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terça-feira, 13 de abril de 2021

Cirurgias eletivas x vacinação contra covid-19: especialista afirma que é preciso analisar casos separadamente

Associação Nacional dos Hospitais Privados aponta queda de mais de 32% em exames e consultas para esses procedimentos em 2020

 

Com a pandemia da Covid-19, o setor da saúde precisou focar a atenção em pacientes que contraíram a doença. Por isso, outros tratamentos acabaram ficando em “modo de espera”, entre eles as cirurgias eletivas, que são procedimentos marcados com data e hora para serem feitos. Por conta do contágio do coronavírus, muitas foram reagendadas. Após a elaboração das vacinas contra a doença, no entanto, muitas dessas cirurgias começaram novamente, mesmo em período de isolamento social e, então, surgiu a dúvida em pacientes e médicos: seria mais adequado aguardar a vacinação de todas as pessoas para depois reagendar e, efetivamente, realizar as cirurgias eletivas? 

Para o médico ortopedista especialista em quadril e membro da Sociedade Brasileira do Quadril, Edmar Simões da Silva Junior, que atua em Vitória (ES), cada circunstância deve ser observada separadamente na hora de tomar essa decisão tão importante. ‘‘Muitos quadros têm se agravado durante a pandemia, e merecem uma atenção especial’’, diz. ‘‘Por isso, é importante analisar cada caso individualmente, para que possamos analisar todos os riscos e benefícios envolvidos’’, completa o especialista. 

Mas, segundo o médico, é preferível, caso seja possível, aguardar uma estabilidade maior do sistema de saúde para retomar as cirurgias. ‘‘Acho necessário o retorno das cirurgias eletivas, mas é preciso conter o avanço da Covid-19. Só assim elas serão realizadas da maneira mais segura tanto para o paciente, quanto para os profissionais que irão atendê-lo neste processo’’, declara o ortopedista. 

De acordo com o Conselho Federal de Medicina, é preciso evitar a contaminação pela covid-19, mas também é necessário que os pacientes não pausem seus tratamentos por medo de ir ao hospital. "A Covid tem diferentes efeitos: tem o efeito dela em si e o efeito que ela gera naquelas condições que não estão sendo tratadas adequadamente pois os tratamentos estão sendo postergados", diz o CEO do Sabará Hospital Infantil de São Paulo, Ary Ribeiro.

 

Os números

Segundo a Associação Nacional dos Hospitais Privados, houve uma queda de 32% no agendamento e realização de exames e consultas para cirurgias eletivas no país em 2020. Nas últimas semanas, a média de mortes por covid-19 têm aumentado no Brasil. A vacinação também tem progredido no país, mas não na mesma velocidade de contágio da doença. De acordo com dados do Mapa da Vacinação Contra Covid-19 no Brasil, elaborado pelo Consórcio de veículos de imprensa, até o momento pouco mais de 9% da população brasileira já recebeu a primeira dose, enquanto desses, apenas 2,78% já estão imunizados com a segunda dose da vacina.


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