Veterinária da VetBR, mais completa distribuidora de produtos para saúde animal do país, detalha sintomas e possibilidades de tratamento dessa doença, que frequentemente acomete o gado leiteiro e causa prejuízos para os produtores
A mastite bovina, inflamação da glândula mamária
originada, principalmente, após uma infecção com predominância de bactérias, é
uma das principais doenças que acometem o gado leiteiro. A enfermidade tem
impactos financeiros negativos tanto para o pecuarista quanto para a indústria
de laticínios. A mastite pode causar perda de produção de cerca de 3 litros de
leite por dia, além de ter impacto direto no bem-estar animal.
Segundo a médica veterinária e consultora de
pecuária da VetBR, Nathasha Freitas Marcelino, a transmissão da doença pode ser
ambiental ou contagiosa. “No primeiro caso, o gado é infectado por agentes do
ambiente, presentes em fezes e matéria orgânica, por exemplo. Estes podem ser
bactérias, fungos, algas e até mesmo leveduras. Já a mastite contagiosa decorre
dos micro-organismos que estão adaptados ao úbere e, por isso, pode ser
transmitida entre os animais no momento da ordenha, quando não há higiene
adequada dos equipamentos, mãos do ordenhador, desinfecção rotineira, além da
identificação e segregação de animais infectados”, afirma a especialista.
Independentemente da via de transmissão, é
recomendável atenção a ações preventivas, como limpeza do ambiente, realização
de pré e pós-dipping adequados, utilização de luvas durante a ordenha e
manutenção contínua de equipamentos. No caso da mastite ambiental, é necessário
também fornecer alimento ao animal logo após a ordenha, para garantir que ele
fique em pé por mais tempo a fim de reduzir a exposição do esfíncter do teto
ainda aberto após a ordenha a agentes presentes no solo. Para a mastite
contagiosa, especialistas indicam linha de ordenha para minimizar a
contaminação de animais saudáveis.
A enfermidade pode, ainda, ser dividida em dois
grupos: a clínica, afecção que gera alterações visuais no aspecto do leite, e
subclínica, caracterizada pela ausência de alterações visíveis no leite, no
úbere ou nos parâmetros clínicos da vaca. Ambas oneram o pecuarista com compra
de medicamentos para tratamento, descarte de leite, gastos com mão de obra,
descarte precoce, manutenção de animais em tratamento e redução da
produtividade.
Para a VetBR, a mais completa distribuidora de
produtos para saúde animal do Brasil, os cuidados com os animais são
indispensáveis para o aumento de produtividade do rebanho e a rentabilidade da
propriedade. Pensando nisso, a empresa listou as principais informações sobre
mastite clínica e subclínica para ajudar o pecuarista a identificar os sintomas
das variações da doença, além de dicas de tratamento. Confira:
Mastite clínica
Sintomas: Alterações visuais no aspecto
do leite (grumos, sangue, leite aquoso), modificações de origem inflamatória no
quarto mamário (edema, vermelhidão e quarto mamário dolorido). Em casos mais
severos, pode haver redução no consumo alimentar e queda brusca de produção,
além de apatia.
Como identificar: a doença
pode ser detectada através do teste da caneca de fundo telado, que é a forma
mais simples e eficaz para identificação da anormalidade. O responsável deve
retirar os três primeiros jatos e observar o aspecto do leite.
Tratamento: a manifestação da mastite
clínica pode ser subdividida em três graus. O grau 1 é a forma mais leve, que
consiste na alteração apenas do leite — o tratamento pode ser feito através de
antibióticos intramamários. Já o grau 2 está relacionado a uma gravidade
moderada, quando além de alterações no aspecto do leite, há também acometimento
da glândula mamária (edema, dor, calor, vermelhidão) — nesse caso, deve-se
adicionar anti-inflamatório parenteral, junto com antibióticos intramamários. O
grau 3 é o mais severo: é considerado uma emergência veterinária, uma vez que a
vaca pode vir a óbito em poucas horas. Isto acontece quando a mastite é
ocasionada por cepas de bactérias mais patogênicas, capazes de invadir a
circulação e causar quadros de intensa apatia, queda brusca na produção, febre
e letargia. O tratamento envolve o uso de antibióticos parenterais, além dos
intramamários e antiinflamatório. Além disso, é fundamental que se faça terapia
suporte com soros orais e intravenosos.
É importante ressaltar que a indicação de
tratamentos com antibióticos imediatamente após a detecção da mastite clínica,
é válida para aquelas fazendas em que não são realizadas culturas
microbiológicas com resultado rápido. Isto porque determinados grupos de
agentes possuem elevada taxa de cura espontânea, não sendo necessário o uso de
antibióticos.
Mastite subclínica
Sintomas: ausência de alterações
visíveis no leite, no úbere e nos parâmetros clínicos da vaca, mas ocorrem
modificações na composição e aumento na contagem de células somáticas (CCS) do
leite, que se apresenta acima de 200.000 células/ml. Não é possível detectar a olho
nu, já que a variação da doença tem caráter silencioso.
Como identificar: é possível
fazer o diagnóstico na própria fazenda por meio do California Mastitis Test
(CMT), também conhecido como teste da raquete, ou através do envio de amostras
de leite em laboratórios, onde é feita a contagem eletrônica de células
somáticas por mililitro de leite.
Tratamento: A indicação de tratamento
para os casos de mastite subclínica é realizada somente após detecção do agente
causador por meio da cultura microbiológica daqueles animais que apresentam
contagem elevada de células somáticas. Especialistas indicam a necessidade de
se fazer linha de ordenha. Os animais que apresentarem os indicadores de CCS
mais elevados devem ser colocados por último na linha de ordenha, e a secagem
do teto deve ser antecipada. Mas há indicação para tratamento, se for detectada
a presença da bactéria Streptococcus agalactiae no animal.
Nesse caso, serão necessários outros cuidados indicados pelo médico veterinário
da propriedade, já que a bactéria tem caráter contagioso e todo o rebanho
deverá ser tratado.
VETBR
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