Campanha #CorrenteRosa incentiva mulheres a realizarem a mamografia
O câncer de mama é
atualmente o tipo que mais afeta a população global, segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS), sendo responsável por 2,26 milhões de casos
identificados em 2020.
Afetando em sua
absoluta maioria mulheres (99%), o volume corresponde a 11,7% de todos os
diagnósticos de câncer no mundo. No Brasil, projeções do Instituto Nacional do
Câncer (INCA) mostram que ao menos 66.280 mil dessas pessoas estão em
território nacional, um número de novos casos que tende a se repetir nas
estatísticas de 2021.
Diante dessa
realidade, a detecção em fase inicial continua sendo a principal arma no
combate ao câncer de mama, tendo como aliada essencial a mamografia - que deve
ser realizada anualmente em mulheres a partir dos 40 anos e é a melhor forma de
detectar o tumor no começo do seu desenvolvimento aumentando as chances de
cura.
Contudo, entidades de
classe e especialistas alertam que durante a pandemia causada pela Covid-19
esse exame teve uma queda importante nos seus registros de busca, com
potenciais impactos diretos no volume de descobertas tardias de cânceres a
curto prazo. Dados iniciais já indicam que ao menos 70 mil brasileiros deixaram
de receber seus diagnósticos em 2020 por não terem realizado exames de rotina
essenciais, considerando análise feita pela Sociedade Brasileira de Patologia
(SBP).
Parte importante deste
número se refere à queda na procura por mamografias e outros exames complementares
determinantes para a descoberta do câncer de mama, como biópsias. Para o
oncologista Max Mano, líder de tumores de mama do Grupo Oncoclínicas, a soma
desses fatores gera uma equação perigosa, tendo como resultado inevitável o
atraso no diagnóstico e, consequentemente, no início do tratamento do câncer,
algo altamente prejudicial para o sucesso das terapias de controle empregadas.
"As chances de
cura chegam a 95% ou mais quando o tumor é descoberto no começo, sendo o
tratamento em geral menos agressivo, o que melhora, em muito, a qualidade de
vida durante e após as terapêuticas aplicadas contra a doença. De forma geral,
a mamografia é a principal aliada para identificação de tumores de mama em fase
inicial, mas o medo da COVID-19 fez com que muitas mulheres adiassem suas
rotinas médicas essenciais", diz o médico.
Essa percepção é
reforçada pelos recém-divulgados dados da pesquisa "Câncer de mama:
tabu, falta de clareza sobre a doença, diagnóstico precoce e autocuidado",
realizada entre os dias 7 e 23 de setembro de 2021 pelo Inteligência em
Pesquisa e Consultoria (Ipec), a pedido da farmacêutica Pfizer. Das 1.400
mulheres de faixas etárias acima dos 20 anos entrevistadas, 47% deixaram de
frequentar o ginecologista ou o mastologista durante a pandemia. No tocante à
importância do diagnóstico de tumores em estágio inicial, 59% afirmaram saber
da importância de realizar a ultrassonografia regularmente ou mamografia após
os 40 anos, além de manter um acompanhamento médico ginecológico constante.
O levantamento revelou
adicionalmente que mais da metade das entrevistadas (55%) afirmou saber que
deve fazer exames de rotina desde o início da vida adulta se houver casos de
câncer de mama na família, cientes de que a hereditariedade é um fator de
atenção.
Não à toa, neste
Outubro Rosa a tônica central das campanhas de conscientização traz o reforço
da necessidade de retomar os exames preventivos e consultas com especialistas,
sempre respeitando os cuidados para evitar o contágio do coronavírus.
"Muitas mulheres com suspeita ou sintomas não foram ao médico por conta do
medo do vírus. Essa é das situações mais perigosas, já que o crescimento de um
nódulo pode ser rápido e cada segundo conta. O bom é que com o avanço da
vacinação já é possível retomar a rotina de cuidados, mantendo, é claro, as
recomendações contra a Covid-19", explica Max Mano.
Como estímulo à esse
movimento, o Grupo Oncoclínicas realiza ao longo de todo o mês a #CorrenteRosa,
com uma série de ativações em plataformas digitais voltadas a um olhar positivo
para o retorno das rotinas médicas no combate ao câncer de mama. Nas mídias
sociais e por meio do hotsite especial https://www.movimentopelavida.com.br,
serão disponibilizadas informações gerais sobre prevenção, diagnóstico e tratamento
do câncer mama, direitos dos pacientes e outras dúvidas frequentes, além da
possibilidade de geração de cards com mensagens de estímulo para serem enviadas
por familiares e amigos para mulheres das mais diferentes faixas etárias.
A iniciativa contará
ainda com uma programação de Lives com médicos especialistas voltadas ao
esclarecimento das principais dúvidas da população em geral, em tempo real,
sobre os diferentes temas que se referem ao câncer de mama.
Autoexame e desafios
para além da pandemia
A pesquisa do
Ipec/Pfizer aponta também para outro aspecto relevante ao debate: os perigos
das mulheres realizarem apenas o autoexame. Das entrevistadas, 21% alegaram não
saber do risco de o autoexame apontar apenas um tumor já em estágio avançado. "O
toque nas mamas pode ser uma forma de detectar a doença, mas isso só se torna
possível em estágios menos iniciais da doença, quando o tumor fica com maiores
dimensões e se torna, portanto, palpável. E este é um sinal de que o tumor
atingiu um estágio mais avançado. Em contrapartida, a mamografia é capaz de
mostrar tumores milimétricos, o que aumenta as possibilidades de obtermos
respostas positivas aos tratamentos. O autoexame não pode e nem deve substituir
os exames periódicos e as idas ao médico", reforça Max Mano.
O oncologista do Grupo
Oncoclínicas faz ainda um alerta sobre os desafios do país com relação não só a
medidas que contribuem para o diagnóstico do câncer de mama de forma mais
precoce possível, como ao acesso à uma linha de cuidados integral adequada após
a detecção do tumor. A situação, que já apresentava desafios importantes na
rede pública antes da eclosão da Covid-19, continua latente e exige um olhar de
atenção. "A equidade no acesso a acompanhamento médico, diagnóstico e
tratamento precisa ser debatida por todas as camadas da sociedade para que
possamos buscar soluções que promovam a melhoria da saúde como um todo.
Precisamos lembrar que os exames diagnósticos são apenas a primeira parte da
jornada do paciente na descoberta e luta contra o câncer, mas depois disso há
muitas etapas a serem cumpridas para que haja efetivamente a certeza do
acompanhamento adequado em todas as fases da doença", aponta.
Uma vida mais saudável
No tocante à
prevenção, cultivar uma rotina saudável, de acordo com o médico, é a chave para
reduzir as taxas de câncer de mama entre a população nos próximos anos. Parar
de fumar, buscar uma alimentação saudável, controlar o peso corporal e manter
uma rotina de exercícios são valiosas para a saúde como um todo e exercem também
papel fundamental na prevenção do câncer de mama.
"A prática
regular de exercícios físicos e adoção de uma dieta alimentar balanceada são
essenciais tanto para reduzir as chances de incidência do câncer de mama quanto
para reduzir os riscos de recidiva da doença", frisa.
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