Nos últimos tempos, ficou bastante comum nos depararmos com notícias de operações que investigam e combatem fraudes tributárias. À primeira vista, estas ações do governo podem parecer ruins para quem atua na área, mas, na verdade, abrem portas para que profissionais éticos e competentes gerem novos honorários e conquistem novos clientes.
Analisemos, por exemplo, a “Operação Retificadora”,
deflagrada em 06 de outubro de 2022. A Receita Federal do Brasil, Polícia
Federal e Ministério Público Federal desmantelaram um esquema criminoso que
alterava indevidamente a natureza da receita bruta de empresas optantes pelo
Simples Nacional, atribuindo a tributação monofásica do PIS/Pasep e da COFINS à
venda de produtos que, na verdade, eram sujeitos ao pagamento destas
contribuições no varejo. Com isso, era gerado, de forma artificial, um valor a
ser restituído às empresas.
Em decorrência desta operação, a Receita Federal do
Brasil (RFB) enviou um comunicado para todos os contribuintes do Simples
Nacional que apresentaram declarações retificadoras, indicando tributação
monofásica ou substituição tributária para o PIS/Pasep e a COFINS, no período
de janeiro de 2018 a novembro de 2022. No documento, a RFB menciona expressamente
a “Operação Retificadora” e os supostos serviços de consultoria tributária que
induziram alguns contribuintes a retificarem seus PGDAS-D, reduzindo os valores
devidos de PIS/Pasep e COFINS via ajustes na tributação monofásica para
obtenção de restituições ou compensações indevidas.
No mesmo comunicado, o órgão alertou que os
contribuintes que declararam valores de receitas sujeitas à tributação
monofásica em desacordo com a legislação, utilizando ou não os supostos
serviços de consultoria, terão a oportunidade de se autorregularizar sem a
aplicação de multas de ofício e de outras penalidades até o dia 10 de maio de
2023. Para se autorregularizar, o contribuinte deverá verificar se a incidência
da tributação monofásica foi declarada de acordo com a legislação e, se
necessário, proceder à correção necessária por meio da retificação do PGDAS-D e
efetuar o pagamento das diferenças apuradas. Caso o contribuinte não se
autorregularize no prazo definido e sendo constatado que as diferenças ensejam
a abertura de procedimento fiscal, a RFB poderá emitir auto de infração com
multas que podem variar de 75% a 225% sobre a diferença apurada.
Desnecessário dizer que o recebimento deste
documento gerou grande preocupação nas empresas que buscaram a restituição dos créditos
de PIS/Pasep e COFINS. Infelizmente, aquelas que acreditaram em profissionais
que recuperaram “créditos” desprovidos de fundamentos legais terão que devolver
tudo aquilo que receberam e mais um pouco. Por outro lado, os profissionais que
realizaram a apuração com seriedade, com base na legislação, analisando os
documentos fiscais e identificando os itens sujeitos à tributação monofásica,
não têm nada a temer. É aconselhável, inclusive, agendar reuniões com clientes
a fim de tranquilizá-los, demonstrando que o que foi restituído está em estrita
consonância com as normas tributárias.
Mas, afinal, onde está a oportunidade para
tributaristas que trabalham com ética e competência? Vejamos novamente o trecho
do comunicado da RFB que diz que “para se autorregularizar, o contribuinte
deverá verificar se a incidência da tributação monofásica foi declarada de
acordo com a legislação e, se necessário, proceder à correção necessária por
meio da retificação do PGDAS-D”. Repare que a própria Receita aconselha que as
empresas revisem sua classificação fiscal e verifiquem se os itens declarados
como monofásicos são, de fato, monofásicos.
Assim, o profissional que tiver tecnologia
para realizar uma auditoria nos processos de Recuperação de Créditos
Tributários (RCT), pode vender este serviço para todas as empresas que
pleitearam a restituição de PIS/Pasep e COFINS no período de janeiro de 2018 a
novembro de 2022. Todo empresário que recebeu este comunicado da RFB tem
potencial para contratar o serviço de auditoria da RCT. Sob um prisma um pouco
mais estratégico, a auditoria nos processos de recuperação de créditos é uma
porta de entrada para a conquista e fidelização de novos clientes, permitindo o
aproveitamento de novas oportunidades futuras.
Frederico Amaral - CEO da e-Auditoria, empresa de tecnologia especializada em auditoria digital.
e-Auditoria
https://www.e-auditoria.com.br/
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