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Especialista explica como o isolamento social
alterou a forma como as pessoas se vestem e ditou novas tendências
Desde o início do ano passado, a pandemia
interrompeu diversas atividades presenciais, porém com a retomada dos
eventos sociais, as pessoas encaram um novo desafio: olhar para os próprios
armários e tirar da gaveta roupas que, durante os últimos dois anos, não viram
a luz do sol. Pode até parecer que o mundo parou durante esse período,
mas a verdade é que ele continuou se movimentando, inclusive a moda.
Márcio
Ito, professor do curso de moda da Faculdade Santa Marcelina, explica que a
busca por roupas tomou um novo rumo durante o período de isolamento: “a
pandemia tem feito esse ajuste de ampliar o alcance de produtos que já existiam
no mercado, como pijamas e moletons”.
Ito explica
que esse efeito foi enfatizado pelo próprio mercado: “A pandemia foi um
fator importante para ampliar os olhares de produtos que existem na moda.
Vimos lives com
artistas que usavam pijamas. A pandemia fez com que você concentrasse
seu campo de visão em um espaço pequeno, que direcionava o consumo desses
produtos”.
A
busca pelo conforto foi grande. No entanto, um certo nível de formalidade
continuou sendo exigido. Isso aconteceu porque, mesmo em home office, as
pessoas precisavam abrir a câmera e mostrar a parte de cima do corpo. De acordo
com o especialista, isso gerou um aumento no consumo de malhas e
camisetas confortáveis, mas com aspecto mais formal.
Um
exemplo de estilo que aumentou durante a pandemia foram os moletinhos.
Compostos por um conjunto de moletom com corte mais arrumado, essas opções de
roupas são, além de confortáveis, fashion. O
professor explica: “os moletinhos já tinham vindo com uma
certa frequência nas coleções passadas. Uma combinação, que antes era
vista como mais um produto do mercado, se tornou um produto mais presente
no mundo da moda. Acredito que na volta dos presenciais, isso continue
presente”.
No
entanto, nem tudo são flores na volta do trabalho presencial. Mesmo com a
ascensão do conforto, Márcio acredita que não há uma perspectiva
desse estilo dominar os escritórios: “Empresas que tem
um dress code específico dificilmente aumentarão a liberdade dos
seus colaboradores. Pode até ser que aumente a flexibilidade, principalmente no
modelo híbrido. Mas ainda haverá uma necessidade
do dress code em reuniões”.
Por
outro lado, é certo que o mundo digital aumentou a preocupação com a parte de
cima na hora de se vestir. Desde o início da pandemia, muito se fala das
pessoas se arrumarem da cintura para cima, visando sempre a apresentação em
vídeo chamadas. De fato, isso pode ter impulsionado uma nova tendência: “Há uma
preocupação maior com a parte de cima. Talvez as empresas passem a
trazer blusas e croppeds com mais facilidade de combinações com
a parte de baixo, promovendo uma pluralidade de looks”,
completa Ito.
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