Três instrutores da Udemy falam sobre as suas experiências e dão sugestões para quem está entrando no mercado de cursos online
Com a pandemia – e a necessidade de
distanciamento social e a crise econômica ocasionadas por ela –, muitos
profissionais precisaram adaptar os seus trabalhos e as suas rotinas ou até
mesmo se reinventar. Um dos mercados que sentiram o impacto dessa mudança,
entre muitos outros, foi o do ensino online.
Uma pesquisa feita pela Udemy,
o maior destino do mundo para
cursos online, mostrou que, nos primeiros dois meses
da pandemia, houve um aumento de 425% nas inscrições em cursos da plataforma,
considerando todos os países. No Brasil, esse aumento foi de 95%.
Ao mesmo tempo, também no mundo todo,
houve um aumento de 55% na criação de cursos na plataforma por parte dos
instrutores, como são chamadas as pessoas que ensinam na Udemy. O que pode
significar que mais pessoas estão lecionando online – como complemento de renda
ou até mesmo como carreira principal.
Pensando em quem está entrando agora
nesse mercado, a Udemy reuniu dicas sobre como ensinar online com excelência
dadas por três instrutores experientes. Foram eles: Pilar Sanchez Albaladejo
(instrutora de gestão de projetos com quase 70.000 alunos na plataforma), Gustavo Farias
(instrutor de gestão de projetos com mais de 180.000 alunos na plataforma) e Camila Carvalho (instrutora de finanças pessoais com
mais de 1.000 alunos na plataforma).
Para começar, os três concordam que os
profissionais que gostam de compartilhar o próprio conhecimento podem se dar
muito bem ensinando online. Veja a seguir algumas ideias de como fazer isso na
prática:
Diferenças entre ensinar online e na
sala de aula
Para que os alunos se engajem nas aulas
online, a dinâmica precisa ser diferente da do ensino presencial, muito mais
rápida e dedicada a evitar distrações – isso é um consenso entre os três
instrutores.
Para Pilar, não faz sentido que o
ensino online simplesmente replique o que costuma acontecer em sala de aula.
“Se apenas nos filmarmos falando em frente a um quadro branco, não estaremos
aproveitando todas as tecnologias à nossa disposição como instrutores. Devemos
usar mais recursos para prender a atenção dos alunos, que vão desde o nosso tom
de voz até a forma como editamos os vídeos”, afirma ela.
Camila e Gustavo apontam que um dos
principais desafios de ensinar na internet é não poder acompanhar a reação dos
alunos em tempo real, durante as aulas. “Nas aulas presenciais, com o contato
visual, conseguimos perceber se o aluno está prestando atenção, entendendo,
gostando... Na internet, só temos o feedback depois. Por isso, precisamos nos
esforçar para que o aluno goste de cada uma das aulas e, dessa forma, faça o
curso até o final”, diz Gustavo.
Camila diz que, por não ser possível
ter a opinião dos alunos em tempo real, é importante que os instrutores
aperfeiçoem os seus cursos conforme forem chegando as avaliações e mensagens
dos alunos. “Um curso nunca está 100% pronto no dia da sua publicação. É normal
que, com o passar do tempo, façamos alguns ajustes para adequá-lo às
preferências dos alunos”, diz ela. Camila também ressalta que várias aulas
curtas são preferíveis se comparadas a poucas aulas compridas. “Cansam menos o
aluno, fazendo ele evoluir mais rápido no curso”, afirma ela.
Recursos para tornar as aulas mais
dinâmicas
Animações, efeitos na edição de vídeo,
interações com personagens, exercícios práticos, técnicas de oratória e storytelling...
São muitos os recursos disponíveis para os instrutores que querem tornar as
suas aulas mais atrativas.
Pilar, por exemplo, usa uma ferramenta
que gera animações no estilo “mão desenhando na lousa”. “Assim, as minhas aulas
ficam mais divertidas. Também insiro uma piadinha ou outra nos vídeos, para
chamar a atenção dos alunos, que muitas vezes estudam cansados depois de um dia
de trabalho”, conta ela.
Já Gustavo acredita que o diferencial
dos seus cursos é a simulação de projetos reais. “Dou exemplos de situações do
dia a dia da área de gestão de projetos e me coloco no lugar de diferentes
personagens, atuando como se eu fosse cada um deles”, conta ele.
Camila, por sua vez, diz ter uma
abordagem mais convencional, mas chama a atenção para a necessidade de manter
os alunos entretidos. “Nas aulas online, é muito fácil que os alunos se
entediem e percam o foco. Por isso, é interessante para os instrutores serem
criativos”, afirma ela.
Dicas extras
Assistir cursos de outros instrutores,
principalmente dos que são referências nas suas áreas de atuação, é uma das
dicas de Pilar para quem está buscando inspiração para criar as próprias aulas
online. “A ideia não é copiar, mas entender mais sobre recursos audiovisuais,
qualidade de áudio e vídeo, comportamento em frente à câmera e por aí vai. Em
resumo, aprender e adaptar o que aprendeu para criar o seu próprio conteúdo”,
diz ela.
Outra dica, dada por Camila, é preferir
qualidade à quantidade. “Não adianta criar diversos cursos visando obter mais
receitas se os alunos não gostarem do primeiro”, afirma ela. Mais uma sugestão
de Camila é seguir um roteiro. “Mas é importante não se prender demais a ele,
para a narrativa não ficar robótica”, diz ela.
Por fim, para Gustavo, um bom instrutor
deve ter um conjunto de características: ser dinâmico, simpático, bem-humorado,
animado, claro e objetivo. “É preciso organizar muito bem as ideias a serem
transmitidas, de modo que o aluno não se sinta perdido e aprenda de forma
progressiva. E, sobretudo, entender as dificuldades de cada aluno, ter
empatia”, afirma ele.
Udemy
Facebook: @UdemyBrasil
Twitter: @Udemy_Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário