Celebrada em 8 de
março, o Dia Internacional da Mulher marca as conquistas ao longo dos anos e
reforça os princípios de igualdade de gênero também no mercado de trabalho
De acordo com o mais recente
Relatório de Ciências da Unesco, as mulheres representam 33,3% do total de
pesquisadores e apenas 12% dos membros das academias de ciências nacionais.
Apesar de ainda serem minoria na ciência, elas têm conseguido alcançar
importantes achados nos últimos anos em relação à saúde do cérebro.
Um exemplo recente é o estudo
apresentado em outubro de 2021 no maior evento de cuidados neurológicos
intensivos/críticos do mundo, o 19º
Neurocritical Care Society Annual Meeting, em Chicago. As pesquisadoras Gisele
Sampaio Silva, professora de Neurologia da Escola Paulista de Medicina da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), juntamente com Nelci Zanon
Collange, doutora em Neurocirurgia e coordenadora da Comissão das Mulheres na
Neurocirurgia da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), lideraram um estudo1 que avaliou os efeitos no
cérebro da ventilação mecânica prolongada em pacientes com Covid-19. As
cientistas utilizaram a tecnologia da brain4care, healthtech brasileira pioneira no mundo na
realização do monitoramento não invasivo das variações de volume/pressão
intracraniana para concretização do estudo.
Gisele Sampaio Silva também
foi orientadora de um estudo em pacientes neurocríticos que correlacionou o
monitoramento não invasivo da pressão intracraniana com o método invasivo2. Segundo a neurologista, a pesquisa demonstrou que a
monitorização não invasiva pode oferecer muitas informações ao médico sobre o
comportamento da pressão intracraniana do paciente e avaliar com antecedência se o paciente precisará ou
não de um procedimento invasivo por meio de cirurgia intracraniana.
A monitorização da pressão
intracraniana também foi o foco de um estudo liderado pela pesquisadora
Cristiane Rickli juntamente com José Carlos Rebuglio Vellosa, da Divisão de
Ciências Biológicas e da Saúde, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) 3. Pela primeira vez na história da ciência foi possível
monitorar os pacientes renais que realizam hemodiálise, antes e depois das
sessões, usando o método não invasivo brain4care para avaliar as variações da
pressão intracraniana durante o tratamento. A monitorização pode ajudar a
diagnosticar a síndrome do desequilíbrio da hemodiálise, um evento grave que,
na maioria dos casos, quando chega a ser descoberto, já está em estágio
adiantado e o paciente não sobrevive. Se diagnosticada em fase inicial, o
médico pode tomar medidas mais eficientes de manejo do paciente que podem
salvar vidas.
A PhD em neurociência, médica
intensivista e professora Celeste Dias, da Faculdade de Medicina da
Universidade do Porto, foi precursora na realização de estudos comparativos que
comprovam a equivalência entre os sinais obtidos por meio do monitoramento não
invasivo da tecnologia brain4care e o padrão-ouro, obtido por meio de cateter
introduzido cirurgicamente no interior do crânio dos pacientes. Seu estudo
pioneiro abriu caminho para muitos outros e hoje a tecnologia brain4care
está presente em mais de 40 publicações científicas. Em 2010, a pesquisadora conheceu Sérgio Mascarenhas, fundador da brain4care, em um
evento na Alemanha e deu início às primeiras pesquisas com o método na Europa.
brain4care - Com o propósito de desafiar os limites da medicina para vivenciar histórias de saúde e felicidade e a missão de reduzir a dor e o sofrimento de milhões de pessoas, a brain4care é uma healthtech brasileira que desenvolve e oferta uma tecnologia pioneira de monitorização da complacência intracraniana (CIC), um indicador de saúde neurológica que fornece uma informação adicional que qualifica o diagnóstico, orienta a terapêutica e indica a evolução de distúrbios neurológicos, aumentando a pertinência dos cuidados, a segurança do paciente e a otimização dos recursos do sistemas de saúde. Certificada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e disponível comercialmente no Brasil desde 2019, a tecnologia está presente em 53 instituições de saúde em todo país. A healthtech conta com escritórios em São Paulo, São Carlos e Atlanta, nos Estados Unidos.
Referências bibliográficas
1 -
SILVEIRA, AF et al. Could time
of Mechanical Ventilation Affect Intracranial
Compliance In COVID-19 Patients?
2 - Moraes
FM, Silva GS. Noninvasive intracranial pressure monitoring methods: a critical
review. Arq Neuropsiquiatr, 2021. Disponível em < https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34161530/>. Acesso em 16/02/2022
3 - Rickli
C et al. (2021) Use of non-invasive intracranial pressure pulse waveform to
monitor patients with End-Stage Renal Disease (ESRD). PLoS ONE, 2021. Disponível
em < https://doi.org/10.1371/journal.pone.0240570 >. Acesso em 16/02/2022.
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