Data tradicionalmente comemorada em fevereiro será motivo
para reflexão, acolhimento e conscientização entre crianças e adolescentes;
especialista sugere uma abordagem mais conteudista
Fevereiro é um mês relacionado à comemoração e festividade para
muitos brasileiros por guardar a maior festa popular do país: o Carnaval. Este
ano, no entanto, a data deverá ser ressignificada em todos os aspectos para a
segurança e saúde de todos. Nas salas de aula e ambientes virtuais de aprendizagem,
não será diferente. De acordo com o diretor do Sistema de Ensino pH, Cláudio
Falcão, o próximo dia 16 é um momento de reflexão e não de comemoração.
“Ainda estamos no auge da pandemia. Por mais que seja necessário
as pessoas sorrirem, acho difícil desvincular dessa realidade. Mesmo com
comemorações online, que não causam aglomerações, as escolas têm que ter muita
sutileza e percepção para não fazerem nada que possa ser mal interpretado e
visto em contramão do momento que vivemos.”, destaca Falcão.
Para
continuarmos a valorizar a data em sala de aula, uma saída é trabalhar o tema
de forma conteudista. Falcão sugere que professores busquem abordar as origens
dessa festividade. “Este ano, temos que fazer algo
mais sóbrio, um carnaval um pouco mais antropológico, cultural, analisar um
pouco mais as suas raízes e as contribuições dos grupos que formam o país.”
Origem religiosa
O
primeiro aspecto que pode ser abordado em sala de aula é a história religiosa
atrelada ao carnaval e que muitas vezes não é lembrada durante a comemoração.
“Falar sobre a ligação do carnaval no passado com as
religiões pagãs e, mais recentemente, com a tradição cristã. Depois, como essas
tradições foram mudando, como o carnaval da Europa tem um perfil e como ele
chegou no Brasil.”
As diferentes influências
O diretor ainda ressalta a importância de abordar as diferentes
culturas que resultaram no surgimento da festividade realizada no Brasil hoje.
“O Carnaval foi reinventado com influência do movimento íbero-afro-ameríndio.
Houve o surgimento de um carnaval juntando tradições africanas, indígenas e
europeias e acabou transformando numa nova tradição aqui, mas ainda ligado a
uma tradição católica, sobretudo ao catolicismo português, que tem
características muito próprias.”
As diferenças regionais e a composição da população
O Brasil é um país que une diferentes regiões, com diferentes
costumes. É possível observar que essas diferenças também se manifestam na
forma de comemorar o Carnaval. O diretor sugere fazer uma análise da festividade
em cada um desses locais. “Por exemplo, temos em Olinda a tradição dos bonecos
gigantes. Qual é a origem dessa tradição? Qual a ligação dos bonecos? Esse
costume, de usar bonecos em festividades, é uma forte herança africana. No Rio,
nós temos a figura do bate-bola, pessoas que andam totalmente mascaradas, com
roupa colorida, dando susto, gritando. Então, é evidente que você tem
expressões regionais diferentes do carnaval. Talvez estudar essas expressões
diferentes e a partir daí conseguir entender a composição da população em cada
região e a contribuição cultural de cada grupo dentro da região e como isso se
manifesta dentro do carnaval.”
Sistema de Ensino pH
Nenhum comentário:
Postar um comentário