Setor de Vendas Diretas adota o formato digital, investe em redes sociais e oferece perspectivas de renda com crescimento de 5,5% no número de revendedores
Ao contrário de grande parte dos
setores da economia, impactados negativamente pela pandemia da Covid-19, o
segmento de vendas diretas se fortaleceu em 2020. De acordo com levantamento
realizado pela Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD)
— entidade que representa as empresas do setor —, o segmento gerou um volume de
negócios de mais de R$ 50 bilhões, ou seja, 10,5% maior do que em 2019. Já a
força de vendas também cresceu em 2020, com um aumento 5,5% na comparação
anual, ultrapassando o número de 4 milhões de empreendedores independentes no
Brasil.
A razão para o resultado positivo em meio à crise de saúde pública é explicada
por uma nova expressão: social selling. As empresas já vinham investindo em
digitalização, mas caminhavam a um ritmo mais lento. Com o advento do
isolamento social causado pelo novo coronavírus, a divulgação e venda de
produtos com apoio da internet foi fundamental. Tendência para o ano de 2021, a
digitalização veio para apoiar e marcar a inovação do processo da venda direta
— divulgação, escolha e compra do produto — para a forma on-line, por meio de
uma rede de relacionamento via redes sociais, que se conclui com a entrega do
produto na casa do cliente, sem a necessidade de encontro físico.
"Já vínhamos investindo e incentivando a força de vendas para o uso de
ferramentas digitais na divulgação e venda de produtos. Com a pandemia, o
processo se acelerou e consolidou a possibilidade de se fazer a venda direta de
forma digital. O relacionamento, o cuidado e a relação de confiança típicos da
venda direta podem acontecer on-line, com conquista de mais clientes e
divulgação mais ampla de produtos. Nossos revendedores passaram a ser
influencers, recomendando e indicando produtos para o consumidor. Se as
relações estão cada vez mais digitais, a venda direta segue esse caminho e
encontrou solo fértil para crescimento, mostrando força e resiliência",
explica Adriana Colloca, presidente executiva da ABEVD.
Com a inovação da venda direta, o setor se consolidou como gerador de renda e
oportunidades de trabalho e empreendedorismo em um momento financeiro delicado.
Com taxas crescentes de desemprego e diminuição da renda, as pessoas
encontraram na venda direta a chance de empreender com baixo risco e sem
barreiras, levando produtos de qualidade à grande parte da população, isolada
em suas residências. Em 2021 é esperado que esse movimento de digitalização se
intensifique e abra novas perspectivas de atuação para os empreendedores individuais.
"Nesse momento, de tanto desemprego e queda no poder aquisitivo, a venda
direta é uma ótima oportunidade de empreender, com flexibilidade de horário,
autonomia, com grande variedade de boas marcas e produtos e baixo custo de
entrada. E agora ainda com a possibilidade de relacionamentos com clientes
on-line", completa Adriana.
Perfil dos empreendedores individuais
Em pesquisa realizada pela ABEVD em março de 2020, sobre o perfil dos
empreendedores independentes da venda direta, constatou-se que 68,2% dos
empreendedores revendem produtos do mercado de cosméticos e cuidados pessoais e
20,6% do mercado de saúde e nutrição. O levantamento também mostrou que 57,8%
dos empreendedores se identificam como do sexo feminino e 42,2% do sexo
masculino, e cerca de 51% da força de vendas tem renda familiar de até R$
3.135,00. A renda proveniente da venda direta é, em média, 33% do orçamento
familiar e 66% alegam que a atividade é uma fonte complementar de renda.
A atividade oferece oportunidades para todos, desde aqueles com nível
universitário — parcela crescente de vendedores — até quem tem menos estudo.
Atualmente, 41% dos empreendedores já completaram o Ensino Superior e alguns
são pós-graduados. Esse modelo de negócio também oferece oportunidades de empreendedorismo
para todas as faixas etárias acima de 18 anos: hoje, a média de idade do
empreendedor independente é de 31,9 anos.
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