COVID-19 deve causar
alergia ocular em 70% dos contaminados. Gestantes são o principal grupo de
risco. Entenda.
A
gravidez provoca várias alterações fisiológicas na mulher, entre elas a queda
da imunidade. De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto
Penido Burnier, isso explica o surto de transmissão intrauterina de algumas
cepas de vírus que podem causar graves doenças oculares e até cegar os bebês,
como aconteceu com o zika em 2015, e mais recentemente com o morbillivirus transmissor do sarampo
que se for contraído pela gestante provoca catarata congênita no recém-nascido.
Transmissão
vertical
O
especialista afirma que a boa notícia para
gestantes é que apesar de estarmos vivendo uma alarmante pandemia de
COVID-19, um recente estudo realizado com nove gestantes no Hospital Zhongnan
da Universidade de Wuhan na China revela que o novo vírus não foi transmitido
pela mãe aos bebês durante a gestação. “O resultado não é conclusivo pelo
pequeno tamanho da amostragem. Mas, as
avaliações do líquido amniótico, sangue do cordão umbilical e amostras de
esfregaço de garganta neonatal sugerem que a contaminação de mulheres por
coronavírus no terceiro trimestre da gestação não foi transmitida ao bebê”,
salienta. O exame do leite materno também não apresentou contaminação. Por
isso, mães sem sintoma de COVID-19 podem amamentar seus bebês sem medo.
Piora
do ceratocone
A má notícia é que a queda da imunidade na
gravidez e as mudanças hormonais provocam uma piora acentuada do ceratocone.
Queiroz Neto explica que a doença fragiliza as fibras de colágeno da córnea,
lente externa do olho que afina e toma o formato de um cone. Principal causa de
transplante no Brasil, está intimamente relacionado à alergia ocular
“Embora
as informações sobre o novo coronavírus ainda sejam bastante limitadas, é
possível prever que a COVID-19 cause uma evolução mais rápida do ceratocone não
só entre gestantes, mas em todos os portadores que totalizam cerca de 100 mil
brasileiros”, salienta. Isso porque, a nova cepa é uma combinação da Sars e da
Mers que respondem por um terço das doenças respiratórias. Como nunca tivemos
contato com este vírus nosso organismo não consegue dar uma resposta eficiente
para evitar a contaminação. Sete em cada 10 pessoas que contraírem o COVID-19
vão desenvolver alergia ocular. Para quem tem ceratocone significa a piora da
doença.
Tratamento
Queiroz
Neto afirma que o único tratamento que interrompe a progressão do ceratocone é
o crosslinking. A cirurgia é ambulatorial e feita sob anestesia local. Consiste
na aplicação de vitamina B2 (riboflavina), associada à radiação realizado com
315 pacientes pelo oftalmologista mostra
que 45% dos que fizeram crosslinking
também tiveram melhora na acuidade visual. Quando isso não acontece é
indicado o implante um anel na córnea que aplana a curvatura e melhora a
capacidade de enxergar.
Dicas
de prevenção
As
principais recomendações do oftalmologista para preservar a saúde ocular e
evitar a contaminação por coronavírus são:
·
Proteja a superfície doss olhos com óculos.
·
Lave as mãos as mãos com frequência,
esfregando a palma, dorso, entre os dedos e embaixo das unhas
·
Evite coçar ou tocar os olhos, boca e nariz.
·
Mantenha-se bem hidratado bebendo bastante
água.
·
Higienize as mãos com álcool se não puder
lavar com água e sabão.
·
Só use máscara se estiver contaminado.
·
Evite aglomerações.
·
Evite o compartilhamento de maquiagem,
colírio, toalhas e fronhas.
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