Lúcia Gomes, consultora do Sebrae,
diz que o sucesso de um negócio depende de planejamento estratégico. Veja
alguns caminhos para o empreendedor prosperar
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Planejamento. Todo começo de
ano esta é a palavra mais repetida no mundo dos negócios. E, para muitos
empresários, planejar é, principalmente, definir volumes de vendas.
Lúcia Gomes, consultora de
negócios do Sebrae, faz um alerta aos empreendedores. “Definir o quanto precisa
vender no ano não é planejamento, é meta.
Para ter bom desempenho ao
longo do ano - o sonho de qualquer empreendedor, afirma ela -, a empresa
precisa ter planejamento estratégico.
Planejamento estratégico, de
acordo com Lúcia, é quando o empresário, a partir da definição de metas de
vendas, por exemplo, consegue responder pelo menos duas perguntas:
Por que é importante faturar
tal valor? Tal faturamento vai me levar para onde?
“Quando o empreendedor amplia o
leque de perguntas sobre o seu negócio e o mercado e sobre o que deseja para o
futuro da empresa, aí está falando de planejamento estratégico.”
A simples definição de metas de
vendas, o que é muito comum no início de cada ano, de acordo com Lúcia, não
garante o bom desempenho de uma empresa.
É hora de aproveitar o ano
novo, diz, para avaliar fatores internos, como os departamentos da empresa, e
externos, o que a companhia representa no mercado, qual é o seu diferencial.
“Calçados, muitos lojistas
vendem. Por que o cliente deve entrar na minha loja e não na do concorrente?
Preciso mostrar quem sou no mercado, qual é a minha missão e valores”, diz.
A consultora de negócios do
Sebrae lista algumas etapas para ajudar o empresário a ter planejamento
estratégico e prosperar em 2023.
QUEM EU
SOU
A empresa precisa ter claro
qual é o seu negócio e o que ela agrega de valor, missão e valores, com o
envolvimento de todas as pessoas que fazem parte da empresa, sócios,
funcionários.
POSIÇÃO NO
MERCADO
É hora de olhar fatores
internos e externos - políticos, econômicos, sociais, tecnológicos, ambientais
e legais, conhecidos no mercado como análise pestel.
“Qual a expectativa de inflação
para o ano? Se trabalho com importados, qual é a previsão para o dólar ao longo
do ano?”
Quanto à questão social, diz, a
empresa precisa ter claro para quem vende, quem é o seu público-alvo. “Se vendo
roupa infantil, a decoração da loja tem de ser tematizada.”
Com o consumidor cada vez mais
conectado, diz, o empresário precisa dar atenção às vendas por WhatsApp e
oferecer meios de pagamento para as compras virtuais.
Práticas sustentáveis são cada
vez mais esperadas das empresas. “Se tenho política verde, não faz sentido
emitir panfletos, por exemplo.”
Cumprir regras trabalhistas e
tributárias, afirma, também faz parte do dia a dia da empresa que deseja
crescer.
PONTOS
FORTES E FRACOS
Quando a empresa define quais
são as suas forças e as suas fraquezas, diz, ela está olhando para dentro e,
quando enxerga oportunidades e ameaças, para fora.
Em seu trabalho diário com
empreendedores, Lúcia diz que, para muitos deles, pontos fracos são falta de
treinamento de funcionários, alta rotatividade e não controle de estoques.
Os fortes são diversidade de
produtos, no caso de lojas de roupas, grades de numeração, estacionamento,
meios de pagamento diferenciados e parcelamento da compra.
Oportunidades podem surgir, por
exemplo, em datas comemorativas. “O meu negócio pode vender mais no Carnaval?”
As ameaças, diz, podem vir do
ambiente econômico, com inflação e juros altos, ou falta de profissionais
qualificados para o negócio. “É algo que o empresário não tem controle.”
PARA ONDE
VOU
A visão da empresa é algo para
o futuro, a longo prazo. “Eu, empresário, quero ser visto como uma referência
em diversidade? Aqui cabe o ditado: o que eu quero ser quando crescer?”
Definido para onde a empresa
quer chegar, é hora de definir objetivos e metas.
“Se uma empresa quer abrir mais
lojas, precisa contratar funcionários. Se quer estar nas mídias sociais,
precisa desenvolver novos canais de vendas. Tem de se preparar para isso.”
COMO
CHEGAR LÁ
Nesta etapa, a ferramenta que
pode ajudar o empresário, diz Lúcia, é conhecida por 5w2h, referindo-se às
palavras em inglês.
Os cinco w são what (o que),
why (por que), who (quem), when (quando) e where (onde). Os dois h são how
(como) e how much (quanto).
No caso de um lojista que
pretende abrir uma nova loja, as perguntas por que vou abrir, como vou abrir,
quais as etapas para a abertura, quanto vai custar abrir têm de ser
respondidas.
“Num caso como este, tem de ter
um responsável por área. Depois de o plano estar bem desenhado, aí sim chega o
momento do plano de ação.”
O Sebrae, diz ela, tem uma equipe de consultores
para orientar os empreendedores em todas essas etapas.
Fátima Fernandes
https://dcomercio.com.br/publicacao/s/ter-meta-de-vendas-nao-garante-bom-desempenho-da-empresa
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