O Coronavírus afetou bruscamente o mercado de estágios e a educação. Por isso, novas medidas estão sendo estudadas para o pós-pandemia
Nos
últimos anos, vivemos momentos complicados em todas as esferas da sociedade
devido à pandemia. No âmbito de ensino, mais de um bilhão de estudantes foram
afetados e ficaram sem aulas, segundo a Unesco (Organização das Nações Unidas
para a Educação, a Ciência e a Cultura). Foram dias complicados, mas,
felizmente, com a vacinação estamos conseguindo retomar.
Como
sempre digo, a educação tem um papel estratégico, pois somente ela é capaz de
transformar essa grande crise. Logo, dependerá dela a reestruturação das novas
competências, tais como empatia ou inteligência emocional, atualmente muito
fragilizadas diante dessa situação delicada.
No
fim de setembro, a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização
Pan-Americana da Saúde (Opas) divulgaram o relatório “Covid-19 e
desenvolvimento sustentável: avaliando a crise de olho na recuperação”
sugerindo 55 medidas para potencializar a instrução no pós-pandemia, tais como:
priorizar a reabertura de escolas com segurança, conectar todas as crianças e
adolescentes à Internet até 2030, garantir renda básica universal, etc.
Isso
é essencial porque ajuda, inclusive, na inserção desses estudantes no mercado
de trabalho por meio do ato educativo escolar supervisionado. Dessa forma, a atividade
é a melhor maneira prática de fornecer a experiência sem comprometer os
aprendizados, pois o jovem precisa de tempo para estudar.
Um
caminho cheio de benefícios
Nesse
sentido, o estágio, denominado como ato educativo escolar supervisionado, é um
grande aliado porque só pode exercer o modelo quem está regularmente
matriculado no nível médio, técnico, superior ou EJA (Educação de Jovens e
Adultos). A modalidade também tem vantagens como carga horária máxima de seis
horas diárias e 30h semanais, auxílio-transporte, bolsa-auxílio, recesso
remunerado e seguro contra acidentes pessoais.
Logo,
o formato é diferente de emprego (regime CLT) e, assim, não gera vínculo
empregatício. Por isso, inclusive, é bom para as companhias, as quais ficam
isentas de encargos trabalhistas, tais como 13º salário, ⅓
sobre férias, FGTS e INSS e eventual multa
rescisória.
Esses proveitos foram criados para facilitar a admissão da juventude, tão necessitada de uma chance para o início profissional. Outro ponto válido a se ressaltar é a cultura da efetivação, pois esse iniciante busca sua permanência na corporação e a chance de evolução na carreira. Pensando nisso, a duração da função na mesma entidade não pode exceder dois anos, exceto, quando se tratar de uma pessoa com deficiência (PCD).
Em ambos os casos,
a permanência depende da gestão e do desempenho. No entanto, o ideal é sempre
estimular esse talento e aproveitá-lo nos quadros internos. Afinal, ele já foi
treinado e capacitado de acordo com sua ética e objetivos. Ou seja, é uma
relação de ganha-ganha!
Carlos
Henrique Mencaci - presidente da Abres – Associação Brasileira de Estágios
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