu a existência do curso no país, além da sua expectativa em ingressar na Eletronuclear. Confira:


O que te fez seguir a carreira de engenheira nuclear?

Descobri a existência do curso de mestrado e doutorado em engenharia nuclear na COPPE/UFRJ enquanto ainda estava na graduação. A ideia de trabalhar com radiação e material nuclear me atraiu muito, pois essa área proporciona desafios incríveis para a minha carreira.

 

Como foi essa experiência de entrar na empresa pelo concurso público?

Fui aprovada recentemente no concurso da Eletronuclear. Já era algo que eu desejava há muito tempo e quando surgiu a oportunidade não poupei esforços e me dediquei bastante para conseguir essa vaga tão sonhada. Ao saber da minha aprovação tive uma sensação incrível, foi pura felicidade.

 

Qual a sua expectativa em trabalhar na Eletronuclear?

Eu já trabalhei anteriormente na física de reatores em Angra 1 e, com muito orgulho, estou lotada neste mesmo setor que me acolheu tão bem anteriormente. Tenho altas expectativas quanto ao meu crescimento profissional, fora a qualidade de vida que a região proporciona. 

 

Qual a importância dessa profissão na sua visão?

Essa profissão é de extrema relevância para o futuro do país, pois a energia nuclear é uma fonte de energia incrível. É limpa, barata e segura. Precisamos continuar nossos esforços de forma a promover o crescimento do setor nuclear no país. 

           

Como você enxerga a profissão no futuro?

Eu acredito que teremos mais profissionais dedicados a essa área, pois quanto mais informações nós passamos para a sociedade sobre os benefícios da energia nuclear, maior a aceitação popular. Infelizmente, não somos muitos ainda, mas somos um grupo forte e bastante dedicado, tudo é feito com muita segurança e muito estudo. 

 

Quais as principais funções de um engenheiro nuclear?

O engenheiro nuclear pode aplicar seus conhecimentos em diversos setores da área como na geração de energia, propulsão nuclear, física nuclear, radioproteção e pesquisa. Enfim, existem muitas oportunidades a serem exploradas tanto nacional quanto internacionalmente, sempre priorizando a segurança e a eficiência das atividades.

 

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