Psicóloga Karin Kenzler aconselha pais e
responsáveis para lidar com o emocional e manter a saúde mental dos pequenos
Após
quase um ano de ensino remoto, incertezas e medos por conta da pandemia da
Covid-19, chegou a hora dos estudantes retornarem às atividades presenciais.
Com essa volta, surge um desafio: controlar a ansiedade dos pais e filhos, para
manter a saúde mental de todos. A psicóloga e psicopedagoga Karin Kenzler, que
atua com psicoterapia clínica há 30 anos atendendo em consultório particular
adultos, adolescentes e crianças, orienta as famílias para que essa adaptação
seja feita da forma mais tranquila possível.
As aulas online prejudicaram bastante o ano letivo
das crianças, assim como o medo e a ansiedade; afetaram a aprendizagem e
interferiram na capacidade de foco e concentração. Retornar agora pode trazer
alguns receios à tona: o medo da contaminação, as novas medidas de prevenção e
a necessidade de se manter um distanciamento social.
Karin acredita que
o foco das famílias deve ser em ajudar os seus filhos a lidar com a pandemia,
os seus sentimentos, inseguranças e cuidados necessários relacionados a ela ao
invés de cobrar boas notas. “É importante que os pais conversem sobre todas
essas mudanças de hábito na escola com bastante antecedência com os filhos para
minimizar o impacto na volta às aulas e também para avaliarem as reações e
emoções dos filhos a respeito”, diz Karin.
Uma pesquisa feita pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) nos meses de maio, junho e julho de 2020, revelou que 80% da população brasileira se tornou mais ansiosa durante a pandemia. Se a criança apresentar alguma mudança de comportamento, como resistência ou angústia com o retorno das aulas, é importante procurar auxílio de algum profissional, como médicos e psicólogos.
“A pandemia pode trazer consequências
psicológicas a longo prazo em função do aumento da pressão e ansiedade nas
crianças”, diz Karin. Segundo a psicóloga, algumas
práticas podem ajudar os seus filhos a lidar melhor com a pandemia, como
por exemplo:
1) Pergunte
como seu filho se sente
Sempre pergunte
sobre como eles se sentem em relação às restrições e ao isolamento. “Valide
suas emoções, mas pontuando sempre a importância das medidas para a preservação
da saúde e vida”, explica Karin.
2) Não faça
promessas
Diante de tantas incertezas é difícil dizer quando
tudo vai acabar e voltar ao normal, portanto é melhor não prometer nada, mas
dizer que os médicos estão fazendo de tudo para achar logo a cura para a
Covid-19.
3) Não deixe
de falar sobre as medidas sanitárias
No contexto atual,
é muito importante sempre lembrar as crianças dos cuidados necessários. “Frise
sempre a importância de lavar as mãos e do uso da máscara para vencer o vírus”.
4) Não
estimule a ansiedade das crianças
“Evite assistir ao
noticiário ou conversar sobre o tema com outros adultos na frente das crianças,
para não aumentar muito o medo com informações que elas ainda não conseguem
abarcar e processar de maneira adequada.”, aconselha Karin.
5) Não Minta!
Sempre que seu
filho te perguntar algo, responda com um tom de tranquilidade e fale a verdade.
“Os pais devem dialogar e acolher os sentimentos da
criança, procurando passar tranquilidade e confiança para ela”, conclui Karin.
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