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sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Novas orientações da Academia Americana de Pediatria recomendam medicação e cirurgia bariátrica para tratar obesidade infantil

De acordo com a AAP, crianças a partir dos 12 anos podem fazer uso da medicação para perda de peso e a partir dos 13 devem ser avaliadas para a cirurgia bariátrica em caso de obesidade grave

 

Após 15 anos sem atualizações, a Academia Americana de Pediatria divulgou novas orientações sobre como a comunidade médica deve conduzir o tratamento contra a obesidade infantil em crianças de dois anos até a adolescência. 

Dra. Tassiane Alvarenga, endocrinologista e metabologista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), explica que a AAP recomenda que a intervenção médica para os mais novos deve se concentrar na mudança de comportamentos e estilo de vida de toda a família, o que inclui receber suporte nutricional e aumentar o ritmo de atividade física. “Já para crianças de 12 anos ou mais, o uso de medicamentos para perda de peso é apropriado, de acordo com a Academia”, completa a especialista. 

Dra. Ludmila Pedrosa, endocrinologista pediátrica pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), alerta apenas que o uso de medicamentos para perda de peso não deve ocorrer de forma isolada. Em outras palavras, a indicação do remédio deve vir acompanhada de mudanças nos hábitos de vida tanto da criança quanto da família em si. A especialista ainda defende que, quando usadas com prudência, tais medicações são ferramentas necessárias no combate ao crescente número de casos de obesidade infantil. 

Além da medicação, Tassiane explica que a AAP ainda passou a recomendar que pacientes a partir dos 13 anos, com obesidade grave, sejam avaliados para cirurgia bariátrica. Segundo Ludmila, a medida mais agressiva pode ser necessária para determinados casos. “No entanto, vale reforçar que a proposta não é indicar esse tipo de intervenção para todas as crianças e adolescentes obesos, mas considerar essa possibilidade no tratamento de pacientes com quadros dramáticos da doença, em que as demais medidas, isoladamente, não surtiram o efeito esperado”, esclarece a médica. 

As especialistas concordam que o relatório produzido pela Academia é um material rico para conduzir os diferentes tratamentos contra a obesidade infantil. Além disso, ele coloca a condição como um problema global que precisa ser olhado com urgência por todas as instâncias de saúde. 

Ludmila alerta apenas que, ao mesmo tempo, o material evidencia problemas estruturais que rondam o sistema de saúde brasileiro, uma vez que implementar um acompanhamento tão de perto, como propõe o documento, pode não ser compatível com a realidade de diversas crianças. 

“Acreditar que consultas esparsas, que duram apenas alguns minutos, e sem acompanhamento de uma equipe multidisciplinar são capazes de resolver um problema tão crescente em todo o mundo, como é a obesidade, é negligenciar o futuro das nossas crianças”, enfatiza a endocrinologista pediátrica. 

 

Dra. Tassiane Alvarenga -- ENDOCRINOLOGISTA E METABOLOGISTA - Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Uberlândia -- UFU; Residência Médica em Clínica Médica pela Universidade Federal de São Paulo -- UNIFESP; Residência Médica em Endocrinologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FM USP); Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia- SBEM; Membro da Endocrine Society, SBEM e ABESO; Faz parte do Corpo Clínico da Santa Casa de Misericórdia de Passos. 

Dra. Ludmila Fernandes Pedrosa - CRM 165215 @draludpedrosa - Formada pela Faculdade de Medicina da UFMG, Residência médica em Pediatra pelo Hospital das Clínicas da UFMG, Especialização em Endocrinologia Pediátrica pela Santa Casa de São Paulo, Título de Especialista em Pediatria pela SBP, Título de Especialista em Endocrinologia Pediátrica pela SBEM , Endocrinologista Pediatrica do Hospital Nove de Julho.


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