O número de casos de dengue, zika e
chikungunya – doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti – cresceu em
2019. Os dados são do último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde. No
ano passado, foram registrados mais de 1,5 milhão de casos prováveis de dengue
em todo o Brasil. Em 2018, o número foi de 205,7 mil. As regiões Centro-Oeste e
Sudeste lideraram, no ano passado, os registros da doença. Com relação aos
casos de chikungunya, os dados também preocupam autoridades, totalizando mais
de 130 mil notificações. O vírus da zika representa a menor parcela, com cerca
de 10 mil casos prováveis.
As causas para a alta proliferação do
Aedes aegypti são diversas. O médico sanitarista da Fiocruz Claudio Maierovitch
aponta o calor intenso e a quantidade de locais disponíveis para que a fêmea do
mosquito deposite os ovos como as principais causas da proliferação dos
focos.
"O grande fator para a
proliferação do mosquito é a disponibilidade de recipientes com água,
principalmente limpa. Pode ser uma caixa d’água, piscina abandonada, garrafas
que estão expostas, pneus velhos, que é uma das coisas mais comuns quando se
fala na proliferação do Aedes, muitas vezes esses pratinhos que se coloca
embaixo dos vasos de plantas para que não pingue água no chão…”.
Para estados como Rio Grande do
Norte, Piauí e Ceará – localizados na região Nordeste –, outro problema agrava
a ação do mosquito Aedes aegypti: a falta de abastecimento regular de água. O
insumo é reservado pela população em depósitos improvisados, como baldes, potes
e tanques, e a consequência é a mesma: o aumento de casos de dengue, zika e
chikungunya.
Os altos índices de infestação também
estão associados a municípios brasileiros com saneamento básico precário, sem
coleta de lixo regular e disponibilidade de recipientes, como embalagens
plásticas e de vidro, em terrenos abandonados. E essa não é uma realidade
exclusiva de bairros periféricos, mas também de regiões nobres, que aglomeram
piscinas abandonadas ou calhas e lajes entupidas.
"Existe um monitoramento feito
em cada município quanto ao tipo de recipiente mais frequente em cada cidade.
Por exemplo, se observa nas periferias das grandes cidades que predominam os
criadouros ligados ao lixo. E onde falta água, aos recipientes que a armazenam.
Isso tem mudado muito: no estado de São Paulo, as pessoas na própria capital
adquiriram o hábito de acumular água em casa e esse passou a ser um criadouro
predominante. A mesma coisa acontece em regiões de seca onde o abastecimento
não é suficiente”.
O Ministério da Saúde tem algumas
recomendações para a limpeza dos reservatórios de água: é importante mantê-los
tampados; a limpeza deve ser periódica, com água, bucha e sabão; e, ao acabar a
água do reservatório, é necessário fazer uma nova lavagem nos recipientes e guardá-los
de cabeça para baixo.
Agora, em 2020, Claudio Maierovitch
enfatiza que esse cuidado é uma tarefa que deve envolver um conjunto de forças,
com educação, cuidado ambiental e limpeza urbana.
"Pelos dados que nós tivemos,
com uma epidemia de mais de um milhão e meio de casos de dengue no Brasil, e
pelo comportamento que a doença tem tido, nós continuamos tendo número grande
de casos ao longo do inverno. Durante a primavera, há o temor de que a epidemia
seja maior ainda no ano de 2020. Por isso, é importante que haja uma
mobilização e difusão grande de informações em todos os setores”.
Você já combateu o mosquito hoje? A
mudança começa dentro de casa. Proteja a sua família. Para mais informações,
acesse saude.gov.br/combateaedes. Ministério da Saúde. Governo Federal. Pátria
Amada, Brasil.
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