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quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Confiança dos pequenos negócios da indústria sobe, influenciada pela expectativa de melhora em 2023

Índice de Confiança geral das MPE recuou em dezembro de 2022, pelo 4º mês consecutivo, de acordo com Sondagem Econômica do Sebrae

 

A confiança dos donos de pequenos negócios do setor da indústria apresentou alta de 2,8 pontos em dezembro de 2022, influenciada pela recuperação de parte das expectativas, em especial da produção. Os dados são do boletim mensal sobre a sondagem econômica do setor, que é calculado pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Segundo o levantamento, dezembro registrou leve recuo (-0,5 ponto) no resultado geral do Índice de Confiança das micro e pequenas empresas (IC-MPE). Os pequenos negócios do Comércio e de Serviços apresentaram queda de 1,1 e 0,3 pontos, respectivamente, em contraposição ao índice da indústria que cresceu. Apesar da ligeira redução nas vendas em dezembro, na média gera, a expectativa é de melhora para os próximos meses, sobretudo nos Serviços e na Indústria.

No segmento Indústria, a aceleração foi impulsionada pelos alimentos, refino e produtos químicos, metalurgia e produtos de metal. Por outro lado, no Comércio, a queda da confiança foi observada tanto no quesito referente à situação atual dos negócios quanto às expectativas de negócios no curto prazo. Os dados negativos foram puxados pelos materiais de construção e bens de consumo. Já em Serviços, a confiança praticamente se estabilizou devido aos sinais opostos dos indicadores de demanda atual (em queda) e de demanda futura – com expectativa de melhora nos negócios na demanda, no faturamento e no emprego do setor, para os próximos meses.

O presidente do Sebrae, Carlos Melles, explica que os últimos meses de 2022 foram marcados por uma redução do índice de confiança para as empresas brasileiras de todos os portes, o que também aconteceu no caso dos pequenos negócios. Segundo ele, em parte, pelas incertezas associadas ao período eleitoral. E, nesse momento, devido às incertezas naturais associadas ao início de um novo governo. No nível internacional, a desaceleração econômica ainda persistirá por um tempo, devido ao aumento esperado nas taxas de juros no exterior, o que torna o cenário desafiador.

“No campo da economia, embora o setor de Serviços tenha avançado no 2º e 3º trimestre do ano, o endividamento das famílias, a inflação e as altas taxas de juros contribuíram para uma maior cautela dos consumidores, que reduziram sua demanda por bens e serviços no 4º trimestre – aumentando os estoques nas empresas. Apesar das possíveis incertezas sobre a condução da política econômica, estamos otimistas quanto às sinalizações de fomento ao empreendedorismo e crédito para o segmento”, destaca Carlos Melles.

Também em dezembro de 2022, o Índice de Situação Atual (ISA-MPE) e o Índice de Expectativas (IE-MPE) apresentaram direções opostas, com queda do primeiro (89,4 p.p.) e crescimento do segundo (86,8p.p.). Ainda de acordo com a Sondagem, no que diz respeito ao Comércio, as confianças regionais foram difusas: enquanto Sudeste e Sul recuaram nos índices, Nordeste, Norte e Centro-Oeste avançaram. O mesmo se deu em Serviços, onde Sul e Nordeste subiram, em contraposição ao Sudeste, Norte e Centro-Oeste que tiveram queda. Indústria não foi exceção: apresentou variações opostas, com destaque para aumento no Sul e queda no Nordeste.


Acesso ao crédito

No que diz respeito ao grau de exigência para acesso ao crédito, os donos dos pequenos negócios do Comércio sinalizaram uma forte migração para a avaliação de normalidade, com aumento de 8,8 pontos percentuais. Das empresas que sinalizaram fácil acesso houve queda de 6,5 p.p em dezembro de 2022. A proporção de empresas de Serviços que consideram estar “fácil” obter crédito cedeu 1,2 pontos. Já na Indústria, a proporção de donos de MPE que percebe o grau de exigência como alto cedeu 1,6 p.p.


Emprego previsto

No Comércio, a parcela das empresas que projeta aumento das contratações entre os meses de janeiro a março deste ano avançou 2,1 pontos percentuais, enquanto aquelas que sinalizam que não, recuou 5,7. No mesmo período, a previsão de que o pessoal ocupado seria menor na Indústria caiu 7,7 p.p.. Movimento contrário se deu nos Serviços, em que a parcela das empresas apostando que número de pessoas empregadas aumentará recuou 1,2 pontos.


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