Especialistas do Hospital Paulista dão dicas de
prevenção aos problemas, mais comuns nas baixas temperaturasShutterstock
Ainda estamos no Outono, mas as baixas temperaturas
no Brasil têm feito com que muitas pessoas vivenciam uma sensação de Inverno.
Na capital paulista, os termômetros registraram 7 graus na madrugada de 18 de
maio, a temperatura mais baixa para o mês nos últimos 32 anos. Já no Rio Grande
do Sul, o frio intenso trouxe neve e foi responsável pelo fechamento de
diversas escolas.
A mistura do tempo seco, comum da estação, com o
frio elevado pode trazer diversos danos à saúde. Gripes, resfriados e
agravamento dos quadros de asmas, rinites e sinusites estão entre as patologias
mais comuns causadas pela baixa imunidade provocada pela estação.
Os otorrinolaringologistas do Hospital Paulista Dr.
Gilberto Ulson Pizarro e Dra. Cristiane Passos Dias Levy também alertam para as
dores de garganta e otites -- infecções e inflamações do ouvido --, que tendem
a aumentar com o frio e podem causar problemas graves, como a surdez, caso não
tratadas precocemente e adequadamente.
Dor de garganta
Problema muito comum no frio, a dor de garganta
pode ter várias causas, sendo a mudança brusca de temperatura uma delas.
Conforme Dr. Gilberto, a oscilação do clima diminui o batimento ciliar da
mucosa, podendo deixar bactérias entrarem na garganta.
“A piora pode acontecer por conta das trocas
bruscas de temperatura. Apesar do Outono, estávamos em uma temporada de sol e
tempo quente, o que acarreta o surgimento do problema”, explica o especialista.
O médico reitera a importância de tomar água com
frequência ao longo do dia, principalmente durante o tempo seco. “A garganta é
uma região que só trabalha bem quando está úmida. Caso haja ressecamento por
falta de hidratação ou alguma doença, podemos ter inflamações da mucosa, dores
e sensações de inchaço ao engolir.”
Otites
Outro grande afetado durante o frio pode ser o
ouvido, por conta das otites, infecções que atingem o
ouvido médio e parte interna do tímpano e costumam ser dolorosas por conta de
inflamações e do acúmulo de secreções. Caracterizadas por três diferentes tipos
- otite externa, otite média e otite interna -, elas são mais comuns em
crianças, mas podem atingir todas as pessoas em variados momentos da vida.
Dr. Gilberto detalha como é possível
evitar o problema, mantendo livre a comunicação do nariz com o ouvido, chamada
de tuba auditiva, e indica algumas recomendações básicas:
- Enxugue
os ouvidos com a ponta da toalha, sem esfregar, após o banho;
- Não
utilize hastes flexíveis ou qualquer objeto dentro dos ouvidos. Eles podem
causar feridas na pele, retirar a camada protetora de cera e aumentar a
probabilidade de infecção;
- Para
quem tem otites recorrentes, é recomendável utilizar protetores
auriculares de silicone.
Alergias respiratórias
Cerca de 30% da população brasileira possui algum
tipo de alergia, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Para aqueles que
apresentam o problema, o outono costuma ser uma estação bastante delicada,
podendo potencializar crises e desconfortos por conta do tempo seco.
“Durante o frio, é comum o surgimento das alergias
respiratórias. Em decorrência das quedas bruscas na temperatura, as pessoas
tendem a buscar seus casacos e agasalhos que normalmente estão guardados há
muito tempo, o que é péssimo para alérgicos, já que fechados em armários juntam
muitos ácaros”, explica Dra. Cristiane.
A especialista destaca que, para um diagnóstico
correto e completo, é importante que o médico pesquise o histórico clínico do
paciente, bem como o familiar. Dessa forma, ele poderá identificar a causa da
alergia.
Confira abaixo algumas dicas da médica para
diminuir as chances de crise:
- Tomar
bastante água;
- Fazer
lavagens nasais frequentes com soro fisiológico para hidratar as mucosas;
- Limpar
bem a casa ou o ambiente que irá utilizar;
- Optar
por aspirar e passar pano úmido em vez de varrer os locais;
- Usar
capas antiácaros em colchões e travesseiros;
- Sempre
que possível, colocar travesseiros e edredons no sol;
- Evitar
objetos que acumulem pó nos quartos, como cortinas, tapetes e carpetes;
- Limpar
com frequência os filtros de ar-condicionado;
- Evitar,
quando possível, mudanças bruscas de temperatura;
- Buscar
auxílio médico e não abandonar o tratamento após a chegada do calor.
Hospital Paulista de
Otorrinolaringologia
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