A Hanseníase ainda é carregada de
estigmas. Não leva à morte, mas pode causar deformidades e incapacidades
físicas irreversíveis. Ela, como muitas doenças que atingem a pele, expõe o
paciente ao preconceito.
Na Idade Média, os portadores de
Hanseníase eram obrigados a carregar um sino para anunciar a própria presença.
Até pouco tempo atrás, o isolamento compulsório para separar os pacientes do
restante da população era prática comum no Brasil. Familiares eram separados e
ficavam anos sem se ver por conta dessa política pública.
Apesar do
preconceito persistir, essas imagens não correspondem mais a abordagem atual
da doença, pois o tratamento é eficaz e está disponível no SUS. Ao contrário da
crença popular, ela é de baixo adoecimento, porque aproximadamente 90% da
população possui resistência natural à enfermidade. A sua transmissão se dá por
contato respiratório muito próximo e frequente com doentes transmissores, sem
tratamento.
Diante desse cenário, era de se esperar
que a doença estivesse praticamente erradicada do país, correto? A realidade,
porém, é que a Hanseníase ainda faz muitas vítimas no Brasil: cerca de 30 mil
casos anuais, ficando atrás somente da Índia.
Múltiplos fatores estão envolvidos nessa
questão, entre eles a dificuldade de acesso da população aos serviços de saúde,
principalmente no Norte, Centro-Oeste e Nordeste do país, levando ao
diagnóstico tardio. Dessa maneira, muitos pacientes estão doentes sem saber e
podem estar transmitindo a doença que, com diagnóstico e tratamento precoces, pode
ser vencida.
Hanseníase: O que é
Mito? O que é Verdade?
Brasil é o 2º país com maior número de casos no mundo, atrás
somente da Índia, alerta a Sociedade Brasileira de Dermatologia
Janeiro é o mês
dedicado a conscientização, combate
e prevenção
da Hanseníase. Popularmente, referida como uma enfermidade bíblica, a mais
antiga da humanidade, a Hanseníase tem cura, mas ainda hoje representa um
problema de saúde pública no Brasil.
Doença tropical
negligenciada, infectocontagiosa de evolução crônica, se manifesta
principalmente por meio de lesões na pele e sintomas neurológicos como
dormências e diminuição de força nas mãos e nos pés. É transmitida por um
bacilo por meio do contato respiratório próximo e prolongado entre as pessoas.
Seu diagnóstico, tratamento e cura dependem de exames clínicos minuciosos e,
principalmente, da capacitação do médico. No entanto, fica o alerta: quando
descoberta e tratada tardiamente, a Hanseníase pode trazer deformidades e
incapacidades físicas.
No Brasil, o
tratamento é gratuito e oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os
pacientes podem se tratar em casa, com supervisão periódica nas unidades
básicas de saúde.
Para esclarecer as dúvidas sobre o assunto, a dermatologista
Sandra Durães, Coordenadora da Campanha Nacional de Hanseníase da Sociedade
Brasileira de Dermatologia, destaca o que “MITO” e o que “VERDADE” sobre a
doença:
- Hanseníase: doença tão antiga que já
foi eliminada! É MITO
A Hanseníase ainda possui grande
ocorrência grande no mundo e, principalmente, no Brasil.
- Pessoa de qualquer sexo, idade e
classe social pode “pegar” a Hanseníase! É VERDADE
Apesar de qualquer um estar sujeito a
adquirir a bactéria, 90% da população tem resistência para adoecer.
- Apenas a população de baixa renda tem
Hanseníase. É MITO
Qualquer um pode ter a doença. Locais
de moradia aglomerada facilitam a sua transmissão.
- A Hanseníase pode causar deformidades
e incapacidades físicas! É VERDADE
Com diagnóstico e tratamentos tardios,
há o risco de graves sequelas. Isso pode ser evitado com o tratamento rápido,
que cura e é gratuito em unidades de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).
- É possível “pegar” Hanseníase de um
animal! É MITO
A Hanseníase só é transmitida de uma pessoa que tenha a
doença na forma infectante, e não tratada, para outra pessoa
A aglomeração de pessoas facilita a
transmissão da Hanseníase! É VERDADE
Ambientes muito fechados e com pouca
circulação de ar são locais propícios para a transmissão da doença.
Ao suspeitar dos
sintomas, procure uma unidade de saúde da família mais próxima ou um
dermatologista nas unidades de saúde do SUS e, também, no site da Sociedade
Brasileira de Dermatologia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário