Mexer com dinheiro sempre foi um problema para muitas pessoas, ainda mais agora em época de pandemia em que conquistar uma renda boa e fixa se tornou ainda mais difícil; especialista esclarece as principais dúvidas sobre o assunto
Hoje, principalmente no Brasil, é muito comum que as pessoas tenham medo de investir dinheiro. Para se ter uma ideia, de acordo a pesquisa “o bolso do brasileiro” realizada pelo Instituto Locomotiva para a Xpeed, quase metade dos brasileiros (46%) sentem ansiedade com as finanças e 47% ficam inseguros quando precisam lidar com contatos recebidos de instituições financeiras.
“Acredito que isso aconteça por receio em perder dinheiro depois de tanto esforço para consegui-lo. Além disso, existe muita desinformação e falta de educação financeira, em que as pessoas comuns não tinham tanto acesso a informações sobre como investir de maneira segura e sensata. Porém, agora essa informação está muito mais acessível”, comenta Pedro Marques, sócio-fundador da Bullseye - plataforma que ajuda pessoas a entrarem no mercado de investimentos.
O especialista também alerta que existem muitos oportunistas prometendo coisas absurdas, o que leva diversas pessoas a perderem dinheiro e criarem um pensamento negativo sobre investimentos. “Essa falta de informação faz com que as pessoas prefiram deixar o dinheiro em conta corrente ou numa poupança. Hoje em dia temos um boom legal de pessoas dispostas a mudar esse cenário”, complementa.
Abaixo, confira os principais mitos e verdades sobre o assunto:
Existem muitos oportunistas prometendo
milagres no mercado financeiro?
VERDADE.
“Um grande problema em questão de educação sobre investimentos é que existem
muitos oportunistas prometendo retornos inimagináveis. Por uma questão de falta
de educação sobre o assunto, muitos acreditam nessas mentiras e acabam perdendo
dinheiro, criando o mito em relação à bolsa: cassino. E não só
oportunistas, mas muitos gerentes de banco recomendam certos investimentos que
nem eles mesmos teriam coragem de investir. Vale o alerta”, salienta Marques.
Tem como começar a investir sem
entender qual o meu perfil investidor?
MITO.
“O primeiro passo é conhecer o perfil do investidor e alinhar as expectativas
aos objetivos e riscos que a pessoa está disposta a correr. Depois disso, é
preciso buscar aprender sobre quais são os investimentos que mais se adequam ao
perfil, começar investindo uma pequena quantia e ir aumentando conforme sentir
segurança. Ir aprendendo aos poucos, desde os investimentos mais simples, o que
as siglas significam, entender sobre os investimentos de renda fixa e porque
eles rendem e quanto, e renda variável, porque os preços sobem e descem e como
saber se uma empresa é boa para investir, e assim por diante”, explica o
especialista.
Todo investimento é seguro? Como fazer
essa análise?
MITO.
“Se seguro significa nunca perder dinheiro, no curto prazo, quase nenhum
investimento é seguro. Mas para entender quais investimentos serão seguros para
cada pessoa, é preciso seguir seu perfil de investidor, como falamos acima, e
ao investir o capital, ir acompanhando o desempenho do investimento, entendendo
se sua performance está alinhada ao esperado e se continua adequado ao perfil”,
conta.
É impossível prever o mercado
financeiro?
VERDADE. “Porém
as pessoas nunca vão parar de tentar. Alguns investimentos são mais previsíveis
que outros, e mesmo os menos previsíveis sempre estão cercados de teorias.
Por isso, é importante seguir as teorias que mais fazem sentido, mas ao mesmo
tempo estar atento ao que fazer caso sua teoria esteja errada no curto prazo.
Por exemplo: em 2019, ninguém esperava que uma pandemia poderia colocar o mundo
todo em lockdown. O que fez com que muita gente perdesse dinheiro, pois
confiavam demais na teoria que 2020 seria um ano de pleno crescimento para
investimentos em renda variável. O que demonstra que é importante diversificar
a carteira e criar a sua reserva de emergência em investimentos extremamente
seguros e líquidos”, complementa.
Posso esperar altos rendimentos em
pouco tempo de investimento?
MITO. “Esse
é um dos principais erros de quem está começando. Além desses, existem outros
erros cometidos por iniciantes: resgatar investimentos com prejuízo devido a
fatores que não vão influenciar no longo prazo, investir sem pleno conhecimento
do que estão fazendo, seguir recomendação de analistas dos bancos sem entender
qual o investimento e seu rendimento mensal.
Existe um erro muito comum: comprar na
alta e vender na baixa. Por isso, é importante estudar e analisar os ativos.
Afinal, cada ativo representa uma empresa, e como dizia Peter Lynch, busque saber
o que ela faz e qual a sua situação”, recomenda.
É necessário ter um grande capital para
entrar no mercado financeiro?
MITO. “É possível começar a investir a partir de um real. Temos o mercado fracionário com ações que custam muito barato e que são uma ótima opção para quem está começando. Além disso, investir e praticar em simuladores do mercado financeiro ajudam no aprendizado de quem quer iniciar na bolsa de valores e permitem simular uma carteira de investimentos e acompanhar em tempo real as cotações dos ativos”, comenta.
Para ajudar quem está iniciando, Pedro explica que o primeiro passo é criar uma reserva de emergência - que consiste em economizar uma quantia para manter seus gastos de seis a doze meses, caso ocorra algum imprevisto. “O próximo passo é conhecer o perfil de investidor, entender e estudar cada um dos investimentos recomendados”, diz.
Então começar a investir no que faz sentido segundo os objetivos e riscos que a pessoa esteja disposta a correr de maneira equilibrada. “Conforme o tempo for passando, acompanhar e rebalancear esses investimentos para ver se estão alinhados ao esperado. Se a pessoa possui muito interesse, mas muita insegurança em arriscar o próprio capital, ter contato com um simulador pode fazer com que ela consiga ter uma noção de como será quando investir seu dinheiro e se essa situação seria confortável para ela”, complementa.
Além disso, lembrar que o longo prazo é o fator mais importante e que investir regularmente todos os meses fará com que a pessoa chegue mais rápido e com mais rentabilidade a um bom patrimônio e até mesmo a independência financeira. “É como a gente sempre fala: buscar mais aprendizado e conhecimento nunca é demais. Gostamos de emprestar a frase de Benjamin Franklin “investir em conhecimento sempre rende os melhores juros”, finaliza Pedro Marques.
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