Especialidade mantém a fertilidade e dá qualidade de vida aos portadores da doença
Estima-se que até 2025, mais de dois milhões de brasileiros
devam ser diagnosticados com algum tipo de câncer no país. Com a alta
incidência da doença, é sabido que o tratamento, feito à base de quimioterapia,
radioterapia e/ou cirurgia oncológica, tem sido o principal meio para a cura e
melhora da qualidade de vida de milhões de pacientes. Apesar dos efeitos
benéficos, os procedimentos também podem acarretar em reações adversas, entre
elas, a infertilidade. Segundo a Associação Brasileira de Reprodução Assistida
(SBRA), ela pode ser evitada através da oncofertilidade.
Mas, o que é oncofertilidade? E quais os benefícios dela para
pacientes com câncer? De acordo com o urologista e membro da SBRA, Moacir
Rafael Radaeli, a especialidade busca manter o sonho de homens e mulheres que
desejam ter um filho após o tratamento da doença. “A oncofertilidade busca
preservar o potencial fértil de pacientes que serão submetidos a tratamentos
oncológicos. Essas ações pretendem minimizar as lesões do tecido germinativo,
proteger os órgãos reprodutivos, congelar células e tecido e planejar o futuro
fértil das pessoas que serão submetidas a tratamentos gonadotoxicos”, explicou.
O médico urologista alerta que a busca por um profissional de
reprodução humana deve ser feita logo após o diagnóstico do câncer, já que a
própria doença pode levar a infertilidade antes mesmo de qualquer tratamento.
“Converse com seu oncologista e procure centros de reprodução que as opções de
preservação serão abordadas com o paciente e otimizadas junto à equipe da
oncologia. Interessante é que a preservação da fertilidade não atrasa em nada o
tratamento oncológico. Hoje temos procedimentos rápidos, com ótimos resultados,
que podem ser feitos a qualquer tempo”, disse Radaeli.
O especialista afirma que, entre o diagnóstico da doença
oncológica e o tratamento, é possível ofertar alguns métodos de preservação de
acordo com cada paciente. Mas, esclarece também que a utilização destes métodos
não dá a certeza de “bebê em casa”. Por isso, ele ressalta a importância de
procurar profissionais qualificados, que prezem pela qualidade na preservação,
na quantidade e nas modalidades de preservação utilizadas, além de informações
corretas que aumentarão a chance do bebê futuro.
“Quanto mais conhecimento das equipes médicas e dos pacientes,
melhor será o acesso às alternativas para preservação da fertilidade. O
paciente também precisa demonstrar o seu interesse pelo assunto e sempre pensar
na possibilidade de ter filhos no futuro. É sempre importante discutir sobre a
constituição de prole e planejar o tratamento oncológico junto com a
preservação da fertilidade. Por último, o paciente deve seguir os cuidados pré,
intra e pós-tratamento para maximizar os resultados”, destacou o médico Moacir
Rafael Radaeli.
Fonte: Associação Brasileira de Reprodução
Assistida (SBRA)
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