A alopecia androgenetica, popularmente conhecida como calvície, é uma doença com predisposição genética que atinge cerca de 50% dos homens de até 50 anos no mundo todo, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Só no Brasil, são mais de 40 milhões, segundo a Sociedade Brasileira do Cabelo (SBC).
Apesar de não ser uma doença que impacta a saúde
física do paciente, a calvície mexe diretamente com a autoestima dos homens,
podendo contribuir inclusive para quadros depressivos. Mesmo com diversos
tratamentos clínicos existentes para retardar a calvície, a doença não tem
cura. Por isso, a busca pelo transplante capilar vem aumentando cada vez mais,
já que o procedimento é o único capaz de “devolver” cabelo para a área que já
perdeu folículos.
“Entre as diversas técnicas de transplante, a FUE (
Follicular Unit Extration) é a mais procurada atualmente, por ser minimamente
invasiva e não deixar cicatrizes. O transplante capilar é capaz de
proporcionar um resultado super natural, sem aquele estigma de cabelo de boneca
que as técnicas mais antigas e menos delicadas proporcionam. Claro que isso
também depende da habilidade técnica do Médico e da equipe”, explica a Cirurgiã
Plástica especialista em transplante capilar e membro da Sociedade Brasileira
de Cirurgia Plástica (SBCP) e da Associação Brasileira de Cirurgia de
Restauração Capilar (ABCRC), Dra. Cíntia Carvalho.
Passo a passo do transplante capilar *
A cirurgia leva em média de seis a oito horas e é formada basicamente por quatro etapas:
- Programação
cirúrgica:
fase mais importante da cirurgia, em que o médico faz uma avaliação
detalhada da área doadora e receptora do paciente, considerando o melhor
desenho de hairline (primeira faixa de transplante, com cerca de 1
cm) para entregar harmonia e naturalidade ao rosto.
“É importante dizer que antes da cirurgia, tem toda uma avaliação e planejamento para definirmos, em conjunto com o paciente, as áreas de prioridade a serem reconstruídas. Isso porque, quando a calvície é muito avançada, nem sempre é possível cobrir toda a área calva em apenas um procedimento cirúrgico, sendo imprescindível a consulta médica para alinhamento de expectativas”, afirma a especialista;
- Extração: momento de retirada dos folículos, um a um, da área doadora. Depois de extraídos, são lavados e checados no microscópio, e separados de acordo com o número de fios e ordem de retirada. O folículo em geral contém de 1 a 4 fios, raramente possuindo 5 ou 6 fios;
- Pré-incisão: essa é a fase em que a distribuição irregular dos folículos é definida. Densidade, ângulo e direção dos folículos são decididas pelo cirurgião, por meio de microincisões com lâminas de 0,7 a 0,8mm;
- Implantação: último passo, é quando os
folículos são implantados nas microincisões da etapa anterior. No caso da
Dra. Cíntia, ela utiliza um dispositivo chamado Implanter, semelhante a
uma caneta, onde os folículos são colocados e posteriormente transferidos
para o couro cabeludo, sem dano ao bulbo capilar.
“Outra coisa importante de lembrar é que a cirurgia não leva à multiplicação de
fios, e sim, à redistribuição dos mesmos - retiramos da região lateral e
posterior da cabeça, ou eventualmente de barba e tórax, e os transferimos para
a região de calvície. Os folículos extraídos da área doadora, portanto, não
mais nascem nessa região. Essa finitude da área doadora é o principal fator
pelo qual o paciente deve procurar um médico competente e experiente, que
utilize punchs delicados, tenha uma taxa de perda de folículos muito baixa e
não cause sequelas ao cabelo do paciente”, reforça a especialista.
Anestesia
- teoricamente, a anestesia local já seria suficiente para bloquear a dor
da cirurgia. Porém, como é um procedimento longo, algumas clínicas - como a da
Dra. Cíntia - também fazem a sedação endovenosa, assim o paciente dorme o tempo
todo, evitando o desconforto de ter que ficar acordado sem poder se mexer
durante horas. Para isso, é fundamental uma anestesista o tempo todo no centro
cirúrgico, garantindo segurança para o paciente;
Pós-operatório -
apesar de longo, o procedimento é simples e, por isso, não necessita de repouso
ou afastamento de 100% da rotina por um período prolongado. O paciente costuma
ter alta no mesmo dia e depois de cerca de dois a cinco dias já pode retomar
sua rotina de forma gradual.
Valores - a variação de preço é
grande, mas isso está diretamente ligado à estrutura hospitalar da cirurgia,
anestesia, equipe e à experiência do Cirurgião Plástico ou Dermatologista, além
do tamanho das cirurgias, que podem ser sessões menores, mega ou gigasessões.
* as etapas do transplante podem variar de acordo
com as clínicas. Essas informações se referem ao procedimento que a Dra. Cintia
realiza.
Dra. Cintia Carvalho -
Graduada pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP) e com residência em
Cirurgia Geral e Plástica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina
da USP (HCFMUSP), é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP)
e da Associação Brasileira de Cirurgia de Restauração Capilar (ABCRC). Especialista em transplante capilar, ela
opera, exclusivamente, por meio da técnica FUE (Follicular Unit Extraction),
que é um procedimento moderno, pouco invasivo e com recuperação mais rápida que
as demais técnicas.
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