Alerta é da Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS)
Hidratação em idosos merece atenção especial
(Vítor Figueiró) |
O período de altas temperaturas e muito sol exige um cuidado
maior para evitar os casos de desidratação em qualquer pessoa. Porém, no caso
dos idosos, é preciso uma atenção especial pela fragilidade do quadro
nutricional e imunológico. Os sinais de desidratação surgem quando o corpo usa
ou perde mais líquido que o ingerido, com baixa concentração de sais minerais e
eletrólitos. A causa mais normal é a pouca ingestão de líquidos, porém o quadro
é mais grave quando há um fator associado como exposição ao sol, diarreia ou
uso exagerado de diuréticos.
“No idoso estes sintomas podem ser generalizados, como confusão
mental, cansaço, dores, câimbras, tonturas, hiporexia (falta de apetite),
prostração, pouco volume urinado e urina mais escura, diminuição do tônus
cutâneo e boca seca. No adulto jovem, os sintomas são sede, pouca urina, urina
escura, cansaço, dores musculares, cefaleia, tonturas e boca seca”, explica o
médico geriatra e presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e
Gerontologia/Secção RS, João Senger.
O idoso pode ser considerado desidratado crônico, pois existe
uma mudança proporcional na constituição do corpo com o envelhecimento, na qual
há uma troca de massa magra (músculos e ossos) por massa gordurosa.
“Como água e gordura não se misturam, existe uma perda de
líquidos no corpo com o envelhecimento. Assim, o idoso desidrata muito mais fácil
do que o jovem, pois tem menor proporção de líquidos na sua constituição. Para
complicar mais um pouco, os idosos apresentam uma atrofia do centro da sede,
que leva a terem menos sede e, geralmente, quando a sentem, já existe um grau
de desidratação. Assim, precisamos insistir que tomem líquidos mesmo sem sede.
Uma estratégia é determinar uma quantidade de líquidos (água, sucos, chimarrão,
etc.) que deva ser ingerida pela manhã, tarde e noite”, completa.
O médico reforça que o diabetes não causa sede, mas quando está
sem controle, com aumento dos níveis de glicose, o paciente fica com mais sede,
e pode desidratar mais facilmente, em função da alteração da osmolaridade do
sangue pela glicemia elevada. Nesses casos, é fundamental controlar a glicemia
e promover a hidratação adequada.
Marcelo Matusiak
Nenhum comentário:
Postar um comentário