Médico ginecologista da clínica Origen BH dá um panorama sobre o caminho possível para mulheres e homens que querem ter filhos, mas não têm parceiros
Mulheres e homens sem parceiros, que querem
realizar o desejo de ter filhos, ainda têm muitas dúvidas sobre o tema. No
Brasil, o método da gestação independente é regulamentado pelas normas éticas
estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). O médico ginecologista
da clínica Origen BH, Rodrigo Hurtado, explica mais sobre o assunto.
Quem quer ter um filho seu,
mas não tem parceiro fixo, e quer tentar uma produção independente, deve fazer
o quê?
O primeiro passo é procurar um especialista em
infertilidade para traçar uma estratégia com a melhor chance possível de
sucesso para cada pessoa. Esse profissional geralmente está ligado a alguma
clínica especializada em reprodução assistida, como a Origen, ou algum hospital
de grande porte que oferte o serviço.
Quais são os exames básicos
que podem ser solicitados, tanto para o homem quanto para a mulher?
No caso do homem, além dos exames de sangue para
afastar certos problemas de saúde e do espermograma para avaliar a qualidade
seminal, será necessária uma pessoa disposta a gestar em situação de útero de
substituição, ou como se chama atualmente, “barriga solidária“.
No caso da mulher, serão necessários exames
hormonais para determinar a reserva ovariana, função da tireoide e da hipófise,
além de uma histerossalpingografia (radiografia do útero e trompas) e de uma
ultrassonografia transvaginal.
Feitos os exames, qual o
caminho a seguir – a mulher procurar um banco de sêmen e o homem os óvulos de
uma doadora, além de uma barriga solidária?
Sim, o caminho é buscar as células germinativas
(óvulos e sêmen) em bancos especializados e credenciados para isso. Eles vão
fornecer o material necessário para realização dos procedimentos de reprodução
- desde os mais simples, como a inseminação intrauterina heteróloga, até os
mais complexos como a fertilização in vitro.
Como é feita a escolha do
doador – por afinidade de características físicas com o paciente; e qual a
garantia de qualidade dos óvulos e sêmen do banco?
Os bancos de células germinativas são responsáveis
pela qualidade do material fornecido tanto do ponto de vista logístico
(transporte e acondicionamento), quanto biológico (idade e saúde dos doadores,
características físicas e grupo sanguíneo solicitados). Essa qualidade é
testada clinicamente e laboratorialmente com muito critério.
Quais são as dificuldades
encontradas ao longo desse processo da maternidade/paternidade independente?
A maior dificuldade costuma ser conseguir uma
pessoa disposta a passar pelos procedimentos como “barriga solidária “. É comum
existirem pessoas que tem interesse em ajudar, mas não estão aptas fisicamente.
Escolhidos sêmen, óvulos e
barriga solidária, quais são os passos seguintes e tratamentos disponíveis na
Origen?
Uma vez que óvulos, sêmen e útero estão
disponíveis, os próximos passos são o preparo hormonal do útero para receber os
embriões, no caso da fertilização in vitro e indução de ovulação, no caso da
inseminação. Esse período de preparo é todo conduzido pelo especialista em
reprodução humana assistida, por meio da hormonioterapia, ultrassonografia e
procedimentos minimamente invasivos.
Como é tratado o aspecto ético
que envolve todos esses procedimentos?
É fundamental que para os procedimentos de gestação
independente a mulher e homem sejam acompanhados por um especialista em
reprodução assistida, pois ele só vai propor ao paciente procedimentos
permitidos e de acordo com resoluções do Conselho Federal de Medicina.
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