Você pode não conhecer muito de teoria musical, mas certamente consegue identificar alguns cantores só de ouvir um trechinho de sua música. O tom grave do Seu Jorge, por exemplo, é inconfundível, assim como o tom agudo da Gal Costa. Isso acontece porque cada pessoa tem um tom de voz que a caracteriza de forma única.
Mas, talvez o que você não saiba é que, embora o
seu tom seja único, isso não quer dizer que você não possa projetá-lo de
diferentes maneiras. Quem estuda técnica vocal aprende isso para alcançar
diferentes amplitudes. Dependendo da consciência sobre qual parte do seu corpo
você aciona para projetar a sua voz, ela poderá sair mais grave, aveludada ou
aguda.
E o que isso tem a ver com a gestão, afinal? É que
embora usemos a expressão “ter voz” no sentido figurado para quem quer ser
ouvido e considerado, a verdade é que essa expressão pode ser mais literal do
que se imagina. Principalmente para mulheres, que costumam ter timbres mais
agudos e que estão mais associados ao stress. Acredite: a forma como uma
gestora projeta sua voz pode mudar drasticamente como os demais vão reagir à sua
fala.
É claro que há questões biológicas, sociológicas e
até filosóficas por trás dessa questão da escuta pelo outro. Mas, minha
intenção aqui é mostrar como outros campos de conhecimento - como o da música -
podem oferecer ferramentas úteis para o exercício da gestão.
Uma mulher pode escolher projetar sua voz de três
principais regiões do corpo: da face; do estômago ou do útero. Cada uma delas
produzirá um tom diferente de voz, que soará de maneira distinta.
Quando ela fala a partir da projeção da face é como
se a voz saísse pela testa. O som é mais agudo e comunica stress, irritação ou
incerteza. Já a voz projetada a partir do plexo solar, que é a região do
estômago, dá a quem ouve a sensação de convicção, de um conhecimento plantado,
forte, intuitivo e criativo. Quando a voz é projetada do chakra básico, que é a
região do útero, ela soa como a fala de uma pessoa sábia e transmite segurança
e serenidade a quem ouve.
Quando falamos, principalmente em momentos de
tensão, não temos essa consciência da importância da projeção da voz. Mas,
nosso tom diz muito sobre nós e pode trazer impactos positivos ou negativos em
quem nos ouve. A partir do momento que você tem essa informação, pode começar a
usá-la a seu favor, seja para se posicionar diante de um público difícil, seja
para comunicar uma ideia com mais convicção ou para convencer um parceiro.
É claro que o conteúdo que você traz, assim como
todo seu expertise e vivência continuam sendo o mais importante na hora de se
posicionar. Mas, se um pouco de conhecimento de arte pode abrir portas no mundo
empresarial, por que não usá-lo? E então, por qual tom de voz você gostaria de
ser lembrada hoje?
Claudia
Elisa Soares - Conselheira de Administração em companhias como IBGC, Even,
Gouvêa Ecosystem e em Comitê da TUPY S.A. Já teve assento no Conselho da Totvs
e Arezzo& Co. Ocupou cargos C-Level em Finanças, Gente & Gestäo,
Inovação e Transformação Digital e Cultural em empresas como GPA, Viavarejo,
FNAC, AmBev entre outras.
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