Dia 4 de fevereiro é conhecido como o Dia Mundial de Combate ao Câncer e a Odontologia também tem feito a sua parte. Afinal, o tratamento contra um câncer pode afetar outros aspectos da saúde que não estão ligados à doença e a boca pode apresentar algumas dessas alterações. A questão em debate é o câncer no consultório odontológico e a necessidade de intervenções na saúde bucal do paciente oncológico.
De acordo com os dados do Instituto Nacional de
Câncer (INCA), os cânceres que mais acometem os brasileiros são os de mama, em
mulheres, e de próstata, nos homens. Na boca, o câncer é mais comum entre a
população masculina, com mais de 11 mil novos casos em 2020.
Os especialistas explicam que dependendo do
tratamento do câncer, o paciente, ao buscar por algum tipo de tratamento
odontológico, precisa de um manejo ainda mais atencioso. “A coisa mais
importante sempre é saber o protocolo de tratamento que será usado para o
câncer em questão. O que é comum é que os pacientes submetidos a quimioterapia
consultem um cirurgião-dentista para fazer a adequação da boca com remoção de
focos de infecção que poderiam complicar durante o tratamento do câncer. Sendo
assim, os procedimentos odontológicos devem ser pensados a curto prazo, baseado
na toxicidade aguda da quimioterapia e/ou radioterapia e, a médio e longo
prazo, segundo os efeitos tardios da radioterapia e da cirurgia”, conta Fábio
Luiz Coracin, PhD em Patologista Oral e Maxilo Facial e Estomatologia e
presidente da Câmara Técnica de Patologia Oral e Maxilo Facial do Conselho
Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP).
Mas, será que a rotina do paciente oncológico
também muda nos cuidados com a saúde da boca? “Os cuidados com a boca e os
dentes devem ser tão criteriosos e rigorosos para todas as pessoas. Para os
pacientes com câncer, eles devem ser intensificados antes do início do
tratamento e, se possível, ao diagnóstico da doença para que todos os prováveis
focos de infecção sejam removidos”, explica Coracin.
Para o presidente da Câmara Técnica de
Estomatologia do CROSP, Fábio de Abreu Alves, o acompanhamento do cirurgião-dentista
pode ser parte de uma estratégia multidisciplinar de combate à doença. “Hoje já
é uma prática bastante reconhecida: pacientes que farão tratamento para câncer
de boca (outras regiões de cabeça e pescoço também), por exemplo, ou um transplante
de medula óssea, passarem por uma avaliação odontológica para melhorar a saúde
bucal, receber instruções de higiene oral e remoção de focos de infecção da
boca”, afirma. Em outros casos, durante o tratamento por quimioterapia muitos
cuidados devem ser tomados. “Pacientes com imunossupressão (diminuição da
defesa imunológica), se possível o tratamento odontológico deve ser postergado,
pois neste período há mais riscos de infecções e o paciente deve se concentrar
em realizar o tratamento oncológico. Além disso, quando houver alguma
emergência odontológica, o médico do paciente deve ser contatado para avaliar a
melhor ação a ser tomada”, completa.
Conselho Regional de Odontologia de São Paulo
(CROSP)
Nenhum comentário:
Postar um comentário