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domingo, 6 de março de 2022

No Dia Internacional da Mulher, um alerta: atenção aos exames periódicos

Na semana em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, a Sociedade Brasileira de Mastologia - Regional São Paulo (SBM-SP) alerta para que as mulheres não deixem de fazer exames periódicos, e principalmente atentem para a realização da mamografia, o melhor método na detecção precoce do câncer de mama.

 

A SBM e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) indicam o rastreamento mamográfico (quando não há sinais nem sintomas) anual do câncer de mama para todas as mulheres a partir dos 40 anos, ou antes em casos de câncer de mama na família. “Essa é uma medida focada em identificar precocemente o câncer, conseguindo assim traçar uma abordagem mais eficaz e aumentar as chances de cura”, explica o médico André Mattar, diretor da SBM-SP.

As mamografias são produzidas por meio de um aparelho que obtém raios-x de baixa dose e que geram as imagens radiográficas. Em todos os casos, há a necessidade de compressão das mamas, para se alcançar imagens de alta qualidade e diminuir a dose de radiação. É considerado um exame extremamente seguro.

Como preparação do exame, é bom evitar cremes, desodorantes, perfumes e  talcos na região dos braços e seios; é recomendável que seja feita 10 após a menstruação, quando as mamas estão menos doloridas; evitar bebidas e alimentos ricos em cafeína, como energéticos, chás e café, alguns dias antes do procedimento; e não é necessário jejum nem interromper o uso de medicamentos.

 

Brasil fecha 2021 com recuperação no número de mamografias

O ano de 2021 apresentou uma retomada no número de mamografias realizadas no país pelo sistema público de saúde em relação ao mesmo período de 2020, mas ainda bem abaixo ao nível de 2019, período anterior à pandemia de covid-19, segundo levantamento feito pela mastologista Jordana Bessa, membro da SBM-SP.

Com o represamento de exames no Brasil, em 2020 mais de 800.000 mulheres entre 50 e 69 anos deixaram de fazer mamografias, e possivelmente cerca de 4.000 casos de câncer de mama deixaram de ser diagnosticados, segundo o artigo publicado na Revista de Saúde Pública em abril de 2021 pela dra. Jordana Bessa, com o título Breast imaging hindered during covid-19 pandemic in Brazil

Na atualização do artigo, o sistema público de saúde nacional registrou em 2021 um aumento no número de exames feitos, mas ainda abaixo do registrado em 2019 - pré-pandemia. Abaixo, a tabela com os totais de exames realizados entre 2019 e 2021. O mesmo levantamento aponta recuperação no número de exames no Estado de São Paulo, mas também ainda abaixo do resultado de 2019.


Mamografias no Brasil, em mulheres entre 50–69 anos, de 2019–2021 (Fonte DATASUS)

Brasil:

Ano – Exames
2019 – 1.964.013
2020 – 1.190.577
2021 – 1.675.317

 

No Estado de São Paulo:

Ano – Exames
2019 – 291.743
2020 – 186.636
2021 – 254.134

Fonte: DATASUS

Apesar da retomada, estes resultados podem apontar para uma possível epidemia de câncer de mama, causada pela queda de exames por causa da pandemia, pela maior incidência de câncer de mama globalmente (ultrapassou o câncer de pulmão), pelo aumento de casos em jovens (menos de 40 anos), e pelo fato de o Brasil ser um dos países com tendência de piora da mortalidade.


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