Nesta sexta-feira (20) começa o outono, estação que se
caracteriza pelo aumento da incidência de ventos, diminuição da umidade do ar e
variações da temperatura. Esse conjunto de fatores influencia o sistema
imunológico das pessoas deixando o organismo mais vulnerável a doenças
oculares, como conjuntivite e Síndrome do Olho Seco, além
de alergias.
De acordo com o oftalmologista Hilton
Medeiros, da Clínica de Olhos Dr. João Eugenio, um dos fatores para o
crescimento de problemas oculares nessa época do ano é o aumento da poeira,
causado pela queda nas temperaturas e na umidade do ar. "O tempo seco
aumenta a concentração de poluentes no ar, um agravante para as alergias
oculares", explica o médico.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima
que 57 milhões de brasileiros tenham algum tipo de alergia. Em mais da metade
dos casos, a doença se manifesta nos olhos.
A baixa umidade do ar diminui a lubrificação
ocular, podendo causar a Síndrome do Olho Seco, que é caracterizada pela pouca
ou má qualidade da lágrima, deixando a superfície dos olhos seca, facilitando o
aparecimento de infecções e inflamações.
A melhor forma de se prevenir é lavar os olhos
com soro fisiológico gelado quando sentir irritação, usar colírios
lubrificantes (prescritos por um oftalmologista) e usar óculos de sol com
lentes UVA e UVB. "Mesmo com menor quantidade de luz solar no outono, a
luminosidade nesta época pode continuar alta", esclarece Hilton Medeiros.
Coçar os olhos é uma atitude quase que
instantânea de quem está com a vista seca. Mas, segundo o médico, isso deveria
ser a última coisa a ser feita, pois pode trazer problemas sérios. "Quando
ao paciente coça o olho, expõe o globo ocular a um trauma constante e
repetitivo", alerta o especialista.
O tratamento para os casos leves é feito com
colírios lubrificantes. Os casos mais graves são tratados com géis
lubrificantes oftalmológicos, corticoides e até mesmo cirurgias.
A redução da lubrificação nos olhos também os
deixa mais expostos à ação de fungos e bactérias. Em função disso, neste
período, a conjuntivite viral se torna frequente e pode responder por
aproximadamente 90% dos casos. A transmissão costuma ocorrer pelas mãos, por
toalhas, cosméticos, uso prolongado de lentes de contato, entre outros.
A conjuntivite é a inflamação da membrana
externa do olho, chamada conjuntiva. Ela é responsável por produzir muco para
proteger e lubrificar o olho. Na maioria dos casos, os sintomas e a doença
desaparecem em até dez dias sem que seja necessário qualquer tipo de
tratamento. Em algumas situações, no entanto, é preciso utilizar colírios ou
pomadas.
Para evitar contrair a conjuntivite, Hilton
Medeiros recomenda lavar as mãos frequentemente, não coçar os olhos e não
compartilhar objetos pessoais (óculos, maquiagem, toalhas, colírios, roupa de
cama). Além disso, é importante manter a casa e o ambiente de trabalho livres
de pó e limpar com álcool equipamentos como o teclado do computador e o mouse.
Hilton Medeiros - Oftalmologista
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