No Brasil, foram transacionados 1.188.887 veículos usados no segundo mês de 2021, numa alta de 2,49% sobre janeiro e de 16,83% sobre fevereiro de 2020
No entanto, o aumento de 207% na alíquota do
ICMS sobre veículos usados, em São Paulo, provocou queda de quase 3% na
participação das transações de usados no estado, na comparação nacional. Para
automóveis e comerciais leves, a redução foi semelhante e São Paulo passou a
representar 31,18% dos carros usados negociados no país, contra quase 34%,
transacionados em janeiro.
Antes do aumento do ICMS, que entrou em vigor
em 15 de janeiro de 2021, São Paulo representava quase 40% das transações de
veículos usados no Brasil.
Segundo o Presidente da
FENABRAVE, Alarico Assumpção Júnior, o estado de São Paulo vem perdendo
representatividade na comercialização de veículos usados, como já era esperado.
“Depois de elevar, em mais
de 200% o ICMS para veículos usados e ainda aumentar o mesmo imposto para
veículos novos, o governo está afugentando os negócios, que vêm sendo feitos em
estados que não majoraram o ICMS. Isso acarretará uma importante perda de
arrecadação, que já era esperada e sobre a qual o Governo foi alertado, pela
FENABRAVE, nos 8 encontros que tivemos, antes do aumento vigorar. Agora,
teremos cada vez mais informalidade no estado, e as consequências serão
dramáticas, como o fechamento de empresas e a perda de empregos do setor”,
alerta Assumpção Júnior.
Somente no estado de São
Paulo, existem 1.700 concessionárias que, juntas, empregam, diretamente, mais
de 70 mil pessoas. “Se, em
meio a essa pandemia absurda, o governo ficar com mais de 55% da margem de
comercialização dos veículos usados, e o empresário ainda tiver de pagar as
outras despesas administrativas, como aluguel, salários e impostos federais, o
que sobrará? Um saldo negativo, certamente. Como vamos sobreviver a isso?”,
questiona o Presidente da FENABRAVE.
Antes de o Governo de São
Paulo aumentar o ICMS para veículos usados, a FENABRAVE sugeriu a adoção do
RENAVE- Registro Nacional de Veículos em Estoque como opção para atrair a
formalização dos negócios de usados. Segundo estudo, contratado pela entidade,
apenas 20% das transações de veículos usados são formalizadas, o que representa
um enorme potencial de arrecadação ao estado. “Se todas as negociações fossem formalizadas, por meio do
RENAVE, que traz economia de tempo e processos aos consumidores e empresários,
o estado ganharia, certamente, com mais arrecadação, sem mexer nas alíquotas do
ICMS. Porém, o Governo não aceitou ou não compreendeu bem a sugestão que demos,
mas também não propôs nada além do aumento da alíquota. Para nós, está claro
que o Governo de São Paulo errou e, agora, tem o dever de reconhecer e reparar
seu erro. Além do mais, ao majorar o ICMS de usados, da forma como fez, tratou
o veículo usado como se fosse novo, o que fere o princípio da igualdade”,
concluiu o Presidente da FENABRAVE.
Dados nacionais
As transações de veículos
usados, considerando todos os segmentos automotivos (automóveis, comerciais
leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários e outros),
apresentaram alta de 16,83% em fevereiro (1.188.887 unidades), na comparação
com o mesmo mês de 2020 (1.017.621 unidades). Quando comparamos com janeiro
(1.159.997 unidades) deste ano, a alta foi de 2,49%. No acumulado de 2021,
foram transacionadas 2.348.884 unidades, contra 2.228.086, no mesmo período de
2020, num crescimento de 5,42%.
“O mês de fevereiro,
historicamente, apresenta queda nas vendas de usados, quando se compara a janeiro,
e um dos motivos é o Carnaval. Neste ano, o cancelamento do feriado e a queda
da produção de veículos nas fábricas levaram o consumidor, que tinha
necessidade imediata do veículo, a optar por um seminovo”, avalia Alarico Assumpção Júnior.
Para os segmentos de
automóveis e comerciais leves, as transações apresentaram alta de 15,10%, em
fevereiro/2021, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Foram negociadas
876.306 unidades, contra 761.333 unidades, em fevereiro de 2020. Em relação a
janeiro, quando foram comercializadas 869.169 unidades, houve alta de 0,82%.
Do total de automóveis e
comerciais leves transacionados, os seminovos, com 1 a 3 anos de fabricação,
representaram 9,88% das negociações. Em fevereiro/2021, a relação entre novos e
usados ficou em 5,5 automóveis usados para cada novo comercializado no País.
Acompanhe,
na tabela a seguir, os dados de transações de veículos USADOS para cada
segmento automotivo
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