Especialistas
do Hospital CEMA listam as enfermidades de olhos, ouvidos, nariz e garganta que
podem causar sequelas graves se não receberem os cuidados médicos necessários
durante a pandemia
Existem inúmeras
doenças que precisam de um acompanhamento médico rigoroso, sob pena de provocar
danos graves e sequelas irreversíveis com a interrupção do tratamento. Por esse
motivo, o Hospital CEMA e suas unidades são considerados serviços essenciais e
continuarão com atendimento normalmente, mesmo na fase vermelha no estado de
São Paulo.
Em oftalmologia, por
exemplo, algumas enfermidades podem levando à perda da visão; já em
otorrinolaringologia há aquelas que causam surdez e problemas neuromotores.
Há questões médicas
que não podem ficar para depois. "Infecções agudas ou crônicas precisam
ser tratadas e acompanhadas adequadamente, assim como casos de paralisia facial
periférica aguda ou surdez súbita, que podem provocar sequelas sensório-motoras
permanentes", explica o otorrinolaringologista do Hospital CEMA, Andy
Vicente.
"No que diz respeito
à saúde dos olhos, os problemas que podem gerar sequelas graves, caso não
exista um tratamento adequado, é o glaucoma, que atrofia o nervo óptico; a
retinopatia diabética e hipertensiva, que causa hemorragia na retina, e também
o estrabismo, em crianças menores de 4 anos", detalha o oftalmologista
Pedro José Monteiro Cardoso.
Os especialistas
listam abaixo quais doenças necessitam de um acompanhamento presencial
qualificado:
1 - Glaucoma - Sem controle médico, o
aumento da pressão intraocular danifica o nervo óptico. O paciente não percebe,
pois, a perda é, inicialmente, periférica. Com o tempo os danos podem ser
irreversíveis;
2 - Doenças maculares - A falta de
acompanhamento leva a uma perda progressiva da visão central;
3 - Miopia - Em adolescentes e
pessoas com mais de 6 graus pode haver progressão da doença. Além disso, acima
dos 6 graus é mais comum a ocorrência de descolamento da retina;
4 - Retinopatia
diabética e hipertensiva - Essas doenças podem levar a hemorragia e extravasamento do líquido
da retina, levando a perda da visão.
5 - Catarata - Sem acompanhamento
cirúrgico, a doença evolui para perda da visão. Embora a diminuição da visão
seja reversível, a cirurgia, quando adiada por muito tempo, fica mais
complicada, já que o cristalino - afetado pela doença - torna-se mais rígido;
6 - Conjuntivite - Se não tratada, pode
levar a complicações mais graves na córnea;
7 - Estrabismo - Principalmente nos
casos de crianças que tratam a ambliopia (olho preguiçoso) é essencial o
acompanhamento;
8 - Infecções agudas
ou crônicas no aparelho respiratório e auditivo - Amigdalites, otites,
otomastoidites, sinusites e laringites necessitam de acompanhamento criterioso,
principalmente quando os sintomas permanecem por mais de 5 dias. Tais doenças
podem causar complicações, como abscessos, meningite, trombose venosa, entre
outras.
9 - Obstruções nasais
- Crianças com aumento
significativo das amígdalas, pessoas com hipertrofia dos cornetos nasais ou
polipose nasal severa, que apresentam como principal sintoma a obstrução nasal
intensa, devem ser acompanhadas, já que podem prejudicar a qualidade de vida
das pessoas afetadas e trazer outras complicações;
10 - Doenças que
causam déficits sensoriais e/ou motores - Surdez súbita, vertigem súbita, labirintites
crônicas e a paralisia facial periférica aguda (paralisia de Bell) também devem
ser avaliadas e acompanhadas adequadamente para evitar sequelas
sensório-motoras permanentes;
11 - Apneia e Ronco - Pacientes que
apresentam tais problemas também precisam de avaliação médica regular, pois a
afecção pode provocar ou estar associada à comorbidades importantes, como
hipertensão arterial, diabetes, arritmias cardíacas e até mesmo morte súbita;
12 - Candidatos à
implante coclear - Os pacientes que apresentam perda auditiva neurossensorial
profunda bilateral congênita, principalmente crianças abaixo de 2 anos, e que
podem se beneficiar de implantes cocleares, devem fazer reabilitação auditiva o
mais precocemente possível, pois um atraso na realização desse procedimento
pode provocar déficits cognitivos irreversíveis. Essa é uma situação
considerada emergência neurolinguística. Tais pacientes precisam de um
acompanhamento contínuo.
Ademais, algumas
doenças otorrinolaringológicas possuem sintomas semelhantes a outras
enfermidades mais graves, como tumores, granulomatoses (inflamação nas vias
aéreas), doenças autoimunes e neurológicas. Por isso é tão importante que essas
patologias sejam investigadas, tratadas e acompanhadas adequadamente.
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