Saiba como
recursos tecnológicos podem afetar o processo de aprendizagem; professor da
Plataforma Ferretto lista prós e contrasCrédito: Canva
A Inteligência Artificial (IA) vem cada vez mais
sendo aplicada nas mais diversas áreas, e a Educação não poderia ficar de fora.
Enquanto há os que defendam que recorrer à tecnologia facilite a absorção de
conteúdos, outros vêem as novidades com visão mais conservadora, questionando
até mesmo se o excesso de recursos não pode até mesmo dificultar o aprendizado.
“As tecnologias que a IA proporciona permitem
simular comportamentos humanos relacionados à inteligência, tais como o
raciocínio, solução de problemas, percepção e até mesmo a tomada de decisões,
mesclando o conhecimento humano ao artificial. Apesar de muitos acreditarem que
a IA é um assunto restrito à ficção científica, ela já é uma realidade presente
em diversas áreas, inclusive na educação, apresentando diversos benefícios e
desafios para os alunos e professores”, avalia o professor de Química e
influenciador Michel Arthaud, da Plataforma
Ferretto - focada em preparação para o Enem e vestibulares, que hoje conta
com cerca de 50 mil alunos de todo o Brasil.
A personalização do ensino é um dos pontos mais
importantes para a absorção de conteúdos. Com o uso da Inteligência Artificial,
os alunos tendem a se interessar mais pelos tópicos abordados, havendo uma
disposição para compreender as disciplinas e ampliando as frentes de
conhecimento. Ainda sim, o seu uso tem sido alvo de intensos debates ao redor
do mundo, principalmente por aqueles que acreditam que as habilidades humanas
serão cada vez mais substituídas. “É inegável que a tecnologia deve ser
aproveitada no aprendizado, mas alguns cuidados são necessários para que o
método tradicional não seja 100% colocado de lado”, pondera Arthaud.
Pensando nisso, o docente listou 4 pontos a se
atentar no uso de IA na educação:
1- Reprodução de desigualdades
No Brasil, o uso da Inteligência Artificial pode
criar uma desigualdade entre aqueles que têm acesso à tecnologia e aqueles que
não têm, o que pode perpetuar a exclusão educacional. Além disso, a tecnologia
pode ser projetada para atender às necessidades de certos grupos ou indivíduos,
deixando outros de fora. “Atualmente, grande parte das tecnologias educacionais
são utilizadas no setor privado, e o que não queremos que aconteça, é a
exclusão do setor público em mais uma camada. O uso de IA na educação é sim
importante, mas é preciso garantir que todos os alunos tenham as mesmas
oportunidades de acesso", destaca o docente.
2- Dificuldade em identificar
plágio
É comum que os alunos façam pesquisas e se inspirem
em textos disponíveis na Internet ao realizar um trabalho solicitado pelo
professor. Entretanto, o problema é quando em uma tentativa de economizar
tempo, o estudante copia todo o material acessado e entrega como se fosse
autoral, resultando em plágio. ‘’O Chat GPT, ferramenta baseada em IA, é um
dificultador desse processo. Existem softwares anti plágio que verificam as
semelhanças entre os textos localizados na internet e os ditos autorais, se o
material foi criado a partir da tecnologia mencionada, muito provavelmente não
será identificado", explica o professor de Química.
3 - Desenvolvimento de
habilidades essenciais
Com o avanço da Inteligência Artificial, os alunos
podem acabar tendo deficiências no desenvolvimento das habilidades necessárias
para o aprendizado, como: leitura, interpretação de textos, escrita e
compreensão. “A IA pode impactar diretamente na absorção de conhecimento e
competências dos alunos. Isso acontece pois o sistema gera automaticamente um
plano de estudos, facilitando o modo de pesquisa de campo. É importante haver
um equilíbrio entre o estudo tradicional e tecnológico, para que todas as
capacidades sejam desenvolvidas de forma correta”, recomenda Arthaud.
4 - Falta de contato pessoal
Por mais que a IA seja uma revolução na educação,
tanto para os professores, quanto para os alunos, é válido considerar que os
planos de ensino podem ser afetados de forma direta ou indireta. “A tecnologia
reduz o tempo de planejamento para a criação de uma aula, assim como pode
reduzir o período de aprendizado dos alunos. Quando as aulas são lecionadas de
forma presencial, os professores têm um contato direto com seus alunos,
conseguindo sanar dúvidas e questionamentos que surgem durante as explicações.
Com o uso da IA essa interação diminui. Ou seja, os professores e alunos ganham
por um lado, mas acabam perdendo por outro”, analisa o professor.
Simulado inteligente
Buscando contribuir com o processo de aprendizagem
dos estudantes, principalmente daqueles que já prestaram ou irão prestar
vestibular, a Plataforma Professor Ferretto inaugurou o “Simulado Inteligente’’
, uma ferramenta que ajusta simulados de provas diariamente conforme a
necessidade do aluno. Questões de nível fácil, médio e difícil são geradas e
adicionadas ao simulado conforme as respostas do treineiro. Dessa forma, o
aluno consegue praticar o conteúdo aprendido de uma maneira muito mais efetiva
e de acordo com as próprias particularidades.
“A Inteligência Artificial tem muito a somar com o
setor da educação e com o desenvolvimento dos alunos, desde que a sua
implementação seja muito bem pensada e discutida pelas instituições de ensino”,
acrescenta.
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