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terça-feira, 29 de março de 2022

ALOPECIA AREATA

Conhecida popularmente como “pelada”, é uma condição caracterizada por perda de cabelo ou de pelos em áreas arredondadas ou ovais do couro cabeludo ou em outras partes do corpo (cílios, sobrancelhas e barba, por exemplo). Acomete de 1% a 2% da população, afeta ambos os sexos, todas as etnias e pode surgir em qualquer idade, embora em 60% dos casos seus portadores tenham menos de 20 anos.

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) Alopecia areata é uma doença inflamatória que provoca queda de cabelo.  Sua característica é ser progressiva resultando frequentemente em falhas circulares sem pelos ou cabelos. A extensão dessa perda varia, sendo que, em alguns casos, poucas regiões são afetadas. Em outros, a perda de cabelo pode ser maior. Há casos raros de alopecia areata total, nos quais o paciente perde todo o cabelo da cabeça; ou alopecia areata universal, na qual caem os pelos de todo o corpo. A alopecia areata não é contagiosa.

Fatores emocionais, traumas físicos e quadros infecciosos podem desencadear ou agravar o quadro. A evolução da alopecia areata é imprevisível. 

O cabelo sempre pode crescer novamente, mesmo que haja perda total. Isto ocorre porque a doença não destrói os folículos pilosos, apenas os mantêm inativos pela inflamação. Entretanto, novos surtos podem ocorrer. Cada caso é único. Estudos sugerem que cerca de 5% dos pacientes perdem todos os pelos do corpo.

Entre as possíveis causas do distúrbio, estão fatores genéticos (quando há outras pessoas na família com o problema), imunológicos (fatores genéticos interagem com fatores ambientais, como o estresse ou a presença de micro-organismos, para disparar uma resposta imunológica que lesa o folículo piloso).

Em alguns casos, a alopecia areata pode estar associada a enfermidades de natureza imunológica, como tireoidites, diabetes, lúpus, vitiligo, rinites e a outras condições alérgicas.

 

Como fazer o diagnóstico da doença?

Além da boa anamnese e do exame clínico, para o profissional tricologista médico, existe ainda mais uma alternativa diagnóstica muito valiosa: a biópsia. Na suspeita de alopecia cicatricial, o exame anátomo patológico é imperativo para avaliar o tipo de infiltrado inflamatório que está destruindo o folículo. Nos casos suspeitos de Alopecia Areata, o material deve ser coletado em áreas com folículos presentes, preferencialmente na borda das lesões.

Outro exame que auxilia muito no diagnóstico diferencial das alopecias é o exame de tricoscopia. É uma técnica simples de consultório que pode ser realizada com dermatoscópio manual ou sistema digital de videodermatoscopia.  Baseia-se na análise das estruturas como hastes capilares, orifícios dos folículos pilosos (pontos), epiderme perifolicular, vasos sanguíneos que podem ser visualizadas com o dermatoscópio que faz um aumento de 10 a 20 vezes o tamanho da lesão.

 

Tratamento da alopecia areata

Diversos tratamentos estão disponíveis para este tipo de alopecia. Medicamentos tópicos como Minoxidil, corticoides e antralina podem ser associados a tratamentos mais agressivos como sensibilizantes (difenciprona) ou metotrexate.

No caso de pequenas áreas de alopecia normalmente são injetados corticoides em consultório médico, além da orientação do uso de Minoxidil diariamente pelo paciente. No caso de áreas maiores, pode-se aplicar corticoides no couro cabeludo além de serem usados por via oral.

Outros tratamentos para alopecia areata envolvem aplicação de produtos químicos, como antralina, difenilciclopropenona ou dibutilester do ácido esquárico ao couro cabeludo para induzir uma leve reação irritante ou leve reação alérgica que, às vezes, promove o crescimento capilar. Esses tratamentos são em geral administrados a pessoas que apresentam perda de cabelo amplamente disseminada e que não tenham sido beneficiadas por outros tratamentos.

Para casos mais graves, as pessoas podem receber metotrexato administrado por via oral. Esse medicamento pode ser combinado com corticoides tomados por via oral. Os medicamentos chamados inibidores da janus quinase (JAK), que são usados no tratamento de outros distúrbios autoimunes e do sangue, podem ser úteis no tratamento de alopecia areata. A opção deve ser realizada pelo dermatologista em conjunto com o paciente.

Os tratamentos visam controlar a doença, reduzir as falhas e evitar que novas surjam. Eles estimulam o folículo a produzir cabelo novamente, e precisam continuar até que a doença desapareça.

 

Dra. Simone Neri - dermatologista



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