A frase pode parecer batida, porém mais do que nunca precisamos revisitar o que significa o termo aprender. O futuro da educação como um todo ainda é “perturbador”.
Assim como
em todas as outras áreas da nossa vida, a pandemia teve um grande impacto,
sobretudo no que diz respeito à digitalização. Vamos usar como exemplo os
universitários. Nem todas as universidades estavam prontas para oferecer o
ensino digital de qualidade, assim como nem todos os alunos estavam prontos com
dispositivos adequados e acesso à internet para conseguirem também se engajarem
de maneira ativa nesse ensino. Então aquele gap que já existia, no sentido do
que é ensinado em sala de aula estar desalinhado com o que é visto no dia a dia
corporativo, se tornou ainda maior.
Sim,
perdemos muito no que diz respeito ao consumo do conteúdo em si e perdemos
muito também do convívio e da relação social e da aprendizagem significativa
que acontece, sobretudo, por meio desse convívio. Porém, os impactos não foram
somente negativos.
Temos um
volume gigantesco de conteúdos digitais de qualidade disponíveis para
aprendermos. O que precisamos fazer é a correta curadoria dessas informações e
termos conhecimento sobre a aprendizagem autodirigida, que é um modelo no qual
o próprio indivíduo identifica suas necessidades de estudo e cria métodos para
absorver o conteúdo.
E é claro
que a falta de convivência social faz com que no futuro os profissionais tenham
mais dificuldades para o engajamento presencial nos ambientes de trabalho. Por
outro lado, não podemos ignorar que a falta de convivência social nos levou a
aprendermos a nos relacionar por meios digitais.
Para pessoas
que vão se relacionar com profissionais que estão em outros países, em outros
fusos horários, em outras culturas, existe também um ganho muito grande, por
conta dessa grande aprendizagem que tivemos de utilização de novas tecnologias
para esse nosso convívio social e o desenvolvimento das soft skills.
Mas e os
danos? Esse é o grande desafio e acredito que todos nós estamos em busca dessa
resposta. O que eu posso adiantar é que para reduzir danos precisamos
reaprender a aprender. Os ambientes de troca, compartilhamento e crescimento
coletivo são importantíssimos nesse processo, porém temos que ter como certeza
que o protagonista é o aprendiz. Nós devemos ser os protagonistas dessa mudança.
Nós precisamos nos dar conta da importância que esse aprendizado tem para a
nossa vida e para as nossas carreiras. Precisamos ser os verdadeiros
protagonistas dos nossos processos de aprendizagem. Temos a tecnologia
disponível e a informação de toda e qualquer disciplina disponível a custo
zero, mas nós como facilitadores temos que ser o guia dessa curadoria e ajudar
o aprendiz a descobrir o caminho da aprendizagem autodirigida, de como melhor
caminhar nessa trilha de aprendizagem.
E além de sermos verdadeiros guias
quanto à aprendizagem dirigida, nós como especialistas em aprendizagem , também
precisamos preparar os profissionais para que saibam criar um ambiente
favorável de aprendizagem. Todo momento é momento de aprender. Mas, neste caso,
precisamos de um ambiente desafiador e inovador, ao ponto de estimular as
pessoas com curiosidade e motivação para continuar aprendendo, sempre!
Flora Alves - CLO da SG – Aprendizagem
Corporativa e idealizadora do Trahentem®
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