Com medo da pandemia, brasileiros
deixaram de realizar exames, o que pode aumentar número de mortes por outras
doençasMamografia é o principal exame de rastreamento para o câncer de mama
Créditos: Envato
Mesmo sem os números de 2020 computados
pela maioria dos municípios brasileiros, estima-se que o número de mamografias
realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) tenha caído próximo a 50% no ano
passado em comparação com 2019. Os dados da rede privada corroboram com
esta tendência. No Hospital Marcelino Champagnat, por exemplo, o número de
mulheres que realizaram o exame reduziu em 58% no mesmo período.
Hoje, a mamografia é o principal exame
para rastreamento para o câncer de mama, doença responsável por muitas mortes
no Brasil. A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) é que 66 mil
mulheres tenham desenvolvido a doença no país em 2020.
A ginecologista Renata Hayashi alerta
que o retardo das avaliações periódicas pode incorrer em diagnóstico mais
tardio do câncer de mama. “Quando as mulheres deixam de realizar as consultas e
exames preventivos, diminuem as chances do diagnóstico precoce e de sobrevida,
já que, quando descoberta no início, a doença tem mais chances de cura”,
explica a médica.
Assim como a mamografia, outros exames
e avaliações preventivas diminuíram desde o início da pandemia. Com receio de
contraírem o novo coronavírus, muitas pessoas deixaram de consultar seus
médicos. “Se o paciente passou por consulta recente, é jovem e manteve estilo
de vida saudável neste período, tudo bem esperar mais um pouco. Mas se deixou
de praticar atividade física, não está se alimentando como deveria e já tem
problemas de saúde ou histórico familiar, esperar pode ser um risco
desnecessário”, ressalta a cardiologista e coordenadora do serviço de check-up
do hospital, Aline Moraes.
Hospital Marcelino Champagnat
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