Iniciativa tem apoio do Mars Centro de Ciência do
Cacau e acontece em Barro Preto, na Bahia
Este ano, a Escola Municipal Virginia Mars, que faz parte do Mars Centro de Ciência do Cacau (MCCS), localizada na região de Barro Preto (BA), realizou a inauguração do “Projeto Piloto de Meliponário”. O objetivo do projeto é impactar positivamente a comunidade, gerando oportunidades para o desenvolvimento econômico, social e ambiental, com foco no cultivo das abelhas sem ferrão por meio de compartilhar conhecimento, geração de emprego e renda. Entre os ensinamentos, fala-se sobre a meliponicultura, que é a ciência da criação das abelhas sem ferrão, para auxiliar na polinização e na conservação da biodiversidade, já que essas possuem um papel estratégico na reconstituição de florestas tropicais e remanescentes florestais.
Mais de vinte mil espécies diferentes de abelhas são encontradas espalhadas
pelo mundo e deste total, quase 250 de espécies sem ferrão existem no Brasil,
que é considerado um dos países com maior número desse tipo de abelhas. Para
Luiza Santos, Coordenadora de Assuntos Corporativos e responsável pela Escola
Virginia Mars do MCCS, “as abelhas sem ferrão são um excelente recurso para
reforçar a educação ambiental dos alunos dentro do curso Cacau para Gerações
estabelecido pela escola”, comenta Luiza.
Para iniciar este projeto, Luiza contou com a ajuda
e parceria do Dr. Jean-Philippe Marelli, Diretor Sênior de Manejo Integrado de
Pragas (MIP) da Mars, que após conhecer mais sobre esse cenário, tornou-se um
ávido apicultor e meliponicultor em seu tempo livre. “Eu sempre gostei de
insetos, e por isso me especializei na área de entomologia e fitopatologia,
porém sempre no angulo de proteger os cultivos contra o ataque deles e as
perdas que eles causam. Durante a pandemia, percebi que se tratando de abelhas,
é tudo o contrário, já que devemos protegê-las para poder produzir alimentos. A
arte e ciência de cuidar delas me traz uma perspectiva diferente sobre quanto
nós seres humanos devemos pensar holisticamente quando se trata de nossa
segurança alimentar”, comenta Luiza. Juntos, Luiza e Jean-Philippe firmaram uma
parceria para viabilizar esse projeto piloto, pois este será o primeiro
Melipolinário em uma escola do Estado da Bahia.
O PROJETO MELIPONIÁRIO
Foram adquiridas 10 colmeias da espécie Uruçu
Amarela (Melipona mondury) para a Escola Virgínia Mars. Entre outras
iniciativas, os alunos serão treinados na ciência da Meliponicultura por meio
de oficinas e treinamentos práticos para aprender a cultivar e cuidar das
abelhas. Cada colmeia será dividida em duas para se multiplicarem - serão
divididas em três, quatro e assim por diante, até que o meliponário cresça
exponencialmente. Os alunos também levarão uma colmeia para casa e lá farão uma
divisão para iniciar seu próprio meliponário, estimulando que as pessoas
conheçam os benefícios das abelhas sem-ferrão para a região.
“O projeto piloto Meliponário será um exemplo para
toda a região de como podemos utilizar a biodiversidade local, não só para
conscientizar a importância da preservação do meio ambiente, mas também como
potencial de diversificação para agricultores familiares que buscam outras
fontes de renda”, comenta Luiza.
Link para fotos e vídeos do projeto
BENEFÍCIOS DO MELIPONIÁRIO
PARA O CACAU
As abelhas em geral são responsáveis pela polinização de 80% da flora, papel essencial para a manutenção de todo o ecossistema. Embora essa espécie de abelha sem ferrão não polinize o cacau, devido à morfologia de sua flor, elas polinizam a maioria das árvores de sombra que crescem ao longo do cacau e constituem o sistema Cabruca. “Sem eles, as árvores de sombra não produziriam frutos, que é o principal alimento para pássaros e animais, que por sua vez disseminam as sementes para regenerar a floresta. É por isso que é tão importante para a Mars cuidar das abelhas, pois estamos buscando aumentar os sistemas regenerativos para uma cultura de cacau mais resiliente”, reforça Luiza.
Além disso, o mel de abelhas sem ferrão tem muitas propriedades medicinais, incluindo um açúcar específico chamado trealulose, e possui um índice glicêmico muito menor que o mel de abelha europeia podendo ser usado como uma alternativa saudável ao açúcar. O mel de abelhas sem ferrão é conhecido por seu sabor complexo que é um fator da espécie de abelha (enzimas), tipo de néctar floral e processo de fermentação que acontece dentro dos potes de cera onde o mel é estocado. Atualmente, um número crescente de Chefs do Brasil e do mundo utilizam esse mel para seus pratos mais elaborados.
Para mais informações e curiosidades sobre o
projeto do Melipolinário organizado pelo MCCS, basta acessar Link
Mars
Nenhum comentário:
Postar um comentário