O
ano de 2019 não poderia ter uma notícia mais impactante para o Comércio
Exterior: a “trégua” na discussão comercial acirrada entre EUA e CHINA.
Em
13/12/19, o Vice-Ministro de Comércio Chinês, Wang Shouwen e o Presidente
Norte-Americano, Donald Trump oficialmente posicionaram-se encerrando a temida
expectativa que pairava sobre a aplicação das novas tarifas de 10% sobre
importações americanas do país asiático, especialmente de produtos eletrônicos
como smartphones, laptops, vídeo games, dentre outros.
O
maior problema na verdade seriam os impactos dessas taxações, pelas retaliações
que a China já havia sinalizado que imporia, gerando muito provavelmente, um
cenário praticamente sem um futuro definido em termos de certeza nas operações
de Comércio Exterior, haja vista a insegurança a ser gerada a partir de
inconstâncias nas “farpas” trocadas entre esses dois gigantes do Comércio
Internacional.
O
ano termina, para o Comércio Exterior, com esta notícia relativamente aprazível
para os dois parceiros comerciais. Mas por outro lado, provoca revisão de
Planejamento Estratégico em vários exportadores brasileiros, argentinos e de
outros países, que de certa forma se beneficiariam com a manutenção das
sobretaxas entre os americanos e chineses, podendo enviar seus produtos a ambos
sem as cobranças excedentes pelos fiscos dos dois países, justamente por
possibilidade de abertura comercial a novos fornecedores, fato inclusive que
demandou investimentos de exportadores brasileiros na criação de projetos que
agora precisam ser revistos, oxalá que uma ou várias alternativas sejam
encontradas e minimizem tais impactos para 2020 e futuro.
No
mercado doméstico convivemos desde o dia 11/12/19, com a menor taxa Selic desde
a série histórica iniciada em 1999, o que de certa forma afugenta investidores
externos em nosso território especialmente em ativos financeiros, mas promove
certo equilíbrio nos investimentos estrangeiros em ativos operacionais, como
fusões e aquisições por aqui.
Prospectamos
um 2020 bem mais seguro em termos de economia, a partir de consolidações de
projetos de desenvolvimento econômico no plano de governo federal, porém como
diz Daniel Wainstein, presidente da Greenhill no Brasil (uma das maiores
butiques globais de M&As), “...A desvalorização do real afugentou investidores
financeiros, mas esse cenário deve mudar. O Brasil está barato e a economia vai
voltar a crescer. As pessoas podem até não gostar da agenda moral do presidente
Bolsonaro, mas a equipe econômica agrada ao mercado financeiro e investidores”.
Sigamos!
Que venha um ano de realizações tanto para quem importa quanto para quem
exporta, fabrica, vende, investe, educa, enfim, que todos os setores da
economia possam voar em ares mais serenos.
João
Marcos Andrade - professor do curso superior de Global Trading do Centro
Universitário Internacional Uninter.
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