Professora Marly Campos, da Camino School, mostra como acolher estudantes que estão iniciando o Ensino Médio
A transição do
Ensino Fundamental para o Ensino Médio costuma gerar diversas inseguranças nos
estudantes. Nessa fase escolar, os alunos se deparam com novos conteúdos, um
maior número de professores e, por vezes, maior carga horária. Além disso,
lidar com novos desafios, ritmos e expectativas pode ser uma tarefa difícil
para muitos deles. Afinal, o Ensino Médio é o fim de uma etapa dada como básica
e o início de outra, cheia de importantes tomadas de decisão.
Neste ano, a
adaptação a essa nova etapa escolar vai abranger, também, a dinâmica do Novo
Ensino Médio. Segundo pesquisa do Senai e do Sesi divulgada nesta semana, 55% da
população ainda desconhece as mudanças trazidas pelo sistema, o que pode gerar
ainda mais insegurança nos alunos.
Apesar da
desinformação que precisa ser solucionada, quando são listadas as principais
mudanças mais de 70% dos brasileiros aprovam diretrizes como a escolha dos
itinerários e novo modelo de currículo. De acordo com a professora Marly
Campos, esse modelo vai ajudar na adaptação dos alunos que entrarem no primeiro
ano deste ciclo, pois eles poderão contar com atividades que os ajudarão a desenvolver
protagonismo e autoconhecimento.
“A BNCC atribui
uma nova arquitetura ao currículo do Ensino Médio principalmente com a inserção
da escolha dos itinerários formativos e do projeto de vida”, explica Campos.
“Escolas que se organizam tendo o estudante no centro do processo, voltadas
para a cultura local, para as condições de vida da comunidade, são tentativas
de propiciar uma educação significativa para a sua juventude” afirma a
professora.
Principais
inseguranças da transição para o Ensino Médio
Uma das maiores
dificuldades enfrentadas pelos estudantes nessa fase escolar é a falta de
clareza diante da necessidade de realizar escolhas. “Eles precisam lidar com
tensões geradas pelas escolhas profissionais que se avizinham e para as quais
nem todos se sentem preparados”, afirma Marly Machado Campos, professora da
Camino School, escola trilíngue, especializada em metodologias ativas,
localizada na Zona Oeste de São Paulo.
“Muitos sabem que
precisam levar mais a sério o estudo e percebem o final da etapa básica, mas
com a instabilidade emocional, própria da adolescência, manter o foco nas
escolhas se torna mais difícil”, explica a professora.
Inseguranças com o
corpo e a sensação de não-pertencimento são outras características típicas
dessa fase da vida e requerem atenção. “Às inseguranças cotidianas somam-se
outras, relacionadas com o próprio corpo em transformação, com a necessidade de
pertencimento ao grupo e de ser aceito”, acrescenta Marly Campos.
Realizar uma
escuta atenta e ativa é uma excelente forma de acolher as dores e as incertezas
dos estudantes neste período. Para isso, é importante que tanto a escola como a
família estejam dispostas a adotar essa postura acolhedora. “Ajudar os alunos a
identificar as perguntas norteadoras para o momento e as possibilidades que
estão disponíveis é uma forma de acolhimento e parceria”, afirma Campos. “A
coerência entre a visão e postura da escola e da família contribui para a
segurança do estudante e potencializa o acolhimento”, acrescenta a professora.
Um
exemplo positivo e inspirador
Uma forma de
auxiliar estudantes nessa adaptação é promover o seu protagonismo na construção
do conhecimento. Para isso, existem metodologias criadas a partir de problemas
reais que já estão sendo implementadas na prática, como a Project
Based Learning (PBL), adotada pela Camino School. “No Ensino
Médio, estamos aprofundamento os conhecimentos, estimulando nos estudantes a
ampliação da visão de mundo, bem como a atribuição de significado ao que se
aprende”, mostra Campos.
A construção coletiva do conhecimento, promovida pelos projetos, é um componente importante para a formação integral dos alunos. “Na Camino School, os itinerários formativos para o primeiro bimestre foram propostos, considerando os interesses do grupo e os estudantes já fizeram as suas escolhas”, comenta a educadora.
“Esse olhar
individualizado para cada aluno tem o propósito de auxiliar tanto nas
dificuldades cognitivas quanto nas socioemocionais”, conclui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário