Número de subutilizados bateu
recorde em 2019. Entender o que as empresas buscam é estratégia para se
diferenciar na busca por uma oportunidade.
O
IBGE divulgou na última quinta (27) os dados da Pnad Contínua (Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios), referente ao trimestre março, abril e
maio. A pesquisa apurou que o número da população subutilizada bateu recorde
desde a série histórica iniciada em 2012 e chegou a 28,5 milhões de pessoas,
alta de 3,9% com relação ao mesmo período do ano passado. Para o IBGE, as
pessoas subutilizadas correspondem às que estão desempregadas, que trabalham
menos do que poderiam, que não procuraram emprego mas estavam disponíveis para
trabalhar ou que procuraram emprego, mas não estavam disponíveis para a vaga.
A
diretora da Febracis Campinas, Lilian Carmo, afirma que em um cenário com
oferta maior de mão-de-obra, a vantagem fica com aqueles candidatos que sabem
se diferenciar. “Com um universo de candidatos muito grande, causado pela alta
taxa de desemprego, conquistar uma posição é uma tarefa de inteligência
competitiva. Se destacar vai além de um bom currículo, de uma apresentação
polida e de competências técnicas avançadas, é preciso conhecer qual a
percepção de valor da empresa e quais são suas expertises que tem sinergia com
isso”, esclarece.
Segundo
a executiva, em geral, os empregadores têm focado em quatro capacidades durante
os processos seletivos:
1. Engajamento: querer
muito a oportunidade e mostrar-se disponível. É neste contexto que o candidato
evidencia sua proatividade e comprometimento com a vaga. Por meio do
engajamento, a empresa nota aqueles candidatos que possuem sintonia com seus
desafios. Neste item não dá para fingir o que busca e as motivações para essa
vaga precisam ir além de questões financeiras e benefícios. É um conjunto de
fatores que fazem os olhos brilharem e isso é notável em um processo seletivo.
Foque nos desafios, nos valores corporativos e nas possibilidades de
performance neste cargo.
2. Vontade de
aprender: demonstrar vontade de aprender expõe inquietude e curiosidade
positivas para quem pleiteia uma oportunidade. Por mais que a experiência e as
qualificações técnicas sejam excelentes, cada empresa é única e utiliza
processos próprios, logo, se dispor a conhecer essas particularidades é um
atrativo poderoso. Além disso, o mundo corporativo muda o tempo todo, assimila
novas tecnologias, novos processos e aceita novas ideias, assumindo um perfil
de constante aprendizado e valorizando esta característica na hora de
contratar.
3. Flexibilidade: ser
flexível com mudanças e com pessoas é uma habilidade muito importante em um
cenário de transformações constantes. É uma maneira de evidenciar a consciência
de que o barco pode balançar e que, ao invés de pular, o candidato saberá
amarrar as velas. É uma flexibilidade consciente sobre assumir novas
responsabilidades, atuar em outras áreas e de receber uma remuneração menor que
de profissionais mais seniores – especialmente em momentos de crise. Assumir
riscos e estar apto para cobrir um colega é uma excelente demonstração de
flexibilidade, porém, tudo tem um limite. Explicitar desconforto para uma ou
outra tarefa não é demérito e adiciona coerência durante a avaliação.
4. Compromisso: assumir
responsabilidades com a missão e com os valores da empresa é, talvez, a
capacidade mais difícil de se demonstrar. Em suma, conhecer a empresa e a sua
atuação no mercado é fundamental para analisar brechas que poderiam ser
complementadas durante um estudo de caso. Hoje, com alta concorrência e
economia bamba, vestir a camisa nunca foi tão importante para demonstrar
segurança a quem contrata. Demonstrar que possui indicadores pessoais para se
auto avaliar é um ponto de destaque. Abordar a responsabilidade com recursos
físicos e humanos também atrai os olhos de quem busca a famosa visão de dono.
Febracis

Nenhum comentário:
Postar um comentário