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terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Dicas para ensinar online com excelência

 Três instrutores da Udemy falam sobre as suas experiências e dão sugestões para quem está entrando no mercado de cursos online

 

Com a pandemia – e a necessidade de distanciamento social e a crise econômica ocasionadas por ela –, muitos profissionais precisaram adaptar os seus trabalhos e as suas rotinas ou até mesmo se reinventar. Um dos mercados que sentiram o impacto dessa mudança, entre muitos outros, foi o do ensino online.

Uma pesquisa feita pela Udemy, o maior destino do mundo para cursos online, mostrou que, nos primeiros dois meses da pandemia, houve um aumento de 425% nas inscrições em cursos da plataforma, considerando todos os países. No Brasil, esse aumento foi de 95%.

Ao mesmo tempo, também no mundo todo, houve um aumento de 55% na criação de cursos na plataforma por parte dos instrutores, como são chamadas as pessoas que ensinam na Udemy. O que pode significar que mais pessoas estão lecionando online – como complemento de renda ou até mesmo como carreira principal.

Pensando em quem está entrando agora nesse mercado, a Udemy reuniu dicas sobre como ensinar online com excelência dadas por três instrutores experientes. Foram eles: Pilar Sanchez Albaladejo (instrutora de gestão de projetos com quase 70.000 alunos na plataforma), Gustavo Farias (instrutor de gestão de projetos com mais de 180.000 alunos na plataforma) e Camila Carvalho (instrutora de finanças pessoais com mais de 1.000 alunos na plataforma).

Para começar, os três concordam que os profissionais que gostam de compartilhar o próprio conhecimento podem se dar muito bem ensinando online. Veja a seguir algumas ideias de como fazer isso na prática:

 

Diferenças entre ensinar online e na sala de aula

Para que os alunos se engajem nas aulas online, a dinâmica precisa ser diferente da do ensino presencial, muito mais rápida e dedicada a evitar distrações – isso é um consenso entre os três instrutores.

Para Pilar, não faz sentido que o ensino online simplesmente replique o que costuma acontecer em sala de aula. “Se apenas nos filmarmos falando em frente a um quadro branco, não estaremos aproveitando todas as tecnologias à nossa disposição como instrutores. Devemos usar mais recursos para prender a atenção dos alunos, que vão desde o nosso tom de voz até a forma como editamos os vídeos”, afirma ela.

Camila e Gustavo apontam que um dos principais desafios de ensinar na internet é não poder acompanhar a reação dos alunos em tempo real, durante as aulas. “Nas aulas presenciais, com o contato visual, conseguimos perceber se o aluno está prestando atenção, entendendo, gostando... Na internet, só temos o feedback depois. Por isso, precisamos nos esforçar para que o aluno goste de cada uma das aulas e, dessa forma, faça o curso até o final”, diz Gustavo.

Camila diz que, por não ser possível ter a opinião dos alunos em tempo real, é importante que os instrutores aperfeiçoem os seus cursos conforme forem chegando as avaliações e mensagens dos alunos. “Um curso nunca está 100% pronto no dia da sua publicação. É normal que, com o passar do tempo, façamos alguns ajustes para adequá-lo às preferências dos alunos”, diz ela. Camila também ressalta que várias aulas curtas são preferíveis se comparadas a poucas aulas compridas. “Cansam menos o aluno, fazendo ele evoluir mais rápido no curso”, afirma ela.

 

Recursos para tornar as aulas mais dinâmicas

Animações, efeitos na edição de vídeo, interações com personagens, exercícios práticos, técnicas de oratória e storytelling... São muitos os recursos disponíveis para os instrutores que querem tornar as suas aulas mais atrativas.

Pilar, por exemplo, usa uma ferramenta que gera animações no estilo “mão desenhando na lousa”. “Assim, as minhas aulas ficam mais divertidas. Também insiro uma piadinha ou outra nos vídeos, para chamar a atenção dos alunos, que muitas vezes estudam cansados depois de um dia de trabalho”, conta ela.

Já Gustavo acredita que o diferencial dos seus cursos é a simulação de projetos reais. “Dou exemplos de situações do dia a dia da área de gestão de projetos e me coloco no lugar de diferentes personagens, atuando como se eu fosse cada um deles”, conta ele.

Camila, por sua vez, diz ter uma abordagem mais convencional, mas chama a atenção para a necessidade de manter os alunos entretidos. “Nas aulas online, é muito fácil que os alunos se entediem e percam o foco. Por isso, é interessante para os instrutores serem criativos”, afirma ela.

 

Dicas extras

Assistir cursos de outros instrutores, principalmente dos que são referências nas suas áreas de atuação, é uma das dicas de Pilar para quem está buscando inspiração para criar as próprias aulas online. “A ideia não é copiar, mas entender mais sobre recursos audiovisuais, qualidade de áudio e vídeo, comportamento em frente à câmera e por aí vai. Em resumo, aprender e adaptar o que aprendeu para criar o seu próprio conteúdo”, diz ela.

Outra dica, dada por Camila, é preferir qualidade à quantidade. “Não adianta criar diversos cursos visando obter mais receitas se os alunos não gostarem do primeiro”, afirma ela. Mais uma sugestão de Camila é seguir um roteiro. “Mas é importante não se prender demais a ele, para a narrativa não ficar robótica”, diz ela.

Por fim, para Gustavo, um bom instrutor deve ter um conjunto de características: ser dinâmico, simpático, bem-humorado, animado, claro e objetivo. “É preciso organizar muito bem as ideias a serem transmitidas, de modo que o aluno não se sinta perdido e aprenda de forma progressiva. E, sobretudo, entender as dificuldades de cada aluno, ter empatia”, afirma ele.

 


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