A doença, que tem
grande incidência no verão, é um dos problemas mais frequentes na clínica de
pequenos animaisFoto por kuprevich em freepik
Uma das doenças mais comuns dos cães é a otite,
inflamação do conduto auditivo, responsável por muita dor e desconforto para os
animais, interferindo diretamente no seu bem-estar. Quase sempre as otites
acontecem devido à proliferação de fungos, ácaros ou bactérias no conduto auditivo
dos cães, mas fatores genéticos e ambientais podem favorecer seu aparecimento.
A médica-veterinária gerente de produtos pets da Ceva Saúde Animal, Fernanda Ambrosino, enumerou 5 curiosidades importantes sobre as otites que todo tutor deveria saber:
1) Existem três regiões em que
as otites podem acontecer
A orelha externa é responsável por coletar o som no ambiente e levá-lo, por
meio de um canal, à orelha média. Ela é, basicamente, a orelha como enxergamos
– tecido cartilaginoso coberto por pelos – e o canal auditivo, que é
responsável por levar o som até os tímpanos. A orelha média é composta pelo
tímpano e uma pequena câmara de ar com três pequenos ossos – martelo, bigorna e
estribo – e têm também a janela oval e a trompa de Eustáquio. Já na orelha
interna ficam a cóclea, que é o órgão responsável pela audição,
e o sistema vestibular, que auxilia na manutenção do equilíbrio.
“As otites podem ser classificadas como otite
externa, otite média ou otite interna de acordo com a região em que a
inflamação acontece. A conduta de tratamento pode variar de acordo com a região
acometida, por isso é importante o diagnóstico preciso do médico-veterinário”,
explica.
2) Não são apenas os cães com
orelhas grandes que sofrem com o problema!
Cachorros com as orelhas grandes e pendulares (caídas) têm mais
chances de ter a infecção, porque elas atuam como verdadeiros abafadores do
conduto auditivo, o que facilita a manutenção da umidade, deixando um ambiente
perfeito para a proliferação de fungos e bactérias.
“Muitas vezes pensamos que as orelhas curtinhas e pontudas têm
menos risco de sofrer com otite porque estão sempre bem ventiladas, mas a
verdade é que elas também têm uma menor proteção contra a entrada de água,
sujidades e outras impurezas, que acabam causando a irritação e inflamação dos
tecidos”, comenta.
Atenção redobrada para as raças Cocker Spaniel,
Buldogue, Chihuahua, Teckel, Basset Hound, Golden Retriever, Dachshund,
Labrador e Pastor Alemão, que podem apresentar maior propensão às otites.
3) Cães alérgicos também
sofrem mais com a otite
Muitas vezes, os microrganismos causadores da otite (fungos, bactérias e
ácaros) já habitam naturalmente a pele do cão e, quando ocorre algum
desequilíbrio na imunidade do pet, eles se proliferam de maneira oportunista,
acarretando a infecção. “Os animais que já apresentam histórico de alergia e
problemas recorrentes de pele também podem apresentar mais predisposição às
otites, porque a microbiota natural da pele destes animais já apresenta algum
tipo de alteração ou desequilíbrio, prejudicando a defesa natural do
organismo”, Fernanda elucida.
4) As otites são mais
frequentes no verão
No verão, é comum também que os pets busquem formas de se refrescar junto aos
humanos, como tomar banho de piscina ou mar, por exemplo, o que facilita a
entrada de água nos condutos auditivos. Se não forem limpos corretamente ao
final do passeio, é possível que os condutos auditivos úmidos se tornem
ambientes muito agradáveis para os fungos, ácaros e bactérias se proliferarem.
“O calor e a umidade típicos desta época do ano na maior parte do Brasil também
contribuem para que os casos de otite ocorram mesmo nos cães que não frequentam
praias ou piscinas, por isso o tutor precisa estar atento a qualquer sinal de
incômodo, coceira ou balançar frequente de cabeça, vermelhidão ou mau cheiro na
região das orelhas”, reforça.
5) Otites de repetição são um
problemão
Quando não cuidadas de forma adequada ou quando ocorre alguma falha no
tratamento, as otites podem se tornar problemas crônicos, conhecidas como
otites de repetição (ou recidivantes).
“Otites de repetição são problemas maiores, porque
quase sempre elas passam a ser otites internas causadas pelos microrganismos
que criaram alguma resistência ao medicamento utilizado previamente no
tratamento. Nestes casos, o tratamento precisa ser mais específico para o
agente causador da inflamação, que deve ser identificado por meio de exames
citológicos e cultura fúngica e bacteriana. Além disso, o tratamento precisa
ser feito com bastante rigor, para evitar que o quadro piore”, finaliza.
As otites de repetição, quando não são possíveis de
serem curadas de forma clínica por meio do uso de medicações, podem demandar
intervenção cirúrgica.
Cuidar bem das orelhas dos pets é um gesto de
cuidado e de amor, por isso é muito importante ter certeza de que elas estarão
protegidas durante o banho para evitar a entrada de água no conduto auditivo,
realizar a limpeza externa da orelha com ceruminolíticos específicos para os
pets na periodicidade recomendada pelo médico-veterinário, e nunca remover os
pelos que estão presentes nas orelhas dos cães, pois eles auxiliam na barreira
protetora do conduto auditivo.
Ceva Saúde Animal
www.ceva.com.br
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