O Dia Mundial do Câncer, formalizado no dia 4 de fevereiro, é uma iniciativa global organizada pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC) com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS). Com o tema #IAmAndIWill (#EuSoueEuVou), a data tem como objetivo aumentar a conscientização e a educação mundial sobre a doença, além de influenciar governos e indivíduos para que se mobilizem pelo controle do câncer.
Atualmente, 7,6 milhões de pessoas no planeta morrem em
decorrência de câncer a cada ano. Estima-se que 1,5 milhão de mortes anuais
poderiam ser evitadas com medidas adequadas. De acordo com o Instituto Nacional
do Câncer (Inca), no Brasil, para o sexo masculino, os tipos de câncer mais
preponderantes atualmente são os de próstata, intestino e pulmão. Para as
mulheres, os mais comuns são câncer de mama, intestino e colo de útero. O
câncer pode acometer indivíduos de qualquer idade, mas geralmente é observado
em faixa etária mais elevada, entre 60 e 79 anos.
O que causa um câncer?
Segundo Lucas Sant’Anna, médico oncologista que integra o corpo
clínico do Onco Center Dona Helena, de Joinville (SC), o câncer ocorre quando
células do nosso organismo passam a se dividir de forma descontrolada e
adquirem ainda capacidade de invadir outras estruturas do corpo. “Para que
ocorra a mudança de uma célula normal para uma maligna, é necessário que haja
alguma alteração no DNA da célula”, explica, frisando que essas alterações são
influenciadas por diversos fatores, sendo alguns dependem de nosso estilo de
vida, por isso a importância da adoção de hábitos saudáveis, como praticar
exercícios regularmente, evitar consumo de álcool em excesso, evitar o
tabagismo e manter uma alimentação balanceada. “Também existem outros fatores
que têm relação com características genéticas dos pacientes desde o seu
nascimento. Por exemplo, defeitos em certos genes podem elevar risco de alguns
tipos de câncer, assim como algumas características individuais também podem
elevar este risco, como a cor de pele (a branca pode ser fator de risco para o
câncer de pele e a negra para câncer de próstata)”, detalha.
A oncogenética aliada ao tratamento precoce
A oncogenética é uma ciência que estuda os aspectos
moleculares, celulares, clínicos e terapêuticos de síndromes de predisposição
ao câncer. “O objetivo principal é identificar portadores de defeitos genéticos
que aumentariam as chances do indivíduo desenvolver câncer e, então, atuar de
forma preventiva para reduzir o risco, por meio de exames de rastreamento,
cirurgias preventivas e/ou terapias”, detalha Lucas.
O aconselhamento genético pode ser um grande aliado, pois o
câncer, na maioria das vezes, é curável desde que diagnosticado em fase mais
precoce. “Logo, a melhor estratégia para aumentar as chances de cura é
justamente a realização de exames de rastreamento que possam identificar a
doença em fase mais inicial”, frisa o profissional.
Preferência por procedimentos minimamente invasivos
Durante a investigação da suspeita de câncer, o médico oncologista pode solicitar uma biópsia de um nódulo detectado em exames. No Hospital Dona Helena, procura-se dar preferência para tratamentos minimamente invasivos, como a biópsia percutânea, sem necessidade de cirurgia.
O procedimento minimamente invasivo pode ser realizado em pacientes de todas as idades. “É preciso uma avaliação para saber que tipo de célula tem naquele nódulo e qual é o tipo de tumor que estamos lidando. Para isso, precisamos tirar um pedacinho dessa lesão”, ressalta Bruno Miranda, especialista em radiologia, diagnóstico por imagem e em medicina intervencionista da dor, que integra o corpo clínico do Hospital Dona Helena. “Por meio de exames de imagem, como ultrassom e tomografia computadorizada, conseguimos localizar a lesão e retirar fragmentos por meio de uma agulha”, detalha.
A técnica é feita com anestesia local, na maioria das vezes com o paciente acordado. Geralmente, ele é liberado logo após o procedimento ou depois de algumas horas em observação. A intervenção é feita pela equipe de radiologia intervencionista do Hospital Dona Helena. “É um procedimento bastante seguro. Normalmente o paciente não sente dor, ou sente muito pouca, e é liberado sem nenhuma intercorrência.”
Um tratamento multidisciplinar e humanizado
OncoCenter Dona Helena
Marcela Güther
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