A
tecnologia sempre flertou com a medicina no que diz respeito às inovações
voltadas ao atendimento ao paciente, tanto no aprimoramento do diagnóstico como
no tratamento das inúmeras doenças. Entretanto, o uso de ferramentas
tecnológicas destinadas ao gerenciamento hospitalar e à gestão da saúde de uma
forma geral sempre foi deixado em segundo plano.
Com a pandemia da Covid-19, o setor de saúde precisou, mais do que qualquer
outro, acelerar seu processo de transformação digital para ofertar, de forma
ampla e efetiva, serviços como a telemedicina. Afinal, as consultas médicas à
distância tornaram-se indispensáveis com a necessidade do isolamento social
imposto pela emergência sanitária. Por outro lado, a sobrecarga do setor
evidenciou a necessidade de aprimorar processos, otimizar a gestão de estoque e
compra, para controlar melhor os recursos e estreitar o relacionamento com
pacientes e usuários.
Quando alguém entra em um centro médico para realizar um exame ou fazer uma
cirurgia tem início uma relação que produzirá uma série de informações que
podem e devem ser utilizadas para agregar valor ao negócio. O acompanhamento
desse atendimento gera insumos para todos os pontos de contato do paciente na
instituição.
O conceito Phygital está se tornando, progressivamente, uma
realidade dos serviços de saúde do Brasil. A integração do físico com o digital
na jornada de assistência melhora a experiência do paciente, o acesso aos
médicos, os desfechos clínicos e promove, inclusive, a redução de custos. A
adoção de recursos de TaaS (Tecnologia as a Service) é uma das alternativas que
vêm sendo utilizadas pelo mercado para escalar soluções digitais, tanto para
uso de equipamentos como de softwares operacionalizados por empresas nos moldes
de outsourcing.
Dentro deste contexto, um outro conceito, o de omnidata, pode
potencializar o healthcare. A análise inteligente de dados, gerados de
forma presencial, numa sala de espera, por exemplo, devem passar por uma
leitura de comportamentos padrão, ou seja, precisam ser processados para
virarem de fato dados. Isso é omnidata: a real integração do que é
coletado digitalmente e fisicamente em um ambiente on-line que reúne e organiza
as informações, entregando relatórios personalizados para as áreas competentes,
em conformidade com a LGPD.
O estudo da IDC (International Data Corporation)) mostra que o investimento
em tecnologias no setor de saúde na América Latina deve atingir US$ 1.931
milhões até o final do ano, o que equivale a R$ 10 bilhões. As empresas
perceberam que um sistema de saúde digitalizado promove o aprimoramento da
conexão entre os profissionais de saúde e os pacientes, ao mesmo tempo que
otimiza os fluxos de trabalho, aumentando a eficiência operacional.
Três pilares devem sustentar a transformação digital em saúde: omnidata,
IoT (Internet das Coisas) e uma rede autônoma, que conecte pessoas, processos e
aplicações, de maneira fácil, automática e segura. Dessa forma, médicos terão
largura de banda garantida para acessar imagens digitais e outros dados dos
pacientes e dispositivos de IoT, como um monitor de pressão arterial de
pulseira sem fio poderão ser conectados à de forma segura e automática.
Ao adotar tecnologias de rede que funcionam em todas as instalações e além
delas é possível criar conexões sob medida, alocando melhor os recursos, e
proporcionando uma experiência de alto nível a todos os envolvidos: usuários,
colaboradores e gestores. É a tecnologia a serviço do seu objetivo maior, que é
humanizar o healthcare.
Eliezer Silveira
Filho - Managing Director da Roost
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