Há algumas semanas, recebi uma mensagem de uma paciente que realizou um procedimento comigo ano passado. Ela me agradecia pelos resultados, mas ia além: falava sobre o cuidado que dispensamos a ela - eu e toda a minha equipe. E quando falou em cuidado, não foi no sentido técnico da medicina, mas no sentido emocional: ela se sentiu acolhida e segura emocionalmente para realizar a cirurgia e superar um desconforto que impactava diretamente na sua autoestima.
Antes que você se pergunte onde quero chegar, já
explico. Lendo a mensagem, passei a refletir em qual o meu papel como cirurgião
plástico e qual o papel da Academia da Pele, que possui outros tantos
cirurgiões e dermatologistas. Afinal, diariamente, ficamos frente a frente com
a expectativa de resultado de centenas de pacientes que têm sua autoestima
fragilizada.
É frequente ouvir dos nossos pacientes que eles se
sentem vulneráveis por conta da aparência que julgam ser inadequada. Muitos
relatam bloqueios psicológicos, dificuldades no trabalho e até na
sociabilidade. É como se o procedimento estético, cirúrgico ou não, fosse a
chave de todas as mudanças para que possam atingir seus maiores potenciais. Não
é uma responsabilidade pequena e, tampouco, uma tarefa simples.
Dessa forma, reforcei minha conduta e orientei a
todos os profissionais da Academia da Pele sobre a responsabilidade afetiva
como um dos pilares da empresa. Precisamos ter muito cuidado no contato, ao
acolher as necessidades e/ou expectativas e apresentar as melhores soluções e,
principalmente, não criar falsas ilusões.
Sou um defensor convicto de que as pessoas
necessitam buscar a melhor versão de si mesmas, estética e emocionalmente.
Porém, não incentivo jamais um procedimento que seja irreal ou que traga riscos
ao meu paciente. Sobre qualquer outra coisa: responsabilidade. Procedimento
estético não é apenas sobre beleza, é sobre qualidade de vida.
O segmento estético no Brasil está em alta, somos o
maior mercado de cirurgia plástica do mundo e, com esse destaque, muitos
profissionais pouco qualificados inundam os noticiários com falsas promessas ou
fracassos nos procedimentos. Não é incomum encontrar nos grandes portais uma
notícia de um pseudo médico utilizando material inadequado, deixando sequelas e
até causando a morte de alguém.
O título de especialista em cirurgia plástica ou
dermatologia se tornaram o mínimo necessário para proporcionar segurança no seu
procedimento. Porém, a responsabilidade afetiva se tornou o grande diferencial
de profissionais desse segmento, principalmente com os impactos emocionais da
pandemia.
Dr. Eduardo Kanashiro
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