Na semana em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, a Sociedade Brasileira de Mastologia - Regional São Paulo (SBM-SP) alerta para que as mulheres não deixem de fazer exames periódicos, e principalmente atentem para a realização da mamografia, o melhor método na detecção precoce do câncer de mama.
A SBM e a Federação
Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) indicam o
rastreamento mamográfico (quando não há sinais nem sintomas) anual do câncer de
mama para todas as
mulheres a partir dos 40 anos, ou antes em casos de câncer de
mama na família. “Essa é uma medida focada em identificar precocemente o
câncer, conseguindo assim traçar uma abordagem mais eficaz e aumentar as
chances de cura”, explica o médico André Mattar, diretor da SBM-SP.
As mamografias são produzidas por
meio de um aparelho que obtém raios-x de baixa dose e que geram as imagens
radiográficas. Em todos os casos, há a necessidade de compressão das mamas,
para se alcançar imagens de alta qualidade e diminuir a dose de radiação. É
considerado um exame extremamente seguro.
Como preparação do
exame, é bom
evitar cremes, desodorantes, perfumes e talcos na região dos braços e
seios; é recomendável que seja feita 10 após a menstruação, quando as mamas
estão menos doloridas; evitar bebidas e alimentos ricos em cafeína, como
energéticos, chás e café, alguns dias antes do procedimento; e não é necessário
jejum nem interromper o uso de medicamentos.
Brasil fecha 2021 com
recuperação no número de mamografias
O ano de 2021 apresentou uma
retomada no número de mamografias realizadas no país pelo sistema público de
saúde em relação ao mesmo período de 2020, mas ainda bem abaixo ao nível de
2019, período anterior à pandemia de covid-19, segundo levantamento feito pela
mastologista Jordana Bessa, membro da SBM-SP.
Com o represamento de exames
no Brasil, em 2020 mais de 800.000 mulheres entre 50 e 69 anos deixaram de
fazer mamografias, e possivelmente cerca de 4.000 casos de câncer de mama
deixaram de ser diagnosticados, segundo o artigo publicado na Revista de Saúde
Pública em abril de 2021 pela dra. Jordana Bessa, com o título Breast imaging hindered during
covid-19 pandemic in Brazil
Na atualização do artigo, o
sistema público de saúde nacional registrou em 2021 um aumento no número de
exames feitos, mas ainda abaixo do registrado em 2019 - pré-pandemia. Abaixo, a
tabela com os totais de exames realizados entre 2019 e 2021. O mesmo
levantamento aponta recuperação no número de exames no Estado de São Paulo, mas
também ainda abaixo do resultado de 2019.
Mamografias no Brasil, em mulheres entre 50–69 anos, de 2019–2021 (Fonte
DATASUS)
Brasil:
Ano – Exames
2019 – 1.964.013
2020 – 1.190.577
2021 – 1.675.317
No Estado de São
Paulo:
Ano – Exames
2019 – 291.743
2020 – 186.636
2021 – 254.134
Fonte:
DATASUS
Apesar da retomada, estes
resultados podem apontar para uma possível epidemia de câncer de mama, causada
pela queda de exames por causa da pandemia, pela maior incidência de câncer de
mama globalmente (ultrapassou o câncer de pulmão), pelo aumento de casos em
jovens (menos de 40 anos), e pelo fato de o Brasil ser um dos países com
tendência de piora da mortalidade.
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