Algumas pessoas falam que gostam de ir às compras para “desestressar”, porém essa necessidade do consumo muitas vezes é momentânea e difícil de identificar como uma cilada. As sensações são tão prazerosas, que podem ser comparadas ao momento do próprio casamento ou correr uma maratona. O excesso do consumo em algumas situações, podem estar associadas até mesmo ao alívio de sofrimentos emocionais.
O
neurocientista Nicolas Cesar explica que a dopamina, neurotransmissor que
influencia as emoções, está diretamente envolvida com a região cerebral Núcleo
Accumbens (NA), conhecido como centro do “circuito de recompensas”. Se o
consumidor realizar uma compra e o resultado for positivo, sua recompensa é
maior do que o esperado, então o cérebro libera mais dopamina no NA. Já se a
experiência com a compra for negativa (recompensa menor) a liberação de
dopamina diminui em relação ao normal, e a pessoa sente-se frustrada.
“A
compra impulsiva está relacionada ao medo de perder algo, até mesmo ofertas. A
oportunidade percebida diante da promoção ou oferta é percebida como um ganho
imediato, muito difícil de resistir. Nosso cérebro ama recompensas imediatas -
muito mais do que recompensas futuras. Assim, o primeiro impulso é o de efetuar
a compra. Claro que isso se relaciona, também, com o perfil de cada consumidor.
Alguns são mais propensos que outros a sucumbirem aos impulsos no momento da
compra”, diz, Nicolas.
Para
educar um pouco o cérebro e comprar na medida, sem exageros, o neurocientista
Nicolas sugere não se encantar com as promoções com grandes margens de
desconto, pois podem criar uma grande tentação de compra, manter uma lista de
coisas que realmente precisa, criar um orçamento separado para besteiras e não
ir às comprar quando estiver triste ou irritado.
Nicolas Cesar - Formado em Ciência e Tecnologia, e
Neurociência, palestrante, autor do livro “Neurociente - Por que algumas
pessoas são mais felizes que outras”, professor dos cursos online “Neurociência
no dia a dia” e “Neuroeducação”. Também do curso acadêmico de Pós-Graduação em
Neurolearning. Atualmente participa de uma de linha de pesquisa em percepção de
tempo no Laboratório de Cognição Humana da UFABC.
Instagram:
@nicaolasneuro
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