Benefícios fiscais
concedidos aos MEI e às empresas de pequeno porte serão mantidos
O tratamento tributário diferenciado concedido aos
microempreendedores individuais (MEI) e às empresas de pequeno porte, incluídas
no Simples Nacional, não serão afetados pelos possíveis cortes previstos pelo
texto da PEC Emergencial, aprovado pelo Senado e que deverá ser apreciado pela
Câmara dos Deputados na próxima semana.
Apesar da proposta estabelecer que o governo
federal poderá rever alguns benefícios fiscais e reduzi-los, o texto deixa
explícito que os benefícios concedidos às empresas do Simples e o MEI estão de
fora dessa possível revisão. O parágrafo 2º do artigo 4º da PEC faz
ressalva que não haverá redução dos benefícios previstos no art. 146, da
Constituição Federal, que determina o tratamento diferenciado às micro e
pequenas empresas, incluindo os MEI.
“As micro e pequenas empresas são o motor da nossa
economia e foram as responsáveis pela geração de emprego e renda em 2020. Tanto
o Sebrae quanto os parlamentares sabem da importância desse tratamento
tributário diferenciado, que é previsto na Constituição Federal”, afirma o
presidente do Sebrae Carlos Melles.
Os incentivos tributários concedidos aos pequenos
negócios permitiram que esse segmento fosse o maior responsável por manter o
saldo positivo na geração de empregos no Brasil. Enquanto os pequenos negócios
criaram 293,2 mil novos postos, as médias e grandes empresas extinguiram cerca
de 193,6 mil vagas de emprego, no ano passado. No cálculo geral, as
pequenas empresas foram as grandes responsáveis pelo saldo final de 142,7 mil
empregos gerados no país durante o ano.
De acordo com o presidente do Sebrae, caso o
Simples não existisse, muito provavelmente o bom desempenho dos pequenos
negócios não teria ocorrido em 2020. “Por reduzir a carga tributária e a
burocracia, o Simples é um benefício essencial para a manutenção desse segmento
e sem ele, e medidas como a criação de linhas de créditos e de preservação de
empregos, talvez a situação do desemprego no Brasil fosse pior”, pontua Melles.
Além disso, a figura jurídica do MEI virou uma
importante opção para muitos empreendedores que perderam seus empregos e viram
no empreendedorismo a saída para a sobrevivência. Mesmo com pandemia, o Brasil
registrou recorde na abertura de MEI. Foram mais de 2,6 milhões de novos
microempreendedores individuais criados em 2020 e com isso, em janeiro desse
ano, o número total de MEI ativos já superava 11,3 milhões em todo o país.
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