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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Carnaval: como escolas podem trabalhar o tema de forma consciente em tempos de pandemia?

Data tradicionalmente comemorada em fevereiro será motivo para reflexão, acolhimento e conscientização entre crianças e adolescentes; especialista sugere uma abordagem mais conteudista


Fevereiro é um mês relacionado à comemoração e festividade para muitos brasileiros por guardar a maior festa popular do país: o Carnaval. Este ano, no entanto, a data deverá ser ressignificada em todos os aspectos para a segurança e saúde de todos. Nas salas de aula e ambientes virtuais de aprendizagem, não será diferente. De acordo com o diretor do Sistema de Ensino pH, Cláudio Falcão, o próximo dia 16 é um momento de reflexão e não de comemoração.

“Ainda estamos no auge da pandemia. Por mais que seja necessário as pessoas sorrirem, acho difícil desvincular dessa realidade. Mesmo com comemorações online, que não causam aglomerações, as escolas têm que ter muita sutileza e percepção para não fazerem nada que possa ser mal interpretado e visto em contramão do momento que vivemos.”, destaca Falcão.

Para continuarmos a valorizar a data em sala de aula, uma saída é trabalhar o tema de forma conteudista. Falcão sugere que professores busquem abordar as origens dessa festividade. “Este ano, temos que fazer algo mais sóbrio, um carnaval um pouco mais antropológico, cultural, analisar um pouco mais as suas raízes e as contribuições dos grupos que formam o país.”


Origem religiosa


O primeiro aspecto que pode ser abordado em sala de aula é a história religiosa atrelada ao carnaval e que muitas vezes não é lembrada durante a comemoração. “Falar sobre a ligação do carnaval no passado com as religiões pagãs e, mais recentemente, com a tradição cristã. Depois, como essas tradições foram mudando, como o carnaval da Europa tem um perfil e como ele chegou no Brasil.”


As diferentes influências


O diretor ainda ressalta a importância de abordar as diferentes culturas que resultaram no surgimento da festividade realizada no Brasil hoje. “O Carnaval foi reinventado com influência do movimento íbero-afro-ameríndio. Houve o surgimento de um carnaval juntando tradições africanas, indígenas e europeias e acabou transformando numa nova tradição aqui, mas ainda ligado a uma tradição católica, sobretudo ao catolicismo português, que tem características muito próprias.”


As diferenças regionais e a composição da população


O Brasil é um país que une diferentes regiões, com diferentes costumes. É possível observar que essas diferenças também se manifestam na forma de comemorar o Carnaval. O diretor sugere fazer uma análise da festividade em cada um desses locais. “Por exemplo, temos em Olinda a tradição dos bonecos gigantes. Qual é a origem dessa tradição? Qual a ligação dos bonecos? Esse costume, de usar bonecos em festividades, é uma forte herança africana. No Rio, nós temos a figura do bate-bola, pessoas que andam totalmente mascaradas, com roupa colorida, dando susto, gritando. Então, é evidente que você tem expressões regionais diferentes do carnaval. Talvez estudar essas expressões diferentes e a partir daí conseguir entender a composição da população em cada região e a contribuição cultural de cada grupo dentro da região e como isso se manifesta dentro do carnaval.”

 


Sistema de Ensino pH

www.sistemadeensinoph.com.br


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