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sábado, 25 de setembro de 2021

Dr. Sérgio Barrichello explica as causas da compulsão alimentar?

CEO da HealthMe e endoscopista bariátrico, explica as características do transtorno 

 

A compulsão é uma das doenças psiquiátricas mais presentes no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a compulsão alimentar atinge cerca de 2,5% da população mundial. No Brasil, 4,7% da população têm algum tipo de transtorno alimentar, sendo mais recorrente entre jovens de 14 a 18 anos. Cerca de 49% das pessoas que apresentam o transtorno são obesas, sendo que 15% são obesas mórbidas.

O transtorno, causado por uma ingestão muito grande de alimentos em um curto período de tempo, vem sempre acompanhado da sensação de total descontrole. A pessoa fica desesperada por não conseguir parar e isso causa um nítido sentimento de descontrole. Essa sensação, por sua vez, desencadeia uma vergonha muito intensa, uma culpa por ter feito algo que sabia que não podia.

Sérgio explica que o diagnóstico da doença é baseado em questões comportamentais. "O diagnóstico de compulsão alimentar é dado a partir desses episódios pelo menos duas vezes por semana nos últimos 6 meses. Alguns dos sintomas do compulsivo são descontrole, vergonha e culpa por ter comido, mentiras sobre a doença, alívio por comer, irritabilidade quando não consegue comer e obsessão por comida. O compulsivo sofre antes, sente prazer em comer e depois sofre novamente com a culpa", destaca o médico, completando que outro fator relevante é que esses pacientes não têm ação compensatória, ou seja, não provocam vômito ou mesmo usam laxantes.

A compulsão alimentar também está ligada à neurotransmissores, como a dopamina. Esses neurotransmissores têm algumas características alteradas que fazem o indivíduo ter essa compulsão com mais frequência. Ou seja, não é uma coisa apenas psicológica, existe química envolvida. Por isso, o tratamento psiquiátrico é importante nesse quadro todo. É importante destacar que, além dessas características neurológicas, existem os gatilhos comportamentais. O acesso muito fácil a comida também colabora nesse quadro, além de alguns fatores genéticos.

O transtorno pode começar por causa de crises de ansiedade ou problemas hormonais. Por exemplo dietas restritivas, perda de um ente querido, perder o emprego ou ficar sem dinheiro. Durante a pandemia, essas foram as preocupações da grande maioria da população no Brasil e os casos de distúrbios dispararam. O isolamento social teve impacto direto no aumento desse transtorno na população, com os índices de mortes e desemprego cada vez maiores, mais pessoas começaram a apresentar sinais de ansiedade, problemática que tem ligação direta no desenvolvimento do transtorno.

 

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