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quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

População deve ficar atenta aos possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti


O número de casos de dengue, zika e chikungunya – doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti – cresceu em 2019. Os dados são do último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde. No ano passado, foram registrados mais de 1,5 milhão de casos prováveis de dengue em todo o Brasil. Em 2018, o número foi de 205,7 mil. As regiões Centro-Oeste e Sudeste lideraram, no ano passado, os registros da doença. Com relação aos casos de chikungunya, os dados também preocupam autoridades, totalizando mais de 130 mil notificações. O vírus da zika representa a menor parcela, com cerca de 10 mil casos prováveis. 

As causas para a alta proliferação do Aedes aegypti são diversas. O médico sanitarista da Fiocruz Claudio Maierovitch aponta o calor intenso e a quantidade de locais disponíveis para que a fêmea do mosquito deposite os ovos como as principais causas da proliferação dos focos. 

"O grande fator para a proliferação do mosquito é a disponibilidade de recipientes com água, principalmente limpa. Pode ser uma caixa d’água, piscina abandonada, garrafas que estão expostas, pneus velhos, que é uma das coisas mais comuns quando se fala na proliferação do Aedes, muitas vezes esses pratinhos que se coloca embaixo dos vasos de plantas para que não pingue água no chão…”. 

Para estados como Rio Grande do Norte, Piauí e Ceará – localizados na região Nordeste –, outro problema agrava a ação do mosquito Aedes aegypti: a falta de abastecimento regular de água. O insumo é reservado pela população em depósitos improvisados, como baldes, potes e tanques, e a consequência é a mesma: o aumento de casos de dengue, zika e chikungunya.

Os altos índices de infestação também estão associados a municípios brasileiros com saneamento básico precário, sem coleta de lixo regular e disponibilidade de recipientes, como embalagens plásticas e de vidro, em terrenos abandonados. E essa não é uma realidade exclusiva de bairros periféricos, mas também de regiões nobres, que aglomeram piscinas abandonadas ou calhas e lajes entupidas. 

"Existe um monitoramento feito em cada município quanto ao tipo de recipiente mais frequente em cada cidade. Por exemplo, se observa nas periferias das grandes cidades que predominam os criadouros ligados ao lixo. E onde falta água, aos recipientes que a armazenam. Isso tem mudado muito: no estado de São Paulo, as pessoas na própria capital adquiriram o hábito de acumular água em casa e esse passou a ser um criadouro predominante. A mesma coisa acontece em regiões de seca onde o abastecimento não é suficiente”.

O Ministério da Saúde tem algumas recomendações para a limpeza dos reservatórios de água: é importante mantê-los tampados; a limpeza deve ser periódica, com água, bucha e sabão; e, ao acabar a água do reservatório, é necessário fazer uma nova lavagem nos recipientes e guardá-los de cabeça para baixo. 

Agora, em 2020, Claudio Maierovitch enfatiza que esse cuidado é uma tarefa que deve envolver um conjunto de forças, com educação, cuidado ambiental e limpeza urbana. 

"Pelos dados que nós tivemos, com uma epidemia de mais de um milhão e meio de casos de dengue no Brasil, e pelo comportamento que a doença tem tido, nós continuamos tendo número grande de casos ao longo do inverno. Durante a primavera, há o temor de que a epidemia seja maior ainda no ano de 2020. Por isso, é importante que haja uma mobilização e difusão grande de informações em todos os setores”.

Você já combateu o mosquito hoje? A mudança começa dentro de casa. Proteja a sua família. Para mais informações, acesse saude.gov.br/combateaedes. Ministério da Saúde. Governo Federal. Pátria Amada, Brasil.






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