Levantamento realizado em março pela consultoria educacional Rabbit com mais de 15.000 famílias de diferentes gerações procura entender quais são os itens mais valorizados pelos pais
O estudo “Gerações”, inédito no Brasil e encabeçado pelo
Grupo Rabbit, aplicado em mais de 15 mil famílias brasileiras, revela como os
pais de diferentes gerações enxergam os papéis que escolas e educadores devem
ter no futuro em relação à educação de seus filhos.
Uma escola pouco atraente e desconexa com o dia a dia é
uma queixa recorrente por parte dos estudantes. Porém, como as famílias
enxergam esse problema? Quais características mais importantes para uma
instituição de ensino atualmente? E para os educadores? A pesquisa “Gerações”
produzida pelo Grupo Rabbit mostra como as diferentes gerações pensam a
respeito do tema.
Além disso, a empresa especializada em gestão e pesquisa
também avaliou metodologias, o futuro das instituições de ensino, critérios dos
familiares na escolha, carreiras dos educadores, impactos da pandemia, entre
outros.
“O aumento médio de vida do ser humano proporcionou um
distanciamento entre as gerações e, consequentemente, um gap maior no que se
refere à visão de mundo entre indivíduos”, afirma Christian Coelho, CEO do
grupo e coordenador da pesquisa. A avanço da medicina permitiu que muitos
professores postergassem a aposentadoria e trabalhassem por mais tempo, em
razão da necessidade ou por vontade própria.
De acordo com dados do Interdisciplinaridade e Evidências
no Debate Educacional (Iede), com base no Programa Internacional de Avaliação
de Alunos (Pisa) de 2015, apenas 3,3% dos estudantes brasileiros de 15 anos
queriam ser professores. A projeção de escassez para a profissão pressiona a
busca por professores cada vez mais preparados para lidar com um público nativo
digital, criando um conflito que passa a permear os critérios de avaliação das
famílias.
Nesse sentido, o estudo mostra quais características são as mais valorizadas pelas famílias ao matricular os filhos em uma instituição de ensino. Estabelecendo um ranking de prioridades, todas as gerações entrevistadas escolheram o acolhimento como o aspecto mais importante. A pandemia, segundo Coelho, impactou diretamente essa avaliação. “Acolher nesse sentido significa ir além de uma simples receptividade. Aqui, entram aspectos extra educacionais, como preocupação das capacidades emocionais, mentais e de pertencimento a uma comunidade”, explica.
Um outro comportamento interessante é que pais das
gerações pós-internet (Y e Z), devido ao aumento do nível cultural e redução da
importância de bens materiais, privilegiam mais a qualidade da prestação dos
serviços educacionais. A preocupação com o preço vai se perdendo com as gerações
mais novas, que se preocupam com a modernização do ensino praticado, inclusive
com a preferência de metodologias baseadas em projetos.
Educadores na berlinda
Perguntados sobre o que esperam de um educador, as
gerações de pais mais jovens começam a requisitar do profissional maior
envolvimento com técnicas e metodologias pedagógicas modernas, e aliá-las ao
que a tecnologia pode oferecer de melhor no aprendizado.
Como deve ser a escola do futuro permanece como um dos
assuntos mais debatidos por especialista e educadores. As projeções indicam que
a tecnologia será parte central do processo de aprendizagem. As novas formas de
aprendizado proporcionadas pela internet têm trazido para o centro do sistema
educacional a necessidade de compreender em qual momento as escolas se
encontram atualmente e para onde elas devem seguir.
No entanto, é certo que, da geração Baby Boomers às
gerações nascidas na pandemia, todas elas trazem um novo olhar ao mundo, sempre
se transformando. “Estar atualizado nunca foi tão importante como agora”,
finaliza Coelho.
Grupo Rabbit
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