Há mais de um ano, o Brasil e o mundo passam por uma pandemia. Com a covid-19, as medidas de isolamento e de distanciamento social afetaram a vida de bilhões de pessoas, especialmente no que se refere à saúde – tanto física quanto mental.
De
acordo com a fisiologista Debora Garcia,
muitas pessoas estão se sentindo cansadas e desmotivadas devido ao período de
pandemia. Esse quadro foi nomeado de fadiga pandêmica e tem despertado cada vez
mais interesse na comunidade de saúde.
“Segundo
a OMS (Organização Mundial da Saúde), a fadiga pandêmica é definida como o cansaço
que aparece devido ao esgotamento gerado pelo medo da covid-19 e pelas demais
situações relacionadas ao contexto de pandemia, como a privação do contato
físico e social”, explica.
Garcia
aponta que os efeitos da pandemia para a saúde mental têm sido severos e, para
isso, mostra os resultados do Escritório do Censo dos Estados Unidos.
“Segundo
o levantamento, no começo da pandemia, 25% dos estadunidenses entrevistados
diziam ter sintomas frequentes de ansiedade e nervosismo. Hoje, esse número
saltou para 69%”, aponta a especialista.
Conforme
explica a fisiologista, a fadiga pandêmica tem várias causas. A hipervigilância
e o medo do vírus da covid-19, bem como a instabilidade econômica e o contexto
de incerteza e insegurança contribuem – e muito – para o quadro de
desmotivação, nervosismo, ansiedade e apatia.
“Com a
pandemia, muitas pessoas perderam a capacidade de planejamento da própria vida
– visto que vivemos em um período de incertezas. Esse cenário leva à
insegurança, o que causa um incômodo em diversos indivíduos, levando-os a
desenvolver transtornos psicológicos sérios, como ansiedade e depressão”,
explica Garcia.
De
acordo com a fisiologista, a fadiga pandêmica apresenta sinais e sintomas que
devem ser observados:
- Cansaço
excessivo diário;
- Distúrbios
do sono;
- Agitação,
impaciência e/ou conflitos nas relações interpessoais;
- Uso
exagerado de álcool e outras substâncias;
- Desestabilidade
emocional.
Por mais que
diversas pessoas estejam vulneráveis à fadiga pandêmica, Garcia ressalta que é
possível combater os sintomas por meio de medidas de autocuidado.
“Existem diversas formas de lidar com a fadiga
pandêmica. Uma das principais é compreender que, neste período, nosso bem-estar
deve ser prioridade. Isso nos leva ao autocuidado, que deve ocorrer tanto no
sentido físico quanto psicológico. Nunca se esqueça de sua saúde mental, tire
um tempo para descansar e trate suas emoções como algo relevante”, finaliza a
especialista.
Debora Garcia - fisiologista, palestrante, professora de
meditação, escritora e mentora. Atua no mercado corporativo e para autogestão
pessoal. Formada em Educação Física pela Umesp (Universidade Metodista de São
Paulo), atua na área da educação corporal há mais de 14 anos.
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